Diagnóstico

Olavo de Carvalho


 O Globo (Rio de Janeiro), 17 nov. 2001

Jean-Sévillia, em “Le Térrorisme Intellectuel de 1945 à nos Jours” (Paris, Perrin, 2000) apresenta o seguinte quadro da hegemonia esquerdista nos meios de comunicação franceses:
“A censura acabou? Não. Ela mudou de natureza. Num país eleitoralmente partilhado meio a meio entre esquerda e direita, as eleições sindicais mostram que 80 por cento dos jornalistas dão seus votos às organizações de esquerda… Fatalmente esse desequilíbrio se faz sentir na mídia. A escolha dos assuntos, o modo de tratamento, as personalidades convidadas correspondem à orientação predominante nas redações.”

Esse diagnóstico do redator-chefe do “Figaro Magazine” poderia aplicar-se igualmente ao Brasil, se não fosse por um detalhe: nos sindicatos da classe, não são oitenta por cento os jornalistas que votam à esquerda. São cem por cento. Nas eleições não há nem mesmo chapas de direita. Na mais pluralista das hipóteses, aparecem duas de esquerda.

Idêntica homogeneidade, só em Cuba. E ainda há quem se recuse a crer que algo de anormal e tenebroso acontece no jornalismo brasileiro. Mas ninguém, neste país, publicaria um livro como “Le Térrorisme Intellectuel” e continuaria redator-chefe de um grande semanário. Justamente porque a situação local é muito mais grave e opressiva que na França, a possibilidade de discuti-la com liberdade é incomparavelmente menor. Aqui, mal se tolera algum anticomunista na página de opiniões, perdido e invisível entre dezenas de esquerdistas. No comando, sua presença seria denunciada como perigo fascista: ele não duraria uma semana no cargo. Quanto mais vasto o poder da casta dominante, mais ela enxerga como ameaça insuportável qualquer detalhe que a contrarie.

Também o “modus operandi” do controle ideológico é diferente na França e no Brasil. Lá, diz Sévillia, “o fenômeno não obedece nem a uma linha oficial, nem a instruções ocultas, nem a uma estratégia organizada: ele provém do consenso reinante num microcosmo”. Aqui, embora o efeito geral conte também com o infalível automatismo do consenso, certamente os oitocentos jornalistas que a CUT confessa ter na sua folha de pagamento não são deixados sem instruções quanto ao que devem escrever ou omitir. Não obstante constitua talvez a maior compra de consciências já observada na história do jornalismo mundial, a presença desse exército de “agentes de influência” é aceita nas redações com a maior tranqüilidade, sem que ninguém sinta abalada sua boa consciência de fiscal da moralidade pública. É que o esquerdismo mais estrito se tornou, nesse ambiente, uma espécie de lei natural, corriqueira e improblemática como a rotação da terra ou a fisiologia da respiração. Como num meio ideologicamente homogêneo todos estão em família, a mais dogmática intolerância pode aí subsistir numa atmosfera amigável onde ninguém se sinta pressionado ou intimidado. É claro: quem poderia sentir-se assim está longe. E o traço mais típico da mentalidade intolerante é não saber que é intolerante: ela exclui do seu horizonte visível todos os que não tolera, e então se acha muito tolerante porque tolera os demais.

Somem aos homens da CUT os ativistas partidários e a colaboração espontânea de “companheiros de viagem”, oportunistas e idiotas em geral, e terão a precisa distribuição de espaços vigente na mídia nacional: páginas noticiosas integralmente pautadas pela esquerda, cadernos de cultura e “show business” dedicados por inteiro à glamurização de estrelas ativistas, colunas e mais colunas assinadas por ídolos do esquerdismo letrado, empenhados em dar ares de dignidade intelectual a uma filosofia de cabos eleitorais.
O que possa restar de não-esquerdismo encontra abrigo nos editoriais, que a massa não lê, bem como em um ou outro artigo assinado, quase sempre de autores estranhos ao meio jornalístico — professores, técnicos, empresários –, que se atêm em geral a uma polidíssima defesa da economia de mercado, sem jamais atacar de frente o bom nome da linda ideologia cujos crimes acabam sempre absolvidos, paternalmente, como efusões de idealismo juvenil. Anticomunismo explícito, nem pensar. Investidas frontais como aquelas que a esquerda faz contra as Forças Armadas, contra a moral religiosa e contra as pessoas de seus desafetos, nem pensar. Investigações escandalosas, nem pensar. Até na linguagem o desequilíbrio é evidente: de um lado, insultos, vituperações, imputações criminais. De outro, recatadas ponderações acadêmicas e trêmulos apelos ao “diálogo”. No máximo, tapas com luvas de pelica na “esquerda burra”, como se o maior pecado de Stalin, Fidel ou Pol-Pot fosse a burrice.

De tal modo as idéias conservadoras desapareceram da mídia, que o público, ignorando-as por completo, não pode dar pela sua falta, e cai como um pato no engodo de chamar de “direita” a ala tucana e peemedemista imperante — a fina flor da oposição de esquerda no período militar –, cuja elevação ao poder permitiu que se consolidasse a vitória suprema da hegemonia gramsciana: fazer com que o debate interno da esquerda usurpasse todo o espaço do debate nacional, excluindo por inexpressáveis, impensáveis e por fim inexistentes todas as demais opiniões possíveis. Hoje não há mais democracia no Brasil exceto a “democracia interna”, o “centralismo democrático” do velho Partidão, onde a única direita admissível é a direita da esquerda: a socialdemocracia, o reformismo, a tucanidade enfim. O que quer que esteja à direita disso é fascismo. E, como tal, proibido.

Esporádicas e aparentes “viradas à direita”, em situações específicas nas quais o esquerdismo ostensivo arriscaria pegar mal, só servem para dar redobrado vigor ao discurso esquerdista quando, investido da superior autoridade de jornalismo idôneo, ele voltar à carga uns dias depois. Assim, a afetação geral de escândalo diante dos ataques de 11 de setembro foi usada para dar respaldo moral à onda de anti-americanismo que se seguiu, incluindo a rotação semântica de 180 graus nos termos “agressor” e “terrorista”, que, em uníssono, passaram com a maior naturalidade a designar o país atacado em vez do atacante.

Que de vez em quando se permita ecoar por instantes uma voz de exceção, em protesto inútil contra o estado de coisas, é apenas a quota mínima de risco calculado com que a intolerância vigente anestesia eventuais suspeitas dos leitores, consumando a obra-prima do dirigismo, que é a de fazer-se passar pelo seu contrário. O público, confiado na premissa tácita de que a distribuição das opiniões na mídia reflete mais ou menos o mapa das preferências nacionais, lê o artigo solto e, persuadindo-se ainda mais de que todo anticomunismo é aberração de esquisitões solitários, fica até admirado de que a nossa imprensa seja tão democrática, tão aberta, tão generosa, que chegue ao exagero de dar espaço a um tipo capaz de escrever essas coisas. Muitos chegam a indignar-se com tamanha libertinagem, exigindo a exclusão do intrometido. Não raro, são atendidos. Poucas publicações, como “O Globo”, se recusam a dar ouvidos a essa gente.

E mais cartas à Época

Olavo de Carvalho
 

16 de novembro de 2001

Estas são algumas das cartas enviadas à revista Época durante a semana passada. Não requerem o mínimo comentário, mas agradeço de coração a todos os remetentes. – O. de C.

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Olavo,
Sou teu leitor e acompanho teus artigos onde quer que estejam inseridos e, até ontem na ÉPOCA. Soube da “redução, corte” que foi imposto pelos editores da revista. 
Faz um favor para tí e para todos nós: sai por inteiro. Hoje reduzem teu espaço, amanhã reduzirão teu texto e censurarão tuas idéias.
Revistas que agem assim só serão lidas em salas de espera de consultórios médicos.

Vai firme.

Abraços

Antonio Franzoso
amcf@franzoso.com.br 

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Prezados Diretor Geral e Diretor de Redação:
Gostaria de protestar contra a diminuição do espaço concedido ao professor Olavo de Carvalho na revista Época.
Não sei quais critérios ordenaram esta medida.
O professor Olavo é hoje o nosso mais agudo crítico das esquerdas no nosso país e, também, um intelectual de formação como há muito não se via. Sendo o mais leonardesco dos nossos críticos, escreve com o brilhantismo de Otto Maria Carpeaux; tem o polemismo de Paulo Francis; e, faz na filosofia o que Freire nos legou na sociologia: uma nova visão sobre a sociedade brasileira. 
O seu estilo feroz no combate ao esquerdismo – quando o professor dá lugar ao combatente político-, faz, com certeza, muitos inimigos, mas a intensidade de suas manifestações somente reflete a angústia de alguém que percebe os tempos difíceis que estamos vivendo. O incômodo que causa é derivado do fato de nos apresentar de maneira crua o nosso retrato. E não há nada mais duro do que conhecer-se a si mesmo, seja como indíviduos ou como sociedade.
Por isto, sejam quais forem as razões dos senhores para reduzir o espaço do professor Olavo lhes peço que reconsiderem sob pena de estarmos perdendo a oportunidade de divulgar as idéias de um dos mais inteligentes brasileiros dos últimos 50 anos.

Atenciosamente,
Júlio Francisco Gregory Brunet
Economista
rs002301@pro.via-rs.com.br

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Prezado Sr.,
É absurdo e lamentável o seu posicionamento crítico diante das barbáries que estes amantes da ditadura, estes golpistas travestidos de socialistas libertários, esta imundície que assola meu Estado (MEU ESTADO, o RS, não destes fascistas), caçando jornalistas e pregando a censura.
Ísso mesmo, falo do PT. 
E sua empresa restringe o pensamento de Olavo de Carvalho para dar lugar massivo à Maria da Conceição Aquino, uma adoradora da ditadura petista. Por que não espaços iguais???
Desculpe, esqueci que para vocês, os radicais, a igualdade é só para os seus….

sds

Marcelo Fischer Voiciechovski
Indignado com a podridão petista.
marcelo@goldrs.com.br 
PS: Antes que venham me acusar de defensor da direita, quero esclarecer, fui militante petista desde meus 14 anos, de usar estrelinha na lapela, nos corredores da empresa onde trabalhei, a RBS. Conhecem? Então não me venham com esse papo furado de que eu não conheço do que falo.

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Prezados Srs:
Sirvo-me do presente para manifestar minha inconformação e indignação pela substituição da coluna semanal do Filósofo Olavo de Carvalho.
É visível a postura política atrofiada do novo diretor de redação da revista, retirando a coluna de Olavo de Carvalho entregando à Sra. Maria C. Aquino tão logo tenha assumido.
É gritante o antagonismo de idéias dessa senhora comparado ao estilo do filósofo. 
Entendo que a direção da revista tem todo o direito de modificar o quadro de pessoal, colaboradores, matérias, estilo, layout e tudo o mais que achar necessário à melhora da publicação, eu como leitor, sinto-me no direito de lembrá-los de uma antiga teoria física: para cada ação existe uma reação. 
Manifesto minha contrariedade às novas diretrizes da Época e informo também que, por conta disso acabo de solicitar o cancelamento definitivo de minha assinatura.

Atenciosamente.
Gabriel Rocha Cunha
grc.seal@terra.com.br

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Prezado Olavo de Carvalho
Lendo a coluna do jornalista Diego Casagrande fiquei sabendo do que lhe aconteceu na revista época. Antes de tudo gostaria de salientar que admiro muito sua cultura e determinação na defesa pela democracia e pela liberdade individual. Tive o grato prazer de acompanhar sua explanação no evento Jovens Talentos da Liberdade, organizado pelo Deputado Onyx Lorenzoni em Porto Alegre, o qual represento como assessor parlamentar em eventos da juventude gaúcha, e que muito apreciei suas palavras. também acompanho seu trabalho nos jornais e coluna virtual. 
O que desejo é manifestar minha consideração em relação ao grande homem que é o senhor. Tenho certeza que não será um episódio ridículo e característico dos nossos amigos “vermelinhos” que irá lhe abalar. 
Muita força e um grande abraço.

Francisco de Assis Ferrugem de Blanco
tem 20 anos de idade e seu desejo de mudança acompanha o trabalho de Olavo de Carvalho. 
francisco.blanco@al.rs.gov.br

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Prezado Editor,
Ao ler na “Época” outro artigo da mais nova “libélula” da USP, Maria Aparecida de Aquino (19/11), sem saber quando Olavo vai retornar, tomei uma decisão: doravante, passarei a comprar a revista na banca somente depois de folhear e constatar lá dentro o artigo de Olavo.

Por quê? O resto de “Época”, para mim, sempre foi “tudo japonês”.

Cordialmente,

Félix Maier
ttacitus@hotmail.com

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Prezados Editores e Jornalistas de Época:
A suposta legítima intenção do novo editor dessa revista semanal de diversificar o conteúdo da página de Opinião dando-lhe outras assinaturas que não apenas a do filósofo Olavo de Carvalho vem sendo severamente desmascarada e da maneira mais veloz possível. Em apenas três semanas, ficou muito claro qual era o verdadeiro desejo do editor: calar Olavo de Carvalho e em troca enfiar goela abaixo dos seus leitores a sra. Aquino e seus amigos, gente bem mais dócil e de perfil ideológico condizente com o establishment da mídia deste país. Mas o mais grave não foi ter desmascarado o novo editor de Época, fato que está fora do rol das descobertas surpreendentes. O mais grave, repito, foi a revista Época ter-se nivelado às demais publicações de quem acredita diferenciar-se editorialmente. Sem Olavo de Carvalho, Época volta ao lugar-comum e perde um dos seus principais trunfos que era justamente o de mantê-lo em suas páginas semanalmente. Minha assinatura eu já cancelei (cod. 44065229). Era o mínimo e o mais coerente a fazer.

Respeitosamente,

Sandro Guidalli
Rio de Janeiro-RJ
guidalli@terra.com.br

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Prezado Sr. Marcos,
Sirvo-me da presente mensagem para repudiar de forma veemente o afastamento da coluna semanal do Sr. Olavo de Carvalho das edições da revista Época.
Acredito que esta decisão tenha sido tomada pelo fato que – ao residir fora de Porto Alegre -o senhor tenha esquecido o que a “esquerda podre” tem feito em nosso Estado, e planeja fazer em nosso país.
Somente assinei a revista pelo motivo de ter ela ao menos 1 (UMA!) voz distoante daquelas dominantes em toda a imprensa nacional. Substituir esta coluna tão “impar” por mais uma daquelas iguais às publicadas diariamente na Folha, ou semanalmente na Veja ou na Isto É, acaba por destruir tudo aquilo que eu mais admirava nesta publicação. Tendo em vista o ocorrido, lhe afirmo que não renovarei minha assinatura em hipótese alguma.

Atenciosamente,
Eduardo Knijnik
Advogado
eknijnik@iab.com.br

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Prezado Olavo de Carvalho
Tomo a liberdade de escrever-lhe para que saibas o tamanho de minha insatisfação quando soube da notícia de que tua coluna semanal na revista Época passaria a ser mensal e que, para piorar, colocaram nas páginas que eram tuas uma senhorar daquelas, que chegamos a ter pena.
Uma das coisas que me fazia assinar a dita revista, certamente, era a possibilidade de ler uma opinião honesta e que buscava mostrar a verdadeira face da esquerda nacional, o seu lado negro, de apoio ao terrorismo, de estreita ligação com os mais ferozes traficantes, comunistas, sandinista e todos os “istas” mais imagináveis.
Entretanto, caro Olavo, te envio um verso muito lembrado por nós, gaúchos, e que deve ser levado à risca nesse momento:

“Não podemos se entregar “pros” homens, de jeito nenhum, amigo e companheiro.
Não tá morto, quem luta, quem peleia, pois lutar é a marca do campeiro.”

Espero continuar a ler tuas colunas em outros jornais, na internet e em revistas mais gabaritadas que a Época, que está perdendo um assinante.
Peço-te um favor:
Continues na luta para que fiquemos sabendo das verdadeiras intenções dos esquerdistas nacionais.
Continues nos iluminando com a sabedoria e com as verdades que escreves em
tuas colunas.
A luta está apenas começando, ainda mais que temos o “sapo barbudo” liderando as pesquisas para a sucessão presidencial do ano que está chegando.
Saudações liberais e honestas de um admirador de teu trabalho intelectual.

Pedro Barth Morè
Advogado
Porto Alegre – RS
barthmore@hotmail.com
pmore@iab.com.br

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Prezado Diretor de Redação da Revista Época;
Restringir a publicação da coluna do brilhante Olavo de Carvalho, bem como publicar seguidas colunas da Sra. Maria Conceição Aquino, me obrigou a voltar a assinar a Revista Veja. É de lamentar-se, pois este órgão de imprensa sempre primou por uma postura democrática.

Atenciosamente.
Gilson Hermann Kroeff
Advogado
Porto Alegre/RS
gkroeff@terra.com.br

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Caro Marcos Dvoskin:
Sou leitor da revista e gostaria de saber os motivos que levaram esta direção a reduzir o espaço do colunista Olavo de Carvalho, assim como substituí-lo pela Maria da Conceição Aquino, notória esquerdista, com um desequilíbrio quantitativo nas edições favorável a esta, além de um qualitativo altamente tendencioso e sectário. Que lastima!. Será que a Editora Globo e a Revista Época começam a perder sua independência por dinheiro, a exemplo do que acontece aqui no Rio Grande do Sul?. Esta situação envergonha a história e a credibilidade da Revista. Acabam de perder um leitor .

Cordialmente.
João Luiz dos Santos Moreira
joao.moreira@terra.com.br

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Bom Dia Sr. Olavo.
Sou sua admiradora e sempre que possível leio-o onde o encontro, (Zero Hora, revistas). É lamentável a atitude da Revista Época, mas com certeza o futuro dessa atitude é pequeno e curto pois já não existe mais espaço para esse tipo de coisa.
Continuarei a lê-lo sempre, pois é onde encontro guarida para minhas inquietações.

Saudações.
Cleuza Kollet
Porto Alegre – RS.
piffero@procergs.rs.gov.br

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Olavo,
Passei mensagem ao Dvoskin. Deixei de ler Época. Acho que a revista poderia perfeitamente manter ponto e contraponto, mas preferiu render-se a essa vagabundagem da esquerdalha pátria.

Abraços do amigo
Polibio Braga
polibiob@ig.com.br

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Prezados Senhores:
É com preocupação e repugnância que assisto uma revista do pretígio da Época, restringir a veiculação dos artigos do professor Olavo de Carvalho.
Com esta atitude ficam confirmadas as assertivas do prof. Olavo de que a imprensa brasileira é majoritariamente esquerdista e tem como seus ídolos os Fidel Castro, Che Guevara e outros canalhas assassinos, vivos ou mortos, deste planeta.
Não é possível que restrinjam a – talvez – única voz que mostra os perigos que o avanço dos comunistas do PT representa para o Brasil.
Não é possível que declarações do Lula, que se diz um apaixonado pela revolução cubana e que aquele país vive um regime democrático, seja consideradas sem importância.
Por que a revista Época não faz uma reportagem profunda do que acontece no RGS?
Os senhores sabiam que por duas vezes os chefe da guerrilha do narcotráfico das FARCS esteve no RGS, tendo sido recebido em uma ocasião, à portas fechadas, pelo governador Olívio Dutra? Por que isto não é divulgado pela Época para todo o país? Se fôsse o diretor geral da CIA, imagino o estardalhaço que a imprensa brasileira faria.
Os senhores sabiam que na CPI da Segurança Pública, entre trechos da gravação de uma fita, foi dito que cerca de 30 militares da Polícia Militar do Estado fizeram viagem à Cuba? Para fazer o quê? Ninguém sabe.
Os senhores tem idéia do que acontece nos acampamentos dos Sem Terra aqui no RGS?
Os senhores sabiam que o atual secretário-substituto da Secretaria de Segurança e a chefe do gabinete (a Rosa de Luxemburgo para seus companheiros de partido) do secretário titular são pessoas que tem vinculações estreitas com o MST, tendo exercido posições de liderança junto ao MST, antes de assumir os atuai cargos?
Será que os senhores não percebem que estão colocando em risco a democracia deste país?
Os senhores por acaso sabem o que vem acontecendo com jornalistas que criticam o governo petista do RGS, só pelo fato de falarem a verdade?
Por acaso há, contra a Época, pressões e motivos escusos e inconfessáveis para calar o Prof. Olavo?
Os senhores desculpem a contundência das minhas palavras, mas tenho certeza que é o sentimento da grande maioria dos gaúchos que preza a democracia e a liberdade e que tem medo de perdê-las.
Em tempo: não sou jornalista nem militante de qualquer partido político.
Atenciosamente
Delmar Philippsen
philippsen@terra.com.br

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Prezado Marcos Dvoskin,
Gostaria de registrar meu protesto em relação ao “desaparecimento” da coluna do nosso ilustre Olavo de Carvalho, um dos homens mais lúcidos que já colaboraram para esta revista. Sei que minhas palavras pouco irão adiantar, pois há interesses em jogo e quando isso acontece os leitores, os jornalistas, a notícia, o poder de alcance da opinião, enfim, a essência do jornalismo é esquecida e escapa como grãos de areia na palma da mão. 
Para chatear um pouco mais, deixo um desafio: cadê a explicação?

Atenciosamente,
Daniela Santarosa
Porto Alegre – RS 
dsantarosa@hotmail.com 

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Prezados Senhores,
Gostaria de deixar registrado que a publicação semanal da coluna de Olavo de Carvalho nessa conceituada Revista é da maior importância, pois o colunista tem uma visão absolutamente diferenciada para o aprimoramento conceitual brasileiro.
Cordiais saudações.
Jorge Gerdau Johannpeter 
jorge.johannpeter@gerdau.com.br

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Senhores,
Demorou para aparecer , mas infelizmente apareceu aquele que não gosta da verdade nua e crua!. Que prefere usar da censura e da supressão da liberdade de expressão para tentar que o povo não seja alertado para o processo em curso de verdade única , de lavagem cerebral, de maniqueísmo. Nós, do Rio Grande do Sul, conhecemos muito bem o malefício dessas táticas daninhas; essas, sim, golpistas e antidemocráticas!
Manifestamos nosso total repúdio a essa atitude, tomada pela Revista Época ao excluir o prof. Olavo de Carvalho de sua excelente e esclarecedora coluna semanal. Nós estamos deixando de comprar a referida revista e estamos fazendo uma campanha para que mais e mais gaúchos assim o façam!

Lígia Halmenschlager
Vice-Presidente do Movimento Mulher Pró-RS
ligiamh@terra.com.br

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Prezados Senhores:
Acabo de ler que vou perder o privilégio de ler semanalmente a coluna do Olavo de Carvalho. Caso seja verdadeira esta notícia, é lamentável.

Atenciosamente
Claudio N. Schneider
scharlau@nh.conex.com.br 
Novo Hamburgo RS

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Prezados senhores,
Gostaria de saber o porquê da ausência do Sr. Olavo de Carvalho nas últimas edições da revista Época. Ele era a única pessoa que escreve alguma coisa diferente e que permite que tenhamos outros pontos de vista sobre o mesmo assunto. A Dra.Aparecida de Aquino é, obviamente uma autoridade em História, mas poucos têm a cultura geral que permite injunções históricas, políticas e filosóficas como o Sr.Olavo de Carvalho. Como leitor de Época, gostaria de ter minhas escolhas novamente. Ter possibilidades de análise sob diferentes pontos de vista, pois, quando um assunto está em moda, todos escrevem a mesma coisa, como se fossem variações sobre o mesmo tema, e somente uma pessoa arrisca-se a desafiar e mostrar com fatos e dados, que existe uma forma diferente de analisar a questão em moda, que é o Sr. Olavo.
Aguardo resposta, 
Roberto Oliveira
rblv@bol.com.br

Caro Roberto,

Segue resposta do diretor de Redação, Paulo Moreira 
Leite:

Caro Roberto,

Quem acompanha minha trajetória profissional sabe que sempre fui um jornalista preocupado com a democracia, o pluralismo e o confronto de idéias. Creio que ninguém tem o monopólio da verdade nem o direito exclusivo a expressar sua 
opinião. Por isso, resolvi abrir Época para outras idéias e visões de mundo. Acho que você só terá a ganhar se resolver conhecer outros olhares sobre velhos problemas.
Paulo Moreira Leite,
diretor de Redação

Prezado Sr.Paulo Moreira,
Bom Dia,
Excelente saber que temos na Direção de Redação da revista Época uma pessoa cuja história é marcada pela democracia, pluralismo e confronto de idéias.
Entretanto, não entendi quando o Sr. afirmou sobre o “monopólio da verdade”.
Em momento algum (como o Sr.pode ler na minha mensagem anterior) afirmei que o Sr.Olavo a detêm, assim como os Srs.Luiz Fernando Veríssimo, Roberto Pompeu de Toledo, e outros que regularmente escrevem na Veja, Isto 
É e Época.
Pela sua lógica, estes senhores deveriam então deixar de opinar eventualmente, para que outros pudessem expressar suas opiniões.
O problema, repito, é que o confronto de idéias que o Sr. defende, está justamente no discurso totalmente antagônico e diametralmente oposto do Sr.Olavo.
Como estimular o confronto de idéias, através de idéias semelhantes?
O confronto exige a diferença.O último texto da Dra.Aquino, pode ter uma semelhança com a fúria dialética do Sr.Olavo, mas a essência das idéias é a mesma dos demais colaboradores de sua revista. É quase a mesma coisa que colocar Fidel debatendo com Putin. O primeiro é mais furioso na verborragia que o segundo, e quem visse o debate entre os dois, poderia pensar que o primeiro é a oposição. 
Idem para as figuras de Krugman e Sachs.Outro detalhe é sobre o que o Sr. “acha” que eu só tenho a ganhar.Não me lembro de ter emitido, como consumidor de sua 
revista, uma procuração para o Sr. “achar” o que é melhor para mim.
Se as vendas estão baixas, não estou gostando. Se as vendas sobem, estou gostando.
A revista é mais uma fonte de informações gerais, mas minha opinião está baseada em vivências e leituras um pouco mais profundas.
Olha Sr.Paulo, eu não sou aluno do Sr.Olavo, não o conheço pessoalmente. Sou apenas um leitor, que faz parte do que os americanos chamam de “ordinary people”,filho da ditadura, que vive e pensa os paradoxos do Estado brasileiro. 
Se o Sr. acha que para a sua revista é melhor manter tudo igual, vai fundo, eu não tenho nada a ver com isso. O Sr. deve ganhar muito mais que eu, e deve ter muitos 
gráficos que apóiem sua decisão. Afinal, o Sr. é o Diretor de Redação e eu não tenho o direito de opinar sobre suas decisões.A única variável que disponho desta equação é a qualidade de sua revista, que é muito boa.Eu apenas quis saber o porquê, o Sr. respondeu e eu entendi.
Lamento informar que a partir de hoje, não vou mais comprar sua revista.
Obrigado pela sua pronta resposta,
Roberto Oliveira
rblv@bol.com.br

Mais cartas à Época 

Olavo de Carvalho
 

16 de novembro de 2001

Estas são algumas das cartas enviadas à revista Época durante a semana passada. Não requerem o mínimo comentário, mas agradeço de coração a todos os remetentes. – O. de C.

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Prezados Senhores,

Sou assinante de Veja e tenho comprado Época regularmente pela coluna de Olavo de Carvalho. Como todo leitor tem suas predileções nas publicações que lê, os artigos ali publicados são motivo mais do que suficiente para que eu compre a revista, e inclusive considere assiná-la.
Entretanto, no primeiro número deste mês, não encontrei a coluna, o que se repetiu no número seguinte. Em conversas com outros leitores, soube que foi reduzida para uma publicação mensal, em vez de semanal.
Não consigo atinar com o motivo de Época querer reduzir uma contribuição desse calibre, vinda de um filósofo que é hoje um dos maiores intelectuais brasileiros, além de jornalista tarimbado. Não adianta dizer que seja para permitir ao leitor conhecer outros pontos de vista; pois Olavo de Carvalho é justamente o único jornalista de peso neste país que nos oferece regularmente uma visão diferente dos discursos massificados da imprensa, hegemonicamente de esquerda. Em seu lugar, colocaram uma professora da USP repetindo chavões de uma ideologia barata que se pode encontrar em qualquer botequim universitário, banalmente reproduzidos por uma imprensa leviana e intelectualmente pueril. Por que Época deveria vetar uma voz dissonante e original para permitir aos leitores o acesso a clichés que já se encontram por toda parte?
Talvez a redução tenha ocorrido em função das críticas contundentes feitas naquela coluna a figurões da política nacional. Mas são ossos do ofício jornalístico, sem os quais não seria necessário haver liberdade de imprensa. É claro que isso não se aplica quando há calúnia ou difamação, mas também não é o caso, já que aquele colunista não fez nenhuma afirmação que não pudesse ser provada. De resto, os artigos saíam em coluna de opinião, deixando claro que a revista não endossa necessariamente as posições do autor.
Também não adianta alegar que o corte tenha ocorrido por ser um articulista “de direita” (já li dele as seguintes palavras: “em nome do pluralismo, luto para que exista uma direita neste país, o que não significa que, quando existir, eu vá concordar com ela”). Desde quando é crime ser de direita, como se o pensamento de esquerda fosse uma cláusula pétrea da Constituição? Toda democracia pressupõe a existência de uma direita, uma esquerda e um centro; se só a esquerda fala, não há democracia nenhuma. Simpatias ideológicas à parte, os artigos de Olavo de Carvalho são de uma coragem, de uma erudição e de uma honestidade intelectual que não se podem deixar de respeitar, independentemente de concordarmos com ele. São um diferencial que faz de Época uma publicação à altura de suas concorrentes, e até melhor.
Se Época cortou o espaço de Olavo de Carvalho por ceder a pressões políticas, agiu com uma covardia que a faz cair em nosso conceito. Se o fez por discordar das opiniões do jornalista, demosntrou intolerância e totalitarismo, o que a faz cair tanto mais.
Olavo de Carvalho tem denunciado a existência de uma patrulha ideológica nas redações do país inteiro. Aos olhos de milhares de leitores, Época acaba de comprovar o que ele diz. Em função da coluna, a revista vinha sendo considerada um órgão jornalístico corajoso e independente, pela abertura que tem dado a opiniões tão polêmicas quanto bem fundamentadas. Agora, passa a ser vista como um veículo covarde e sujeito a censura interna. Uma massa de leitores insatisfeitos vai começar a procurar outro canal de idéias.
Tenham certeza de uma coisa: nenhum leitor de esquerda, podendo encontrar seus discursos em várias outras revistas do gênero, vai passar a ler Época pelo corte de Olavo de Carvalho; mas milhares de leitores de Olavo de Carvalho vão deixar de ler a revista por essa razão. Entre eles, eu. Só compro Época quando a coluna sair.
Por favor, VOLTEM A PUBLICAR OLAVO DE CARVALHO SEMANALMENTE.
Com a minha atenção e (condicionalmente) o meu respeito,
Augusto Vasconcellos.
augusto_vasconcellos@hotmail.com

***

Prezado senhor,
Ainda que tardiamente, venho solidarizar-me consigo, haja vista a safadeza – não há outra palavra – que fizeram com o senhor. Ainda bem que nós, aqueles que comungamos dos seus ideais e acompanhamos a sua luta pela imprensa, através dos seus livros e ainda pela Internet, sabemos que faltando aos opositores o mínimo de condições para rebater seus argumentos, outra não poderia ser a ação dos mesmos, marxistas enquistados nos nossos meios de comunicação social e contando com o beneplácito dos proprietários estes talvez esperançosos de continuar a mamar nas tetas governamentais se aqueles vierem, um dia, a assumir o poder. Aliás, a família Marinho comunga, de longa data, com a idéia de que apenas o pessoal de esquerda “sabe fazer jornal”. Aceite, com o meu abraço, a certeza de que comungamos dos mesmos ideais.
Osmar José de Barros Ribeiro
ojbr@wnet.com.br

***

Ao Sr.diretor de redação época.
Não foi por acaso que escrevi o nome da revista com letra minúscula. Ela simplesmente apequenou-se ao tomar essa estranha e insensata decisão.
Estamos tão parcos de inteligência nessa terra brasilis e a época resolve contribuir para a entropia geral diminuindo o espaço de apresentação de uma das penas mais brilhantes surgidas nesse pobre cenário intelectual. Se é intenção da revista ampliar o espaço para a lenga lenga da esquerda, estou fora. Não tenho mais idade, nem tampouco paciência para aturá-la. Como se
diz por aí, vou procurar minha turma.
Como ainda vivemos em gozo de liberdade, assim como a revista tem o direito de tomar as decisões que julga mais conveniente, eu também tenho o direito de baní-la dos meus interesses.
Léo Guedes
leog@nh.conex.com.br

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Olá
Sabemos com que brilhantismo Olavo de Carvalho defende seu direito de livre expressão e pensamento ainda que não lhe interesse formar uma militância ativa. Coloco minha Home page a disposição de todos que partilham admiração pelo trabalho do Olavoe de tantos outros corajosos. Lá poderá ser encontrados vários artigos que confirmam e afirmam o que Olavo diz. Também há vários links para livros on line tal como BRAVE NEW SCHOOL. O endereço é : http://planeta.terra.com.br/arte/policymaker

Um abraço
Davi Washington
daviws@hotmail.com

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A proibição de pensar ou o Muro das Lamentações 
Incontáveis as cartas enviadas à redação da revista Época. E, sinceramente, me surpreendo com o fato. Com o quê? Com o elenco de impropérios, injúrias e lamentações de todos os admiradores, diga-se, os “ingênuos” admiradores da obra do filósofo (será mesmo? sequer é graduado na USP…), escritor e, 
vergonhosamente não-marxista Olavo de Carvalho. Ingênuos admiradores entre os quais, ai de mim! me incluo. 
Será que não percebem as absurdidades que proferem, caros leitores e “cúmplices”? Não percebem que, por umas quantas insondáveis razões de ordem editorial, os artigos do senhor Olavo de Carvalho foram ligeiramente suprimidos, ou mutilados, por ocuparem espaço físico (ideológico se preferem) em demasia, nesta que é uma revista atenta aos clamores urgentes de sua “época”? Não me surpreende, sequer me comove, que uma publicação com tal nome seja, pura e simplesmente, coerente com o mundo e seus chamados. 
Afinal, o senhor Olavo de Carvalho não é formado na escolinha de pseudospensadores da USP, logo, não é esquerdista por vocação, logo, é um neoliberal, logo, um direitista retrógrado, logo, um reacionário caquético, logo, enfim, óbvia conclusão para os que pensam que pensam, um fascista execrável!!! E os senhores, caros e ingênuos leitores, entre os 
quais, ai de mim! me incluo, seus discípulos, seus comparsas. 
A revista Época é nada mais ou menos que coerente com o estapafúrdio estado de coisas que nos cerca. Época de imbecis e charlatões. Época de uma revolução sorrateira, silenciosa. E fatal. 
Segundo o ilustre diretor de redação da prestigiada revista, foi aberto um espaço “para outras visões de mundo”. Caros leitores, exemplo raro de caridade cristã nos foi legado: cegos ocuparão o espaço de nosso infortunado filósofo. E cegos terão outras visões de mundo. Ou nenhuma visão, o que é melhor, pra que a ordem se mantenha intacta, inabalável qual monge budista. 
Nas páginas de Época, novamente teremos oportunidade de ler rançosos comentários de esquerda. E Jean-Paul Sartre dará voz às nossas mazelas. 
Afinal, pra quê Aristóteles? 
A revista, sim, cumpre seu papel, e entrará para a História. Registrará, indelevelmente em suas páginas, a miséria espiritual de nossa época. 
E isso basta.

Obs: Também passo, a partir de agora, a fazer parte da “horda” de ex-leitores da já tão citada publicação. 
Um abraço 
Georgenes Gustavo Nogy 
gustavonogy@ig.com.br

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Senhor redator,
Notei que há duas edições não sai a coluna do Olavo de Carvalho, diga-se de passagem o melhor desta revista, o que está acontecendo?
Mudou a direção?
É a censura vermelha?
Familia Marinho tome uma providência. Não compro mais a ÉPOCA até o colunista voltar.
Sem mais,
Celina de Sousa Vieira 
celina@novonet.com.br

Redação Época

Cara Celina,

Agradecemos o envio de sua mensagem. Os artigos de Olavo de Carvalho serão publicados uma vez por mês. Esperamos continuar contando com a sua atenção.

Um abraço,
A Redação

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Caro Sr. Redator responsável pela censura ao colunista Olavo de Carvalho,
Sem Olavo sem chance, até já enviei e-mail endereçado ao Sr. Marinho solicitando o retorno imediato do Olavo assim como a lista de amigos que não mais estarão COMPRANDO a Época enquanto o colunista não retorne semanalmente.
Obrigada, 
Celina de Sousa Vieira 
celina@novonet.com.br

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Caro redator,
Pode crer que não estarei mais comprando a revista Época por que o Olavo não está mais nela, ainda mais com este fiasco sobre a Ana Maria Braga, eu como médica acho inaceitável a capa da revista sugerindo erro médico e depois a própria apresentadora desfaz o mal entendido, acho que a Época ficou pior.
Grata pela atenção, 
Celina de Sousa Vieira 
celina@novonet.com.br

Época Leitor <epocaleitor@edglobo.com.br>

Cara Celina,

Agradecemos por seu retorno. Sugerimos que leia a reportagem “A volta da guerreira”, edição 183. Esperamos continuar contando com a sua atenção.

Um abraço,
A Redação

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Prezado Sr. Diretor de Redação,
O senhor deve ter recebido, e talvez ainda continue a receber por algum tempo, um expressivo número de cartas/e-mails manifestando espanto ou repúdio em relação à redução do espaço, nessa conceituada revista, do filósofo e jornalista Olavo de Carvalho. Se considerarmos o fato de que os leitores são o objetivo final de um órgão de imprensa digno do nome, tais manifestações não deveriam ser menosprezadas, sobretudo num momento em que, em boa parte por causa dos artigos de Olavo de Carvalho, Época demonstra um significativo incremento em termos de leitores e influência no meio jornalístico.
O argumento de que a redução do espaço não significou censura, mas uma preocupação em dar voz a “outras idéias e visões de mundo” não parece honesto, e é fácil perceber porquê. Ora, se fosse essa a sua real preocupação, o senhor deveria agir justamente de forma oposta, pois Olavo de Carvalho é praticamente a única pessoa com voz no meio jornalístico a dizer coisas novas, diferentes de toda a cantilena com a qual o povo brasileiro já está habituado ao ponto da anestesia. Ou seja, uma preocupação sincera com a veiculação de visões de mundo diferentes (desde que assumamos o pressuposto de que essas visões se eqüivalem e por isso merecem as mesmas oportunidades) deveria implicar não a redução do espaço de um dos mais originais, eruditos e corajosos pensadores surgidos no Brasil, e sim a efetivação de Olavo de Carvalho como colunista permanente de Época, até porque não há rigorosamente nada que justifique a decisão de manter, por exemplo, Zuenir Ventura com esse status, a não ser seu prestígio junto à intelligentzia esquerdista. Sem querer desmerecer o articulista, não há como comparar, em termos de capacidade de expressão, de erudição, de incisividade, enfim, de genialidade, Zuenir com Olavo.
Não temos, eu e muitos milhares de leitores de Época, a menor dúvida de que a decisão de alçar Olavo de Carvalho à condição de colunista semanal (tal como Zuenir Ventura) há de consolidar o lugar de Época como uma revista ainda mais diferenciada, na medida em que possibilitará ao seu cada vez maior contingente de leitores o privilégio de ler artigos de extraordinária qualidade e força, de um pensador cuja importância tem crescido sensivelmente nos últimos anos, e cuja tendência é aumentar ainda mais.
Não parece exagero dizer que Época pode estar perdendo (para outros órgãos de imprensa) a oportunidade de manter em seus quadros um articulista cujo portentoso valor há de ser muito em breve reconhecido. Não creio que o senhor gostaria de arcar com esse ônus (mesmo que reconheçamos que tal decisão talvez não dependa só do senhor).
Deixo aqui meu manifesto e minha sugestão, humildes, mas que certamente podem ser endossadas pelos muitos leitores ávidos por informação inteligente e de qualidade diferenciada, que certamente constituem o público alvo preferencial de revistas do porte de Época.

Respeitosamente,

Marcos Grillo/RJ
mgrillo@vento.com.br

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Prezado Editor,
A democrática decisão de amputar severamente o espaço de Olavo de Carvalho na Revista Época, confirma, a meu ver, a tese da ilustrada professora da USP. Na verdade, o nosso problema são os Estados Unidos, não há dúvida.
São os Estados Unidos os culpados pela sábia decisão de, a pretexto de democracia e pluralismo – li a resposta do Editor-Chefe da Revista no site do Olavo de Carvalho – reduzir tão-somente o espaço de Olavo de Carvalho, enquanto o Ventura, que não fede e não cheira, pelo menos sob o olfato de chauís e konders, continua a cacarejar o seu amontoado de clichés e teses confortáveis para o establishment esquerdista.
Uma decisão tão louvável que pune, exclusivamente, a inteligência excepcional, fulgurante e desestabilizadora só pode ser imputada aos Estados Unidos, pois, longe de mim, acreditar que isso possa ser um sintoma do nosso subdesenvolvimento mental, que fala muito em democracia, em igualdade de direitos, enquanto tais princípios não colidem com o nosso corpinho de preconceitos e cacoetes mentais.
Parabéns pela estratégica forma de conferir democracia e pluralismo à Revista Época, estratégia americana – ou seria melhor, estadunidense como quer a nossa professorinha.

Atenciosamente
Pedro Paulo Reinaldin
reinaldin@uol.com.br

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Senhor Editor,
Olavo de Carvalho é, sem possibilidade de dúvida, a mais lúcida, vibrante e articulada inteligência do Brasil atual e, quiçá, um dos maiores intelectuais brasileiros de todos os tempos. Que “Época” tenha alegremente fatiado seu espaço já constitui, portanto, um escândalo ( se um escândalo de maquiavelismo ou de inconsciência, não saberia dizer); que seu espaço tenha sido ocupado pelas platitudes de mais uma professorinha uspiana acrescenta ao escândalo a dimensão do ridículo.
Lamentando o acontecido e esperando que a decisão seja revista, despeço-me.

Fabiano B. Moraes 
MORAESFABIANO@aol.com

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Caro professor Olavo de Carvalho,
Tenho duas coisas a dizer a respeito: primeiramente, não tenho a menor esperança de que este ou outro protesto contra a redução de seu espaço seja publicado; em segundo lugar e em conseqüência, tampouco nutro reais esperanças de que sua coluna volte a ser semanal, ao contrário do que disse no e-mail (disse-o pois a esperança é a última que morre).
Mas pouco importa que as várias reclamações sejam solenemente ignoradas. Pois o senhor conquistou a ferro e fogo um espaço que a intelligentsia esquerdista só concede quando fingir desconhecer a existência de um outsider torna-se insustentável; quando esse fingimento passa a depor frontalmente contra a honestidade e a inteligência de nossos intelocratas. O senhor se encontra, portanto, na companhia de um Nelson Rodrigues, de um 
Gilberto Freyre, que bem poderiam ter dito para a nossa esquerdinha a célebre frase de Zagallo: vocês vão ter que me engolir.
Em suma: o senhor já é um vencedor, e esse episódo da “Época” só vem confirmar sua vitória, pois, como dizia Swift, “quando no mundo aparece um verdadeiro gênio, reconhecê-lo-eis por este indício: que todos os néscios se conjuram contra ele”. E quem, senão os gênios, têm conseguido vencer a nossa massiva e barulhenta conjuração dos néscios?
Saúde para si e para os seus. E continue a batalha. 

Fabiano B. Moraes
MORAESFABIANO@aol.com

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Prezados Senhores:
Como leitora assídua da evista ÉPOCA, venho manifestar meu desagrado pela substituição da coluna do brilhante e instigante jornalista Olavo de Carvalho por uma (mais uma) professora da USP. Com sua agudeza de percepção, clareza de estilo e senso de humor, Olavo se destaca da mesmice do atual jornalismo brasileiro. É lamentável que os fatos venham a comprovar o que o leitor brasileiro já começa a questionar: haveria uma militância vermelha de plantão nas redações? Qual a razão da exclusão do artigo do Olavo que todos, aliás, podem ler na internet? Estamos realmente diante de uma censura aos jornalistas que não fazem coro à linha imposta por aquele grupo da esquerda totalitária que, pelas evidências, estende sua fina, mas implacável, malha de ferro contra os que apontam a nudez do rei?
Preocupa-nos o silèncio imposto, pela redação de Época, a este polêmico e original colunista.
Cordialmente,
Solange Mendonça Campos
sola@task.com.br

Redação Época

Solange,

O Olavo de Carvalho continuará escrevendo em Época. Seus artigos passam a ser mensais. Ele não está sendo substituído. Está dividindo espaço com outras idéias. Esperamos continuar com a sua atenção e participação.
Um abraço,
A Redação

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Senhor Editor,
Agradeço a gentileza de sua resposta.
Entretanto, as “outras idéias”, para as quais a revista ÉPOCA está abrindo seu espaço, a julgar pelo medíocre artigo da professora da USP (que apenas reforçou o coro uníssono repetido à exaustão pela nossa esquerda- de- plantão) esta amostra das prometidas “outras idéias” me tirou completamente o interesse pela ÉPOCA, que acaba de perder uma leitora. Pois trata-se, apenas, das “mesmas idéias”, o que é compreensível face às mudanças ocorridas na direção da edição e redação da revista. Passei a ter também desconfiança quanto à credibilidade jornalística da publicação, que, face às mudanças, não mais poderá apresentar o espaço que eu procurava para acompanhar a diversidade e riqueza do livre debate de idéias e a crítica dos chavões político-ideológicos que sufocam a inteligência de nossa mídia.
É lamentavel, para os leitores e para o Brasil.
Atenciosamente,
Solange Mendonça Campos
sola@task.com.br

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Prezados Senhores,
Embora assíduo leitor da revista Época, por motivo de saúde, deixei de comprar o último número que, certamente, até ajudaria à minha convalescença. Explico: Fui informado, por camaradas exultantes, que vocês censuraram o incomodativo articulista Olavo de Carvalho que vinha desnudando as nossas mentiras, tramóias e desinformações, destinadas a formar uma opinião pública favorável à nossa causa. Disseram-me que, de modo sutil e inteligente, vocês passaram a coluna desse articulista de semanal para mensal. Meus parabéns. Já que não é possível calar de todo uma voz que tem por ofício nos desmascarar, a jogada dessa editoria, pelo menos vai minimizar os estragos que esse representante do imperialismo ianque e direitista de carteirinha vem fazendo nas nossas hostes. Não perdôo esse Olavo de Carvalho, principalmente porque deu adeus ao nosso Partidão e agora vive a nos entregar de bandeja, àqueles que até o seu aparecimento vínhamos conseguindo ludibriar. É um traidor. E o pior é que sabe tudo de nós e vem se alinhando com as Forças da Ordem- um eterno obstáculo às nossas pretensões de resolver todos os problemas da Humanidade, com a implantação do comunismo mundo afora. Para completar o belo serviço de vocês, só falta a gente fazer uma fofoca dele para ver se o calamos também em O Globo. Com minhas saudações vermelhas, renovo meus cumprimentos pelo trabalho que, embora sujo, encontra justificativa no que o inesquecível Lenine nos ensinou: – tudo que beneficiar à nossa causa comunista é moral e legítimo. Atenciosamente, subscrevo-me.
Astrolindo Bello de Carvalho.
astrolindobello@globo.com 

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Prezado Professor Olavo
Em solidariedade a você enviei uma carta a Época reclamando da decisão deles de lhe cortarem espaço.

Agradeço sua generosidade para com seus leitores e a Deus por termos no Brasil uma inteligência como a sua.
Aproveito este para lhe desejar feliz natal e próspero ano novo.
Um abraço
Luiz
lg2@terra.com.br 

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Prezados Senhores,
Serve a presente para externalizar meu desagravo pelo ato de agressão que sofreu Olavo de Carvalho, melhor jornalista e escritor da mídia brasileira, quando teve seu espaço mutilado pelos “donos” da revista Época. Já me acostumei à pobreza da cultura brasileira e da intelligentsia e mais uma manobra da elite hegemônica esquerdista não vai me surpreender. Época perderá muitos leitores se não voltarem atrás na errada decisão.
Luiz
lg2@terra.com.br

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Prezado Editor de “Época”,
Causou-me profunda decepção quando procurei pela página de Olavo de Carvalho em “Época” e vi em seu lugar uma estranha figura. Pensei comigo: teria Olavo entrado em férias?
Porém, ao abrir o site do Professor, e lendo os vários e-mails de desabafo de leitores inconformados, constatei que Olavo escreverá uma única vez por mês.
É mesmo verdade que Olavo foi censurado? Se foi, é muito lamentável que ocorra uma censura em “Época”, censura essa que, parece, se deve a um artigo em que Olavo abordava a vida de nosso novo Ministro da Justiça, Aloysio “Ronald Biggs” Nunes Ferreira.
Félix Maier
ttacitus@hotmail.com

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Prezado Editor:
Eu gostaria de saber quem foi o talibã que censurou nosso escriba mais interessante do momento, para colocar em seu lugar panfletos bobocas de “libélulas” da USP.

Cordialmente,

Félix Maier
ttacitus@hotmail.com

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Prezado Professor,
Agora, a minha regra para a Época é a mesma já aplicada com respeito a outras publicações que estão nas bancas: abro; se houver o bom artigo, compro a revista ou o jornal. Caso contrário, agradeço ao jornaleiro e vou embora…Aquela revista, como se costuma dizer, pisou na bola.
Um abraço
Roberto Miscow Filho
miscow@epq.ime.eb.br

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Prezado Olavo
Tomei conhecimento, através de emails, de que estariam fazendo pressão contra o seu magnífico trabalho e tentando suprimir sua coluna, cuja periodicidade já teria sido reduzida. Isto já seria de esperar. A esquerda está sempre pronta a censurar aqueles que a criticam.

Já estou desencadeando, através dos meus correspondentes, uma pressão sobre a mídia, em seu apoio, tendo sugerido ao pessoal do Guararapes, que despeje uma torrente de emails sobre os jornais. Da minha parte, já estou agindo. E isto não significa apenas lhe enviar um
email de apoio.
O meu abraço
Pedro Paulo
pedroprocha@netpar.com.br

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Caro professor Olavo
Fiquei profundamente decepcionado, como todos os que escreveram a você, ao não encontrar seu artigo semanal na ÉPOCA. Em seu lugar, mais uma voz do “monstro de mil línguas” que cresce neste país há muito tempo. Você pode dizer, com Nietzsche, que “o depois de amanhã me pertence”. Também escrevi à revista reclamando, assim como para as revistas BRAVO! e REPÚBLICA, que não publicam nada seu há algum tempo. Nós perdemos um pouco da fala de um grande filósofo, e a democracia perde aquilo que a caracteriza: pluralismo e confronto de opiniões. Tudo o que a revista fez foi dar maioria

em seu espaço às vozes da esquerda, como faz a Rede Globo inteira. 
Conte com meu apoio.
Um abraço
Nilo de Medina Coeli Neto
niloceli@bol.com.br

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Caro Prof. Olavo de Carvalho,

Já havia notado a ausência de seus luminosos ensaios na revista Bravo!(o que terá acontecido? me perguntei, surpreso). Agora, tomo conhecimento – não tão surpreendido, confesso – da supressão sumária de 75% do seu espaço na revista Época, cuja motivação, inconfessada, é censurar uma das poucas vozes neste país que não têm medo de esmascarar as mentiras disseminadas pelas esquerdas ao longo de décadas, mentiras que hoje, lamentavelmente, revestem-se de status de verdades sagradas. Tais fatos, somados a outros sistematicamente apontados em seus artigos, confirmam, infelizmente, aquele melancólico diagnóstico que o senhor fez da realidade intelectual brasileira atual como “a longa marcha da vaca rumo ao brejo…”.

Quosque tandem ?

Um grande abraço.

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Gilberto Luiz B. Edson
gilbertoedson@bol.com.br

Viva
Solidarizo-me com David West sobre Olavo, aqui desde Lisboa. Enviei mail para revista Época que consulto na net e que nem respondeu, nem com o respondedor automático que tiveram para este caso. Vi hp de DW e gostei mesmo. Tenho dúvidas, no entanto, quanto a teorias conspiratórias do género “O Duque de Edimburgo em Buckingham” nos anos 60, etc. etc. O amigo não fornece prova. Mas creio que o essencial do seu alerta de cobiça sobre Amazonia tem validade, mesmo que não por essa via argumentativa

Cumprimentos
Mendo Castro Henriques
Professor
www.terravista.pt/PortoSanto/1139
netmendo@netcabo.pt

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Sr. Diretor,
Sou leitor da revista Época desde o primeiro número. O que mais admiro, ou admirava, na revista é a sua posição pluralista, de abertura a visões diferentes quando não completamente opostas. O filósofo Olavo de Carvalho é um dos mais respeitados, originais e corajosos pensadores do Brasil atual. A supressão de sua coluna semanal é um duro golpe contra a lucidez e a inteligência. Perde a Época mas principalmente perdemos nós, leitores, que tinhamos toda a semana a possibilidade de ler uma visão alternativa, algo incomum em nossa nossa mídia lamentavelmente tomada pela repetição monocórdica do receituário politicamente correto e esquerdista. Não compreendo o argumento utilizado pela revista para justificar tal atitude: qual foi o critério para a escolha feita pela revista? Por que “mensalizar’ o Olavo de Carvalho e consagrar a coluna semanal do Sr. Zuenir Ventura, sabidamente um sujeito muito menos “inspirado” do que o filósofo?
Tadeu Viapiana
tadeu@centro.com.br

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E mais cartas à Época