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Doutrinação difusa

Olavo de Carvalho


O Globo, 27 de janeiro de 2001

Um público que está contaminado de doutrinação marxista até a medula não tem, por isso mesmo, a menor idéia de que está sendo doutrinado. A primeira etapa da doutrinação é puramente cultural, difusa, e não visa a incutir no sujeito a menor convicção política explícita, mas apenas a moldar sua cosmovisão segundo as linhas básicas da filosofia marxista, sem este nome, naturalmente, e apresentada como se fosse “o” conhecimento em geral. Com exceção de um reduzidíssimo número de intelectuais que estudaram criticamente o movimento comunista e das pessoas demasiado pobres que não receberam educação nenhuma, são raros os cidadãos brasileiros que já não estejam conquistados para essa visão do mundo, no mínimo por desconhecer que ela é uma visão e não o próprio mundo.

Em especial, a explicação da história com base no esquema marxista das classes sociais economicamente definidas, que é o terreno prévio para uma doutrinação mais ativa, já se pode considerar definitivamente integrada nos esquemas de pensamento da mídia e da população instruída, ao ponto de que ninguém, aí, tem a consciência de que ela é apenas uma teoria entre outras e todos a tomam como se fosse um traslado direto da realidade vivida. Por menos que ela coincida com a efetiva distribuição das forças no panorama social brasileiro, o cidadão espontaneamente apela aos seus conceitos básicos – se não à sua nomenclatura – para expressar o que acha que se passa na sociedade. Assim, por exemplo, a burocracia estatal, em vez de ser encarada como uma força autônoma – o que é um traço característico da sociedade brasileira – e embora nela se recrute a maior parte da militância esquerdista, se tornou invisível o bastante para que os efeitos de suas ações sejam atribuídos à “classe dominante”, compreendida no sentido de “os ricos” ou “os capitalistas”. A classe média, que abrange 46% da nossa população e inclui a quase totalidade das pessoas politicamente atuantes (sobretudo na esquerda), não tem nenhuma consciência de si como entidade distinta, mas cada um, dentro dela, espontaneamente divide o quadro social entre os “os ricos” e os “os pobres”, tomando os discursos partidários como se fossem traduções fiéis das realidades sociológicas subjacentes e catalogando-se a si mesmo na classe dos pobres, sem reparar que os pobres o colocam na classe dos ricos e, na verdade, o invejam e o odeiam mais do que a qualquer banqueiro. A alienação entre a realidade social e o discurso de auto-explicação, em tais circunstâncias, é total.

Com igual facilidade, a compreensão das idéias como expressões estereotipadas de interesses de classe é projetada sobre a imagem do nosso passado histórico, passando como um trator sobre o fato, facilmente comprovável mas marxisticamente inexplicável, de que no Brasil os discursos ideológicos quase nunca coincidem com os interesses objetivos das classes sociais envolvidas. Na educação pública, nos livros, nos programas pretensamente educativos da TV, a redução marxista das criações culturais a superestruturas dos interesses de classe já está tão profundamente integrada no vocabulário corrente que quem deseje apresentar alguma outra versão da história não tem nem por onde começar a se explicar e pode até cair no ridículo ao bater de frente com o “senso comum” (no sentido gramsciano do termo).

De maneira bastante compreensível, mas nem por isto menos irônica, quanto mais limitado o horizonte de uma pessoa esteja aos cânones da vulgata marxista, mais ela reagirá com quatro pedras na mão à denúncia de que existe propaganda do marxismo no Brasil e, mais ainda, à idéia de que os comunistas tenham algum poder entre nós. Ser invisível, já dizia René Guénon, é da essência mesma do poder.

Uma segunda fase da doutrinação é a que vai associar, ao estereótipo das classes, os valores morais e emocionais necessários a despertar reações de agrado ou desagrado conforme o discurso ouvido soe de maneira a parecer associado aos “interesses de classe” dos bondosos pobres ou dos malvados ricos, por menos que, objetivamente, tenham algo a ver com isso. O discurso em favor da livre empresa, por exemplo, embora objetivamente fale em favor da imensa população pobre que vive da economia informal, é rejeitado como defesa dos interesses da “elite” e das multinacionais, enquanto o discurso estatizante, embora não arranhe no mais mínimo que seja os interesses das classes ricas e de fato fortaleça a burocracia onipotente que reduz o país à pobreza mediante uma carga tributária escorchante, é facilmente aceito como tradução dos interesses dos “excluídos”. Da alienação passa-se então à alucinação, mas, não por coincidência, a própria angústia decorrente do vago pressentimento da loucura é em seguida explorada para gerar mais ódio à imagem estereotipada da “classe dominante”, responsabilizada por todos os males e personificada em indivíduos e grupos que, na verdade, não são dominantes de maneira alguma e funcionam como puros bodes expiatórios, como por exemplo os militares. A tal ponto os símbolos convencionais se substituem à percepção dos fatos que um acontecimento como o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, é passivamente aceito pelo seu valor nominal de manifestação antiglobalista, malgrado o apoio que recebe da ONU, o coração da Nova Ordem Mundial, bem como da rede mundial de ONGs que estão para a ONU como as veias e artérias estão para o coração.

PS – Tendo outras coisas a dizer neste meu espaço semanal em vez de gastá-lo para rebater a nova investida caluniosa de dona Cecília Coimbra (O GLOBO, 20 de janeiro), mas ao mesmo tempo repugnando-me toda afetação de silêncio superior, coloquei uma resposta a ela e a seus comparsas no meu website, http://www.olavodecarvalho.org, onde mostro como essa senhora, por inépcia furiosa, prova o que queria desmentir e desmente o que queria provar. E, doravante, chega de explicações: qualquer nova tentativa de fazer do meu artigo “Tortura e terrorismo” uma apologia da tortura será respondida diretamente com um processo judicial.

Zenão e o paralítico

Olavo de Carvalho


O Globo, 20 de janeiro de 2001

Quando digo que a queda do nível de consciência das nossas classes falantes já atingiu a faixa do calamitoso, não estou exagerando nem brincando. Acompanho com regularidade os debates políticos, leio as principais publicações culturais, recebo diariamente dezenas de e-mails de universitários que levantam discussões sobre mil e um assuntos: tenho uma boa amostragem do que se passa. Seis anos atrás ainda era possível documentar, através de exemplos selecionados, como o fiz nos dois volumes de “O imbecil coletivo”, a veloz ascensão da estupidez na intelectualidade nacional. Hoje quem tentasse coleta similar seria esmagado sob a massa de documentos. Mas esse estado de coisas não deixa de ter suas vantagens. A maior delas é que, pelo acúmulo de material, a confusão inicial dos dados cede lugar ao desenho nítido de algumas constantes: o conjunto de cacoetes e incompetências que hoje caracteriza a forma mentis do opinador nacional típico já pode ser descrito em poucas linhas.

A primeira característica é a absoluta incapacidade de distinguir entre um conceito e uma figura de linguagem. Quando temos um sentimento difuso a respeito de algo que não compreendemos bem, experimentamos naturalmente a dificuldade de expressá-lo. Uma figura de linguagem, apelando a semelhanças sugestivas, ajuda-nos a vencer a dificuldade. Saímos de um nebuloso isolamento e penetramos na corrente da conversação pública. A decorrente sensação de ter emergido das trevas para a luz é porém totalmente ilusória: maior domínio da expressão não significa melhor conhecimento do objeto do qual se fala, ingresso na tagarelice coletiva não significa contato com a realidade. Quase todo debatedor público neste país, quando consegue domar sua dificuldade de expressão, sente ter dito algo de “objetivo”, talvez até mesmo de evidente e autoprobante, quando na verdade apenas objetivou sua subjetividade. Quanto mais árduo o desafio expressivo, mais a vitória é enganosa. A libertação das brumas interiores, a capacidade de exprimir o que sentimos é, decerto, um pressuposto do conhecimento objetivo, mas ainda está muito longe de alcançá-lo. No Brasil ela tende antes a substituí-lo. A confusão entre falar e conhecer é uma regra estabelecida dos debates nacionais.

Nessas condições, qualquer pretensão de “conceito”, quando chega a despontar, se esgota em mera definição nominal. O processo de exame pelo qual o investigador, fazendo a crítica de suas figuras de linguagem, acaba apreendendo algo da coisa real por entre as frestas do que ele próprio disse dela, parece ser totalmente desconhecido nesta parte do mundo. A expressão figurada e aproximativa, em vez de ser apenas o começo do processo de investigação, é o término dele: o sujeito mal acabou de enunciar um vago problema, e crê já ter em mãos uma conclusão líquida e certa.

Eu não diria, no entanto, que essa inépcia nasce da excessiva afeição às palavras, erroneamente assinalada como traço da nossa cultura por observadores estrangeiros como James Bryce e Hermann Keyserling. O que nos faz tomar as palavras por coisas não é o amor às primeiras, mas a dificuldade de, por meio delas, chegar às segundas. Pesquisas de antropologia empresarial mostraram que nossa população é insensível à palavra escrita, necessitando do apoio dos gestos e sons para que a mensagem atinja a consciência. Mas essa dependência da presença física do emissor assinala também uma dificuldade de saltar sobre a situação concreta do diálogo e apreender diretamente as coisas e relações mencionadas. O que se capta nesse tipo de comunicação é menos algo a respeito da realidade externa do que as intenções e sentimentos do falante. O brasileiro inclina-se a apreender antes “o que querem dele” do que o quid da coisa da qual se fala. Diga você o que disser, sobre não importa o que, e ele ouvirá uma ordem, um pedido, um apelo, um estímulo, uma proibição. É natural que, ouvindo assim, também fale assim, isto é, que, numa situação que exige descrever fatos e seres, ele se atenha a expressar o que sente, sem notar sequer a diferença entre uma coisa e outra. Sua fala será então respondida na mesma clave, e assim por diante indefinidamente, numa espécie de solipsismo coletivo no qual as almas, quanto mais se abrem umas às outras, mais se fecham na sua ilusão subjetivista.

Daí a compulsiva necessidade de “tomar posição” antes e independentemente de conhecer as coisas em questão, bem como a impossibilidade de ouvir uma argumentação ou prova senão como expressão mais elaborada de uma “tomada de posição” subjetiva. No Brasil não se discutem idéias, teorias, visões da realidade: discutem-se “posições” – atitudes, preferências, gostos e antipatias. Se é verdade o que dizia Henry James, que “os senhores falam de coisas; os escravos, de pessoas”, então somos, indiscutivelmente, uma nação de escravos.

É evidente que, não alcançado o nível do pensamento conceptual, mais impossível ainda fica provar o que quer que seja. Daí a segunda característica do debatedor brasileiro hoje em dia: a completa ignorância do que seja uma prova ou demonstração, na verdade uma total inconsciência da necessidade de provas. Em vez da prova, temos a reiteração enfática ou o apelo a novas figuras de linguagem, que, pela sua carga sentimental, bastem para estabelecer uma sintonia entre os sentimentos do ouvinte e os da platéia, sem nem de longe tocar nos objetos em questão. E o sujeito que fez isso sai persuadido de que disse alguma coisa do mundo real.

Curiosamente, indivíduos que ignoram tudo dos critérios de prova em filosofia ou ciência estão bem atualizados com as limitações desses critérios, assinaladas por autores em voga. Em resultado, a limitação se torna um substitutivo do critério mesmo e é por sua vez absolutizada, com grande reconforto para o presunçoso ignorante que, justamente por nada ter provado, acredita estar no cume da evolução epistemológica – como um paralítico que, ao ter notícia dos argumentos de Zenão sobre a impossibilidade do movimento, se sentisse superior às pessoas capazes de andar.

PS – Após acusar-me de um crime que não cometi e mostrar-se indignado de que eu tivesse o desplante de achar isso ruim, o sr. Marcio Moreira Alves anuncia agora que vai abandonar o ringue para não ter de se rebaixar ao nível da minha pessoa. Sapientíssima decisão. Ele que fique lá em cima, no seu “grand monde” de comunistas chiques, e não desça mais ao humilde porãozinho que, em paz com Deus, habito. Se descer, vai apanhar de novo.

Já o tal de Betto, que de maneira mais ou menos vaga e implícita parece ter endossado as acusações do sr. Moreira, não requer uma resposta em separado, porque, tendo ido essas acusações para o ralo da completa desmoralização, com elas há de ir automaticamente, sem deixar saudades, quem quer que as tenha subscrito.

Mostrando serviço

Olavo de Carvalho


O Globo, 13 de janeiro de 2001

Se comparar a gravidade relativa dos delitos fosse o mesmo que enaltecer a prática de algum deles, o Código Penal inteiro seria uma vasta apologia do crime. Basta essa constatação lógica inicial para evidenciar o seguinte: fazer do meu artigo de sábado passado uma “defesa da tortura” requer uma dose anormalmente grande, seja de idiotice, seja de má-fé.

Em casos análogos, procuro sempre apostar na hipótese da idiotice, para poder continuar acreditando que há algo de bom no fundo das almas mais estragadas.

No caso presente, não posso. Nem o sr. Marcio Moreira Alves é um idiota, nem é idiota a dona Cecília Coimbra. São ambos caluniadores maliciosos, perversos, que, com plena consciência da mentira, atribuem a um jornalista opiniões que ele não tem, com o intuito preciso de danar-lhe a reputação para em cima da sua ruína construir a prosperidade do negócio mais sujo que existe na face da Terra: o comércio do ódio.

No meu artigo, afirmei com todas as letras que tortura é crime. Repeti isso três vezes. Acrescentei apenas que maltratar é menos grave que matar – uma asserção de simples bom-senso, que aliás nem teria sentido enunciar se eu não visse na tortura um crime, de vez que, em lógica, a comparação de graus subentende a identidade de gênero.

Nada podendo alegar contra esse argumento, que é que faz o sr. Moreira? Faz aquilo que, para um tipo como ele, é a coisa mais fácil: ele mente. Mente, atribuindo-me propósitos que brotam da sua vontade de caluniar e não daquilo que escrevi.

Por que, em vez de se ater ao que lê, o sr. Moreira prefere especular intenções ostensivamente discordes com a letra do texto e, tomando-as com obscena afoiteza como premissas certas e demonstradas, usá-las como armas para difamar alguém de cujos atos e de cuja moralidade ele, rigorosamente, ignora tudo? Não preciso, como ele, conjeturar motivos. Se ele não me conhece, eu o conheço. Sei por que ele faz o que faz. Ele mesmo o sugere, na expressão final do seu artigo: “Separar quem lutou de peito aberto dos que se esconderam.” Nos dias em que o presidente Costa e Silva fechou o Congresso, inaugurando o endurecimento e a perpetuação do regime que seu antecessor concebera como breve interregno autoritário curativo, fiz o que achei que devia fazer: entrei para o Partido Comunista. Não era a coisa mais sábia, muito menos a mais confortável. Ela me custou, de imediato, perigos e incomodidades; a longo prazo, o arrependimento de ter, na luta contra uma ditadura encabulada e capenga, colaborado às tontas com a mais totalitária e assassina das tiranias. Mas, enquanto os meus problemas começavam, os do sr. Moreira terminavam: naquele momento ele embarcava para Paris, onde, instalado numa bela cobertura em bairro elegante, pôde desfrutar com tranqüila segurança as glórias hauridas no arremedo teatral de heroísmo com que dera um gran finale à sua carreira de histrião parlamentar. Por isso nunca pude admirar aquilo que ele imagina ser a sua coragem, e que Benedito Valladares descreveu melhor como uma aptidão de bancar o Tiradentes com o pescoço dos outros. Não me perdôo levianamente de ter sido comunista, nem alego para enobrecer tal desatino os motivos autodignificantes com que tantos hoje procuram maquiar sua cumplicidade com o mal do século. Mas não posso, em sã consciência, me acusar de covardia. Por ter sacrificado minha juventude e minha segurança em prol da esquerda perseguida é que tenho hoje o estofo moral para falar duro com a esquerda triunfante. Já o sr. Moreira, que tudo deve a ela e que nunca lhe deu senão o brilho mundano da sua presença nas rodas de gente bem, tem agora de justificar retroativamente sua existência mostrando serviço. E que serviço, senão o mais baixo e infame, o serviço do intrigante e caluniador?

Já de dona Cecília nada sei, a não ser que preside uma entidade consagrada a deformar o juízo moral das pessoas, inoculando nele o vício de avaliar tudo com dois pesos e duas medidas. Cada palavra sua visa a bloquear a inteligência do público, impedindo-o de comparar discursos com discursos, atos com atos, fins com fins, meios com meios. O simples cotejo equilibrado seria letal a uma campanha que arrecada fundos dos fiéis que converte ao maniqueísmo. Por isso, ao falar de guerrilheiros e militares, ela tem de confrontar os belos ideais dos primeiros com a violência crua dos meios empregados pelos segundos, sem nenhum direito ao vice-versa. Claro: ela já escolheu a priori os mocinhos e os bandidos, reservando aos primeiros o atenuante do relativismo histórico e aos segundos a sentença implacável da moral absoluta. Não vale, por exemplo, perguntar: se os heróis de dona Cecília queriam a democracia, por que foram buscar apoio e inspiração ideológica em ditaduras incomparavelmente mais ferozes do que aquela que combatiam? Seriam eles idiotas ao ponto de imaginar que Fidel Castro ou Mao Tsé-tung desejavam instaurar aqui a liberdade que haviam esmagado nos seus próprios países? Ou, ao contrário, eram apenas hipócritas como a própria dona Cecília? Feitas essas perguntas, torna-se impossível recusar aos militares uma comparação justa. Por isso era preciso evitá-las, e nisto dona Cecilia foi ótima.

Mas mesmo uma mente astuta às vezes se trai. Após enaltecer os lances de guerrilha como expressões superiores do idealismo em contraste com a covardia da tortura, ela aponta, à guisa de prova suprema da maldade e baixeza dos militares, um típico lance de guerrilha: acusa-os de… jogar bombas. Não satisfeita com esse ato falho, ela se mela mais ainda no ridículo da mentira ao proclamar que tais bombas fizeram “centenas de mortos e desaparecidos”. Dos mortos, ela cita o total de exatamente um: o próprio criminoso, o notório auto-explodido do Riocentro. Não podendo nomear mais nenhum, arredonda a conta com a evasiva “e desaparecidos”. Mas que raios de bombas seriam essas, capazes de desmaterializar pedaços de cadáveres?

Por escandalosos que sejam esses meios de argumentação, seu emprego é bem coerente com a finalidade da campanha de dona Cecília: despertar ódio unilateral a uma facção, amor devoto à outra, sem ter na mínima conta a lógica, a justiça ou a realidade. Por isso, ao acusar-me de “defesa da tortura” ela sabe que, como o sr. Moreira, mente para mostrar serviço. E, quando se gaba do apoio internacional que recebe no exercício dessa sujeira, temos a certeza de que seus esforços são bem recompensados.

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