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Mudando o mundo

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio (editorial), 6 de novembro de 2008

Querem saber o que vai acontecer daqui a pouco nos EUA? Tal como sucedeu no Brasil com o Foro de São Paulo, às negações indignadas se seguirão as confissões cínicas, quando já não puderem trazer dano aos criminosos. No devido tempo, quando Barack Obama se sentir seguro na presidência, virá à tona a entrevista de sua avó declarando que ele nasceu no Quênia, a revelação de que ele sempre foi muçulmano, as provas da ajuda que prestou a seu primo genocida Raila Odinga, o financiamento de seus estudos em Harvard por um milionário pró-terrorista, a ajuda recebida de Tony Resko com o dinheiro de Saddam Hussein, a colaboração de William Ayers como ghost writer de Dreams of My Father, etc. etc.

Não são coisas que se possa esconder indefinidamente. O próprio Obama não tem ilusões a esse respeito. Tudo o que podia fazer era manter seus documentos essenciais fora do alcance do público até um pouco depois das eleições. Uma vez empossados os vencedores, com o Congresso totalmente dominado pelos seus partidários e a oposição republicana reduzida ao silêncio pelo controle estatal da opinião radiofônica (um velho e querido projeto dos democratas), já pouco haverá o que temer. O que um dia foi escondido como vergonha será alardeado como glória. Lembrem-se do vídeo do III Congresso do PT enaltecendo o Foro de São Paulo como coordenação estratégica da esquerda continental, dois anos depois de haver negado oficialmente que ele fosse isso. Se tiverem memória um pouco mais longa, lembrem-se de Fidel Castro proclamando “Sempre fomos e seremos marxistas-leninistas” depois de jurar “Nunca fomos comunistas.” Esses dribles são rotina na história do movimento revolucionário. O próprio Lênin, logo após tomar o poder, mandou espalhar entre os investidores europeus que não era comunista de maneira alguma, apenas um espertalhão que se fazia de comunista. Eles acreditaram e despejaram na Rússia um bocado de dinheiro, confirmando o dito leninista de que a burguesia tece a corda com que os comunistas a enforcam.

Que Obama é um revolucionário e vai fazer um governo revolucionário, é algo que seus militantes enfatizam uns para os outros e atenuam perante o público em geral, tal como o nosso PT sempre manteve um discurso duplo, aquecendo o lado de dentro e esfriando o de fora, pregando nos seus documentos internos precisamente o que negava na propaganda eleitoral.

Obama sabe perfeitamente bem que seu projeto de uma “Força Civil de Segurança Nacional” é uma militância armada de jovens bem doutrinados, em tudo semelhante às SA de Hitler ou à Juventude Comunista, que nada fará contra terroristas, narcotraficantes ou imigrantes ilegais, como ele deixa o público imaginar, mas se ocupará de perseguir “homofóbicos”, “extremistas de direita”, “fundamentalistas” e outras criaturas malvadíssimas. Ele já testou esse projeto na ONG Public Allies – dirigida primeiro por ele, depois por sua esposa Michele –, e uma de suas principais metas de governo é alocar uma verba anual de quinhentos bilhões de dólares – sim, quinhentos bilhões de dólares – para dar realidade a essa idéia sublime: “desmilitarizar a seguraça pública”… militarizando a juventude (v. http://www.ibdeditorials.com/IBDArticles.aspx?id=305420655186700). Mesmo que esse fosse o único projeto revolucionário de Obama, o advento dessa monstruosidade policial bastaria para alterar repentinamente e de uma vez para sempre a face da democracia americana, transformando-a na fachada de uma virtual ditadura, imposta, como a de Hitler e a de Hugo Chávez, por meios anestésicos e inteiramente legais.

Mas ele promete também “desmilitarizar o espaço” e “desacelerar a pesquisa nuclear norte-americana”. A primeira expressão significa simplesmente desmantelar o sistema de defesas aéreas montado por Ronald Reagan. Uma vez feito isso, nada poderá devolver aos EUA a sua condição de potência militar dominante. Quanto ao segundo ponto, ele dará à China a oportunidade de em breve tempo igualar-se aos EUA em capacidade nuclear agressiva, já que o establishment militar chinês se empenha cada vez mais em fazer o contrário do que Obama promete aos EUA: acelerar a pesquisa, acumular força.

Quando Obama diz “Vou mudar o mundo”, ele sabe do que está falando. Apenas, a mudança que ele promete não é nova: é a mesma de sempre, a destruição da democracia por meios democráticos, o aumento do controle estatal sobre a vida dos cidadãos, o enfraquecimento do capitalismo e a exaltação do socialismo. Em pleno curso de realização dessa desgraça, a chantagem psicológica que impôs aos cidadãos americanos a obrigação moral de votar em Obama sem perguntar quem ele era terá se tornado, em comparação, uma trapaça menor, quase inocente.

Mais mistério

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio (editorial), 29 de outubro de 2008

Enquanto os adeptos de Hillary Clinton denunciam que a derrama de títulos de eleitor falsos pela militância obamista não começou agora, mas já vem desde o tempo das eleições primárias (v. NewsMax.com), e enquanto o advogado Philip J. Berg recorre à Suprema Corte com o seu pedido de que a certidão de nascimento de Barack Obama seja divulgada para tirar as dúvidas quanto à nacionalidade do candidato (v. www.obamacrimes.com), mais um mistério surge na vida do enigmático personagem. A certidão eletrônica publicada no site da sua campanha afirma que Obama nasceu em Honolulu, Havaí, em 4 de agosto de 1961, e quem quer que ouse contestar essa alegação é instantaneamente rotulado de louco, racista, difamador, etc. etc., até mesmo por alguns jornalistas republicanos. Acontece que, naquela data, a mãe de Obama, Stanley Ann Dunham, estava estudando na Universidade do Estado de Washington e morando num apartamento em Capitol Hill, Seattle, a 2.680 milhas de Honolulu.

Ann freqüentou a Universidade do Havaí nos seguintes períodos: outono de 1960, primavera de 1963, verão de 1966, outono de 1972, outono de 1974, primavera de 1978, outono de 1984 e verão de 1992. A da Washington, no outono de 1961, inverno de 1962 e primavera de 1962. Os dados são respectivamente do Office of Admissions and Records da Universidade do Havaí e do Office of Public Records do Estado de Washington (v. AtlasShrugs.com).

Se o local de nascimento de Obama já era duvidoso, agora a data também o é. A grande mídia, empenhada com desvelo materno em proteger Obama contra a revelação de quaisquer fatos que o desabonem, menospreza essas dúvidas como “intrigas da internet”, fingindo ignorar que a internet é hoje um meio de difusão incomparavelmente mais confiável e mais respeitado do que os maiores jornais americanos. Estes continuam caindo como jacas maduras na escala da preferência popular. Um estudo da revista Editor & Publisher mostra que, em seis meses de 2008, comparados a igual período de 2007, só dois dos principais jornais americanos não tiveram sua circulação diminuída: O Wall Street Journal, conservador, e o USA Today, jornal mais de espetáculos e esportes que de política. E mesmo assim esses dois não cresceram além de 0,01 por cento. O New York Times caiu 3,58 por cento, o Washington Post 1,94 por cento, o Los Angeles Times 5,20 por cento, e assim por diante. O Los Angeles Times acaba de demitir mais 75 repórteres e o tradicional Christian Science Monitor desistiu de sua edição diária: virou semanário. Quem, na chamada “grande mídia”, tem cacife para empinar o nariz ante o jornalismo eletrônico? Em matéria de público, nenhum jornal americano pode concorrer com www.wnd.com ou com o site de Rush Limbaugh.

Em 2000, quando conversei com Brent Bozell III, fundador do Media Research Center, ele previu que tudo isso ia acontecer caso os jornais não abdicassem do seu esquerdismo desvairado. Nas eleições de 2008, eles escolheram tornar-se mais esquerdistas ainda, apoiando Obama não só em artigos editoriais, o que é do seu direito, mas mediante a supressão de notícias contra o candidato democrata e a exploração abusiva dos menores detalhes prejudiciais à dupla McCain-Palin. Vejam a pesquisa do Project for Excellence in Journalism em NewsMax.com. Recomendo também dois artigos recentes sobre o assunto: “Media’s Presidential Bias and Decline”, de Michael S. Malone, (http://abcnews.go.com/print?id=6099188), e “Would the Last Honest Reporter Please Turn On the Lights?”, de Orson Scott Card (http://www.ornery.org/essays/warwatch/2008-10-05-1.htmlrson). Malone é um veterano repórter de tecnologia da ABC News e Card um romancista de sucesso, que viveu dois anos no Brasil como missionário religioso.

Fora da lei

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio (editorial), 23 de outubro de 2008

Venceu dois dias atrás o prazo para Barack Obama contestar a lista de declarações apresentada a um tribunal da Pensilvânia pelo advogado democrata Philip J. Berg. De acordo com o artigo 36 do Código de Processo Civil americano, a falta de resposta equivale a uma admissão de que as declarações são verdadeiras. Legalmente, portanto, Obama confessou que nasceu no Quênia, que não é cidadão americano nato e que não tem o direito de se candidatar à presidência.

O Comitê Nacional Democrata, acionado no mesmo processo e sujeito ao mesmo prazo, também admitiu, por omissão, que escolheu Obama sem verificar sua nacionalidade e que a candidatura dele é inválida.

Verifiquem em www.obamacrimes.com, o site de Philip J. Berg.

Só falta agora o juiz R. Barclay Surrick emitir a sentença declaratória confirmando o vencimento do prazo e as conseqüências judiciais disso para a candidatura Obama. Philip Berg ingressou na corte hoje, quarta, com um pedido de julgamento sumário para esse fim.

A candidatura Obama parece portanto estar fora da lei há dois dias, e nem uma palavra a respeito saiu nos maiores jornais e canais de TV. É uma barragem idêntica à que protegeu Luís Inácio Lula da Silva contra a revelação de seus compromissos com o Foro de São Paulo – com quatro diferenças: (1) As conseqüências, em escala mundial, da farsa midiática nos EUA são de gravidade incomparavelmente maior que a do ocorrido no Brasil. (2) No Brasil não houve ninguém com a dose de testosterona de Philip J. Berg para furar o bloqueio na Justiça; (3) No Brasil o bloqueio de notícias sobre o Foro de São Paulo foi total, só rompido por mim na minha coluna de O Globo – logo suprimida pela nomenklatura, é claro –, enquanto nos EUA o processo movido por Berg teve alguma divulgação no rádio, em jornais regionais e na internet, isto é, nas parcelas da mídia não dominadas pelo establishment esquerdista. (4) O apoio do eleitorado americano a Obama nem de longe se compara à quase unanimidade da devoção nacional a Lula: embora dispondo de recursos financeiros esmagadoramente superiores aos do adversário, embora imunizado contra a revelação dos fatos pela grande mídia, e embora use de todos os meios lícitos e ilícitos para impor sua invencibilidade absoluta – incluindo intimidação e agressões físicas, chantagem racial e farta distribuição de títulos de eleitor falsos –, Obama está, na média das últimas semanas, com apenas quatro ou cinco pontos percentuais acima de McCain.

No dia em que venceu o prazo de contestação no processo Berg versus Obama, o jornalista Andy Martin abriu na Suprema Corte do Havaí um processo pedindo que seja divulgada pela Justiça a certidão original de nascimento de Barack Obama. Instantaneamente, Obama suspendeu sua campanha eleitoral e viajou às pressas para o Havaí, alegando urgência de visitar sua avó doente. O curioso, no caso, é que a avó já tinha saído do hospital uma semana antes, sem que durante o período de sua internação Obama mostrasse a menor pressa de visitá-la. Martin é um tipo folclórico, com fama de litigante compulsivo, mas isso não torna menos temível para Obama a eventualidade de ter de exibir no Havaí o documento que ele se esquivou de mostrar ao tribunal da Pensilvânia (v. meu artigo em http://laiglesforum.com/2008/09/28/322/). Uma cópia da petição de Martin pode ser lida em http://citizenwells.wordpress.com/.

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Mensagem que recebi de um amigo americano:

“Até a metade de 2006, com seis anos de gestão Bush na presidência, a confiança dos consumidores no mercado era alta, a gasolina custava US$ 2,19 o galão, a taxa de desemprego não passava de 4,5 por cento e a Dow Jones atingiu um recorde de 14 mil pontos positivos. Então o eleitorado quis ‘mudança’ e deu aos democratas a maioria nas duas casas do Congresso. Passado um ano e meio, a confiança no mercado caiu, a gasolina subiu para quase cinco dólares o galão, os lucros de ações caíram em doze trilhões de dólares, o desemprego subiu para 5,5 por cento e por toda parte há famílias sendo postas para fora de suas casas por falta de pagamento. Os americanos quiseram ‘mudança’, e certamente a obtiveram. Quanto mais ‘mudança’ será que eles agüentam?”

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