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Testemunha solitária

Olavo de Carvalho

Época, 27 de janeiro de 2001

Ele não é um militante antifidelista: é só um sujeito que conhece Cuba porque ajudou a fazê-la

Oscar Luís Geerken foi assessor do Comitê Revolucionário cubano. Dedicou 16 anos de sua vida à causa fidelista, até que, em 1993, fugiu para Miami. Não se ligou a nenhuma organização contra-revolucionária. Não pretende ser mais que uma testemunha solitária, e foi nessa condição que, convidado por um amigo, veio a Porto Alegre para descrever, a quem deseje ouvi-lo, alguns aspectos da economia cubana que, definitivamente, não estão na pauta do Fórum Social Mundial.

A imprensa gaúcha, com as poucas exceções de sempre, tem feito o que pode para ocultar essa presença incômoda, que, se exibida em tamanho natural, bastaria para desmoralizar o custoso empreendimento publicitário subsidiado pelo governo estadual e destinado a oferecer aos brasileiros o modelo de progresso e prosperidade de algumas das nações mais atrasadas e miseráveis do planeta.

Para compensar um pouco essa injustiça, abdico de expressar aqui minha opinião pessoal e cedo este espaço a algumas frases aterradoras ouvidas logo após um almoço, na quarta-feira, num rodízio gaúcho:

– Sem nenhum exagero, hoje comi mais carne de vaca que durante toda a década de 80 em Cuba. No máximo, às vezes, conseguíamos uns pedaços de frango.

– Mas como as coisas chegaram a esse ponto?

– Bem, a reforma agrária cubana distribuiu as terras férteis entre as fazendas estatais e os camponeses independentes. Aquelas, embora tendo capital, equipamentos, fertilizantes e assistência técnica, nada conseguiram produzir, enquanto os camponeses, sem nada disso, produziam alguma coisa. Como isso dava má impressão, foram acusados de vender no mercado negro, de elevar artificialmente os preços, de trair a revolução. Perderam suas terras e muitos foram para a cadeia. A produção de alimentos em Cuba tornou-se irrisória. Mesmo produtos de primeira necessidade, como leite em pó e papinhas para nenês, que antes da revolução eram feitos em Havana, depois da reforma agrária tiveram de ser importados.

– E os novos restaurantes que o governo liberou para a iniciativa privada?

– Cada restaurante pode ter no máximo 12 cadeiras, e mesmo assim é difícil ter o que servir. O sujeito oferece, por exemplo, um frango. Passa o fiscal e pergunta: “Onde comprou?” É claro que foi no mercado negro. Onde mais poderia ser? Aí o restaurante é fechado e o camarada vai preso.

– Mas a situação não pode ser ruim como em nossas favelas.

– Em matéria de alimentação, o favelado brasileiro está melhor servido que o cidadão médio cubano. Em assistência médica e educação, o cubano ganha, mas já ganhava antes da revolução.

– E os salários?

– Para você fazer uma idéia, um amigo meu, que é cirurgião, ganha 430 pesos cubanos por mês: mais ou menos US$ 15. Já sei que, de Cuba, virão nos próximos dias informações de que o homem é um maluco, é um farsante, é um isto, um aquilo, e receberão toda a atenção que a imprensa local negou ao acusado. Para a massa puerilizada pela propaganda, a credibilidade de uma calúnia é diretamente proporcional a sua difusão, mas o homem experiente sabe que, para sujar bem, é preciso estar bem sujo: é mais fácil para Fidel Castro sujar a reputação da testemunha que limpar o que ela viu em sua ilha.

PS. – Dada a prioridade das declarações de Geerken, minha resposta ao deputado José Dirceu, planejada de início para sair aqui, será colocada em minha homepage, http://www.olavodecarvalho.org, durante a próxima semana.

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Em 27 de janeiro de 2001   /   Artigos  
Tags: 2001, Comitê Revolucionário, Cuba, Época, Fórum Social Mundial
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