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Obama foge do processo

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 26 de setembro de 2008

No último dia 24, fim do prazo para responder ao processo de inelegibilidade movido pelo advogado democrata Philip Berg, Barack Obama não respondeu nada: apresentou um pedido de dispensa (motion for dismissal), típico recurso embromatório que, em geral, só torna o réu mais suspeito ainda.

Uma motion for dismissal consiste em alegar que a acusação não apresentou provas suficientes para justificar a instauração ou continuação do processo. Que os advogados de Obama recorram a esse expediente não deixa de ser uma curiosa amostra de inversão revolucionária da lógica jurídica. O argumento central de Berg é que Obama não apresentou uma certidão de nascimento impressa. Cabe ao candidato provar que é cidadão americano, não à promotoria provar que ele não o é. Para que se instaure o processo, basta o fato bruto de que o documento nunca apareceu, de que portanto não existe uma única prova de que Obama tem cidadania legal. Acontece que, a essa afirmação líquida e certa, Berg acrescentou alguns fortes indícios de que (1) A cópia eletrônica exibida pela campanha de Obama é falsa; (2) Obama nasceu no Quênia. Os defensores de Obama, alegando a insuficiência destes argumentos suplementares, procuram apenas esquivar-se de responder ao ponto central: Cadê a certidão impressa? Se Obama tivesse uma, bastaria apresentá-la e seria inocentado no ato. O que seus advogados fizeram foi dar a entender que ele não tem mesmo nenhuma.

Em troca, ganharam tempo, mas à custa de plantar as sementes de uma crise constitucional que vai estourar fatalmente mais cedo ou mais tarde: se o processo ficar para depois da eleição, e se Obama vier a ser eleito, os EUA, em vez de simplesmente impugnar uma candidatura, se verão na contingência de ter de derrubar um presidente, provocando automaticamente a ira de seus devotos, ou então de sacrificar a Constituição e as leis no altar de uma pseudo-religião grotesca, postiça no mais alto grau, na qual milhões de idiotas se prosternam ante um arrivista improvisado sem nem mesmo perguntar de onde ele veio. As duas hipóteses são aterradoras, e a motion for dismissal, se aceita pelo tribunal, reduzirá o campo de escolha a uma das duas.

Cada vez mais me convenço de que tudo isso, desde o princípio, esteve nos cálculos dos criadores do mito Obama. Menos do que fazer um presidente, eles quiseram implodir uma nação.

A grande mídia nacional, é claro, ignora o assunto por completo e continua fazendo seus leitores de palhaços.

P. S. – Todos os documentos do processo estão no site de Philip Berg, www.obamacrimes.com. Se você tiver alguma dificuldade de acesso, não se espante: o site teve mais de quinze milhões de visitas nos últimos dias e o tráfego está um bocado engarrafado.

Curiosidades obâmicas

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 18 de setembro de 2008

O Hamas e o presidente do Irã não escondem seu entusiasmo pela candidatura Obama. Ahmadinejad anunciou até que, se eleito o candidato democrata, o Islam revolucionário dominará o mundo. Não são palavras vãs. Mesmo o New York Times teve de reconhecer que, dos 200 milhões de dólares colhidos pela campanha de Obama só na internet – o dobro do total obtido por qualquer candidato presidencial nos EUA ao longo da História –, o grosso não vem de eleitores americanos: vem de umas poucas contas bilionárias do Irã, da Arábia Saudita e da China (v. a coluna de Maureen Dodd do último dia 29).

No front interno, não há uma só organização comunista ou pró-terrorista que não apóie o candidato democrata, cujas ligações com a esquerda radical se revelam muito mais profundas do que a campanha obamista jamais admitiu. O caso mais bonito é o do terrorista William Ayers, que Obama dizia ser apenas um vizinho com o qual jamais falava de política. Agora está bem provado não só que ambos chefiaram juntos uma ONG esquerdista, mas que Obama alegou isso como credencial para convencer o Partido Democrata a aceitá-lo como candidato ao Senado.

Não espanta portanto que a grande mídia americana e mundial tenha erguido em torno dele um muro de proteção igual ao que resguardou Lula contra a revelação da existência do Foro de São Paulo.

A ocultação mais notável é a dos dois processos criminais que correm contra Obama, o primeiro movido pelo cidadão de Minnesota que diz ter sofrido ameaças após revelar que cheirou cocaína e teve relações homossexuais com o senador democrata (v. www.thesmokinggun.com/archive/years/2008/0214081obama1.html), o segundo por um advogado da Pensilvânia que acusa Obama de falsificar uma certidão de nascimento para ludibriar o registro eleitoral – e de ser portanto categoricamente inelegível (v. www.obamacrimes.com). Obama tem até dia 24 para responder a este segundo processo, mas a mídia chique prefere dar espaço a fofocas sobre a família Palin, supostamente relevantes para a paz universal.

A uniformidade global desse tipo de manipulação torna-se cada vez mais visível, atrofiando a credibilidade (e a tiragem) dos grandes jornais e acentuando o poder do rádio e do jornalismo eletrônico, ao ponto de a elite esquerdista do Congresso americano já estudar leis para colocar sob controle estatal esses meios de comunicação (v. www.mrcaction.org/512/petition.asp?pid=16837381). Esse é um dos temas mais explosivos do debate político americano e – é claro – o mais sistematicamente ignorado no Brasil: o obamismo da mídia nacional é tão inflamado que se diria depender do Globo e da Folha o resultado das eleições americanas.

Enlouquecido de paixão obâmica, o bufão Arnaldo Jabor proclama que os conservadores americanos odeiam judeus. Ele podia ter escolhido uma mentira melhor. Nos EUA, a esquerda acusa os conservadores de ser, isto sim, fanáticos sionistas.

Mas em matéria de controle da mídia eletrônica o Brasil está mais avançado do que os EUA. Quando aí se quer tirar do ar os sites de oposição, não se vota uma lei, processo complicado que pode terminar em fiasco; em vez disso, contrata-se discretamente um hacker para encher a coisa de vírus e torná-la inviável. Essa técnica vem sendo usada eficazmente contra os sites www.midiasemmascara.com.br e www.heitordepaola.com.br. Nos EUA isso dá cadeia; no Brasil, só dá dor de cabeça – para a vítima, é claro. Para os criminosos é uma delícia rara.

As coisas em que essa gente se deleita são aliás de uma originalidade extrema. Quando Michael Moore e Dan Lawson, ex-chefe do Comitê Nacional Democrata, souberam que o furacão Gustav podia atrapalhar a convenção republicana, disseram ver nisso uma prova de que Deus existe e tiveram uma sucessão indescritível de orgasmos múltiplos. Prova da superioridade moral dos esquerdistas, o deus deles não hesitaria em matar milhares de pessoas só para dar uns votinhos ao seu filho unigênito, Obama The Savior. Mas a fé é às vezes submetida a duros testes. Gustav passou como um punzinho, não matou ninguém e a convenção republicana foi um sucesso.

O Lula americano

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 24 de julho de 2008

Além de ouvir o hino americano com as mãos sobre a bolsa escrotal e não sobre o coração, Barack Hussein Obama adulterou o emblema das armas nacionais para fazer dele um logotipo de sua propaganda eleitoral, declarou que a bandeira americana “é um símbolo de violência” e, para completar, tirou as cores do país do leme do seu avião de campanha, substituindo-as pelo “O” que representa… ele próprio.

Mais que simples desprezo, essas atitudes denotam um esforço consciente de destruição dos símbolos nacionais. Esse esforço, por sua vez, não precisa de interpretação simbólica: seu sentido é auto-evidente. Ele dá expressão eleitoral à guerra cultural travada contra os EUA, de dentro e de fora do país, desde os anos 60: trata-se de erigir, sobre os escombros do patriotismo e da soberania, um novo sistema de lealdades, baseado na aliança de todos os ódios anti-americanos, anti-ocidentais e anticristãos com os interesses bilionários empenhados na implantação do governo mundial. O sinal mais claro dessa aliança são as fontes de apoio financeiro do candidato: de um lado, grupos radicais e pró-terroristas, de outro as megafortunas globalistas e a grande mídia em peso. Daí o vigor da sua campanha, que tem quatro vezes mais dinheiro que a do oponente e – sem exagero – vinte ou trinta vezes mais cobertura jornalística.

Com esse respaldo, ele se permite desafiar não só todas as conveniências, mas passar por cima das exigências legais mais elementares: depois de sonegar durante meses sua certidão de nascimento, apresentou uma certidão manifestamente falsa (v. http://web.israelinsider.com/Articles/Politics/12993.htm). O documento original, que continua sumido, é necessário para tirar a limpo uma questão essencial: Obama é cidadão americano ou é um estrangeiro, inelegível portanto? A ocultação e a fraude subseqüente falam em favor da última hipótese, mas o entusiasmo inalterado dos obamistas, contrastando com o seu absoluto desinteresse em esclarecer essa questão, mostra que preferem antes demolir de um só golpe o sistema eleitoral americano do que permitir que os republicanos continuem no poder: o novo sistema de lealdades já está em vigor, sobrepondo à integridade nacional as ambições partidárias da esquerda.

Com a mesma insolência autoconfiante, os planos de governo de Obama contrariam flagrantemente a vontade da maioria, sem precisar temer que isso tire um voto sequer do candidato. A nação quer baixar o preço da gasolina; Obama promete aumentá-lo, mantendo o veto à abertura de novos poços de petróleo. A América quer ver os imigrantes ilegais pelas costas; Obama promete não somente anistiá-los, mas dar-lhes assistência médica com o dinheiro dos contribuintes. A nação quer menos impostos; Obama promete criar mais alguns. Se milhões de cidadãos americanos que pensam e querem o contrário de Obama juram votar nele para presidente, não é por causa do que ele promete, mas a despeito de ele lhes prometer até mesmo o inferno. A atração da imagem hipnótica é mais forte do que o cálculo de custo-benefício.

A campanha de Obama é uma obra de engenharia psicológica de precisão, planejada não para conquistar os eleitores pela persuasão racional, mas para debilitá-los, chocá-los e estupidificá-los ao ponto de fazê-los aceitar todo prejuízo, toda humilhação, toda derrota, só para não contrariar a suposta obrigação moral de elegê-lo, pouco importando que ele seja mesmo um inimigo disfarçado. Sacrificar tudo ante um fetiche, e fazê-lo até certo ponto conscientemente, compartilhando portanto as culpas da operação e incapacitando-se previamente para lutar contra ela depois de realizada, eis o que Obama está exigindo – e obtendo – dos eleitores.

Já vimos essa operação ser realizada no Brasil, com base na imagem estereotipada do “presidente operário”, contra cujos crimes e perfídias já ninguém pode levantar uma voz audível, pois, arrastados pela chantagem psicológica, todos se acumpliciaram de algum modo ao ritual de sacrifício ante o altar do ídolo.

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