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Intelectuais orgânicos

Olavo de Carvalho

O Globo, 26 de maio de 2001

Só agora li uma entrevista que o prof. Carlos Nelson Coutinho deu ao jornal “Valor”, na qual, forçando até onde é possível o sentido das palavras, ele me incluiu entre os que teriam “preconceito contra o marxismo”. Apesar da data já um pouco longínqua, vale a pena examinar o documento, que ilustra o peculiar modus pensandi de um “intelectual orgânico”.

“Preconceito”, caso alguém ignore, é opinião prévia a um exame racional. Na deterioração geral da língua, no entanto, a palavra tornou-se um estereótipo infamante que os mais preconceituosos usam para rotular qualquer conclusão adversa a seus preconceitos, à qual alguém tenha chegado após longo estudo e ponderação.

O prof. Coutinho aderiu ao marxismo militante na entrada da juventude, antes de ter examinado senão um fragmento infinitesimal da bibliografia marxista, e, passadas quatro décadas, ainda é marxista sem ter mais que um conhecimento periférico da argumentação antimarxista; ao passo que eu, tendo feito idêntica escolha prematura, coloquei minha opção entre parênteses uns anos depois e, abstendo-me por duas décadas de emitir opiniões políticas enquanto pesava criteriosamente os argumentos pró e contra o marxismo, emergi enfim do silêncio dizendo coisas que contrariam os sentimentos juvenis em que se fossilizaram a pessoa, a vida e os neurônios do prof. Coutinho.

Entre nós dois, obviamente, o preconceituoso é ele, que nunca escreveu uma linha senão para dar retroativamente ares de requinte intelectual às crenças a que já tinha aderido de corpo, alma e carteirinha antes de fazer qualquer uso revelante do intelecto.

Isso não quer dizer que hoje ele faça desse instrumento um uso mais intenso do que na aurora da sua militância. Pelo menos ele não o utiliza o bastante para perceber que não tem sentido afirmar que entrei na mídia “com grande respaldo” e logo em seguida referir-se a mim como “uma voz isolada”, que “não é representativa de nada”… Ou bem eu, isolado, falo com a minha própria voz, ou alguém que me respalda fala pela minha boca. O prof. Coutinho que trate de decidir se quer me chamar de pau-mandado ou de excêntrico solitário. Se entre les deux, son coeur balance, isto só prova que ele quer me rotular de alguma coisa, qualquer coisa, não importa o quê.

Quando digo que o marxismo imbeciliza, é a esse tipo de fenômeno que me refiro. Nenhum esquerdista, até hoje, conseguiu dizer contra mim algo de inteligente. Ante a “voz isolada” que os atemoriza, todos têm dado um show de inépcia, de covardia e de maledicência sussurrante. Tempos atrás desafiei para um debate sobre Gramsci, inclusive oferecendo troca de links entre nossas respectivas páginas na internet, o prof. Coutinho e seus oitenta fiéis escudeiros de um site devotado à beatificação do fundador do Partido Comunista Italiano. Fugiram, como de hábito, afetando ares de dignidade ofendida, e, em pleno dia de Natal, redigiram uma carta enfezada na qual denunciavam como imposição ditatorial a oferta do intercâmbio de links.

É sempre aquela coisa do “1984”: democracia é ditadura, ditadura é democracia. Discussão é imposição, imposição é discussão. Conceito é preconceito, preconceito é conceito.

O leitor desacostumado ao trato com comunistas pode estranhar a desenvoltura, a tranqüilidade de consciência com que posam de vencedores após uma debandada tão ostensiva. Mas, creia-me, o fenômeno não se explica pela simples cara-de-pau. Eles conservam na fuga um ar triunfante porque não são intelectuais como os outros. São — e gabam-se de ser — “intelectuais orgânicos”, células de um vasto corpo combatente. Nunca agem sozinhos. Têm sempre o apoio logístico de uma rede inumerável de militantes obscuros, anônimos, que podem prosseguir o combate nos bas fonds da intriga e da calúnia quando os porta-vozes mais respeitáveis do “coletivo” se saem mal nos confrontos públicos. Quando as vozes de cima se calam, as de baixo começam o zunzum nos porões.

Agora mesmo, enquanto meus detratores mais notórios se recolhem para lamber as feridas das últimas refregas, um jornalista de São Paulo, mais comunista que a peste, deplorável farrapo humano que busca no ódio político o alívio de sua indescritível miséria de alma, está espalhando na internet avisos segundo os quais eu, Olavo de Carvalho, não trabalho há trinta anos e… vivo da exploração de mulheres. Dito em voz alta, numa tribuna acessível aos olhos do público, isso exporia o fofoqueiro ao desprezo de todos. Sussurrado no mundo virtual, pode até funcionar. A intriga propaga-se por reflexo condicionado, não por adesão consciente. Não é preciso acreditar nela para passá-la adiante, repeti-la por automatismo e acabar tomando-a como premissa implícita de julgamentos e decisões.

A manipulação de automatismos mentais torna-se ainda mais fácil numa atmosfera infectada de ódios e temores coletivos contra alvos mais ou menos distantes, só conhecidos por ouvir-dizer. O ambiente de esquerda é o caldo de cultura ideal para esse tipo de bactérias.

É por sempre contar com esse fundo de reserva que o “intelectual orgânico” pode se sentir vitorioso mesmo quando perde. Ele perde, mas o Partido não perde nunca. Não adianta nada você derrubar um desses sujeitos no ringue. Enquanto você recebe sua medalha, eles já fizeram a sua caveira entre os vizinhos. E quando você, imbuído de seu prestígio de campeão, vai pedir fiado um quilo de feijão no armazém da esquina, o português, desviando os olhos, lhe explica que os negócios vão mal e que você não tem mais crédito.

O mais pérfido em tudo isso é que o comunista famoso pode sempre sair bonito, alegando que desaprova os métodos imorais usados por seus companheiros anônimos. Mas, a partir do momento em que aceita ser um “intelectual orgânico”, ele não pode mais deixar de beneficiar-se dos métodos que desaprova. Não é uma questão de escolha. O Partido trabalha para ele como ele trabalha para o Partido, na unidade orgânica e indissolúvel da bela imagem pública com a safadeza escondida.

A imoralidade da militância comunista é intrínseca e independe de aprovação pessoal. E o máximo da imoralidade consiste precisamente em que o sujeito pode permanecer limpo no instante mesmo em que tira vantagem da sujeira praticada por outros, da qual ele nem precisa saber. É a síntese perfeita da boa consciência com a falta de consciência.

Ainda a arte de escrever

Olavo de Carvalho

O Globo, 19 de maio de 2001

Como eu vinha dizendo que imitar é o melhor jeito de aprender a escrever, muitos leitores, com razão, sentiram-se no direito de me perguntar quem imitei. Ao longo da vida, fiz muitos exercícios de imitação. Não publiquei nenhum, é claro, nem os guardei. Mas ainda ressoam no que escrevo — aos meus próprios ouvidos, pelo menos — as vozes dos mestres que escolhi.

Os principais foram, entre os clássicos da língua portuguesa, Camões, Antônio Ferreira, Fernão Mendes Pinto, Camilo e Euclides. Machado foi um deleite, não um aprendizado. Nunca o imitei conscientemente, porque, malgrado a devoção que lhe tenho, as diferenças de personalidade entre nós são demasiado fundas. Não consigo me conceber tímido, recatado, elegante e, ademais, funcionário público.

Mas com facilidade me imagino um navegante e aventureiro como os nossos clássicos renascentistas, um polemista doido “doublé” de metafísico como Camilo, um misto de cientista e repórter como Euclides.

A empatia, no aprendizado por imitação, é tudo. Por isto cada um tem de escolher seus modelos.

Os meus entram aqui como simples amostras. Do Eça, para dizer a verdade, jamais gostei muito. Ele escreve tão gostoso porque seu pensamento é fácil, leviano, sem densidade ou luta interior. Não me lembro de ter voltado jamais a uma página sua. Pessoa, tanto quanto Machado, foi um amor impossível. Ele é maravilhoso, mas eu jamais desejaria ser esse sombrio professor de inglês, todo encapotado no mistério e sem ânimo de decifrá-lo.

Também nada devo literariamente a Bruno Tolentino, malgrado a amizade e a admiração sem reservas que tenho por ele.

O fator que nos separa é sociológico. Brega por origem e vocação, não posso me identificar com as raízes culturais — portanto, nem com o tônus verbal — de um rapaz de família célebre, parente de meio mundo, criado entre literatos.

Fui amigo e devoto discípulo de Herberto Sales. A primeira visão que tive dele foi a de um velho mulato gorducho, sentado a um canto no lobby do Hotel Glória com um livro e um caderninho. O livro era um volume de Proust. No caderninho Herberto anotava, com uma caligrafia miúda, as soluções verbais que pudesse aproveitar. Poucos autores brasileiros, dizia Otto Maria Carpeaux, tiveram uma consciência artística tão desperta, tão aguda, tão esforçada quanto Herberto Sales.

Aprendi também com o próprio Carpeaux, do qual li praticamente tudo o que publicou em português. Ele não era um visual, mas um auditivo. Não nos fazia ver as coisas, mas adivinhá-las pela sua repercussão em épocas e almas. Ele tinha a arte camerística de, num breve artigo, introduzir sutilmente um tema, desenvolvê-lo, fazê-lo ressoar em muitas oitavas e resolvê-lo rapidamente, nas linhas finais, com uma “coda” abrupta e estonteante. Ninguém, entre nós, dominou como ele a técnica do ensaio breve, condensação poética de controvérsias científicas enormemente complexas.

A Nelson Rodrigues também devo muito. Dois títulos condensam toda a sua arte de escrever: “A vida como ela é” e “O óbvio ululante”. O segredo do seu estilo é a audácia de dizer as coisas da maneira mais direta e corriqueira, transfigurando o prosaico em símbolo. Não encontro coisa similar senão em Pío Baroja e Julien Green, embora neste sem nada do cinismo de Nelson, naquele com um cinismo diferente, mais frio e resignado.

Mas a arte de resumir todo um argumento numa frase breve, de impacto brutal — que tantos me condenam como se fosse prova de não sei que sentimentos ruins — aprendi mesmo foi com três santos: S. Paulo Apóstolo, Sto. Agostinho e S. Bernardo. Tudo tem um preço. Ninguém pode imitar os santos, nem mesmo em literatura, sem escandalizar uma intelectualidade pó-de-arroz.

Dos autores estrangeiros do século XX, além de Baroja e Green, os que mais me ensinaram foram Ortega y Gasset e Bernanos. Ortega é de longe o maior prosador da língua espanhola, sem similares nela ou em qualquer outra pela sua força de fazer ver aquilo de que fala. Na verdade, mais que fazer ver. Ele próprio comparava a força aliciante do seu estilo a um punho que saltasse da página e agarrasse o leitor pela goela, obrigando-o a envolver-se na discussão como se fosse problema pessoal. Efeito parecido despertam as páginas de Bernanos, mas com um “pathos” de moralista encolerizado que falta por completo ao amável e gentil Ortega.

Como escritor de livros de filosofia tive de passar também pelos problemas da exposição filosófica, mais complexos, do ponto de vista técnico-literário, do que em geral se imagina. Para mim, o maior expositor filosófico de todos os tempos (não o maior filósofo, é claro) foi Éric Weil. Nos seus escritos, a construção abstrata eleva-se às alturas de uma realização estética, mas de uma estética que, em vez de se superpor como um adorno ao pensamento conceitual, é encarnação direta do próprio espírito filosófico. A força do seu estilo é a beleza da razão quando alcança o plano mais alto da pura necessidade metafísica. Apenas, para apreciá-la, é preciso ter desenvolvido o senso dessa necessidade, que falta por completo às mentes grosseiras, divididas entre o caos empírico e o formalismo lógico vazio. A estas o vigor da prova pode dar a impressão de um autoritarismo dogmático, de uma imposição da vontade, quando ela vem precisamente do contrário, da total rendição da vontade ante aquilo que, simplesmente, é o que é.

Virtudes similares, em grau menor, encontro em Edmund Husserl e Louis Lavelle, com a ressalva de que este insiste demais no que já demonstrou e aquele abusa dos termos técnicos em prol da brevidade que, como já dizia Horácio, se opõe à clareza.

O grande expositor filosófico nada tem de “didático”. A filosofia, sendo educação em sua mais íntima essência, é por isto mesmo metadidática, não havendo nela a possibilidade de uma seriação graduada do mais fácil para o mais difícil. Em filosofia a melhor maneira de dizer é aquela que encarne da maneira mais direta e fiel o próprio método filosófico, e o método filosófico melhor é o que mais eficazmente apreenda a coisa da qual se fala, sem nada acrescentar à sua simplicidade ou subtrair da sua complexidade. Não se pode falar legitimamente de filosofia senão desde um ponto de vista filosófico. Não há quadro de referência externo desde o qual se possa “compreender” uma filosofia, pela simples razão de que a filosofia é a arte de montar os quadros de referência de toda compreensão. Por isso, a “divulgação filosófica” acaba sendo, quase sempre, fraude; e os melhores escritos filosóficos quase nunca parecem bons a quem os julgue de fora, com critérios unilateralmente “literários”.

Mentiras que rendem

Olavo de Carvalho

O Globo, 12 de maio de 2001

A noção geral consagrada que se transmite nos livros acadêmicos e na mídia sobre o golpe de 1964 não passa de uma gigantesca operação de despistamento, calculada para enfatizar uma duvidosa ingerência americana de modo a ocultar das atenções populares a mais que provada intromissão do bloco soviético nos conflitos nacionais da época. Criação de ativistas que mal escondem seu comprometimento político, ela é obra de pura propaganda destinada a inculcar no público, em consonância com a orientação geral da desinformação comunista, a impressão tácita de que a Guerra Fria não se travou entre os EUA e as potências comunistas, mas entre os EUA e heróicos movimentos nacionalistas do Terceiro Mundo. Digo “impressão tácita” porque, admitida em voz alta, essa premissa se autodesmascararia no ato; por isto é preciso disfarçá-la sob mil e uma conclusões que se tiram dela sem declará-la.

A prova mais patente da falsificação é o contraste entre o número de conjeturas que circulam sobre a ação local da CIA nesse período, fundadas em indícios circunstanciais sem uma só prova documental ou testemunhal, e a omissão completa e sistemática de referências à dos serviços secretos comunistas, malgrado a profusão de documentos que a confirmam.

Quantos livros, artigos, reportagens e entrevistas circulam sobre “a CIA no Brasil”? Milhares. Quantos sobre “a KGB no Brasil”? Nenhum.

Numa década em que a abertura dos arquivos soviéticos vem comprovando a veracidade de praticamente tudo o que a velha esquerda estigmatizava como “mentiras imperialistas”, o desinteresse dos historiadores brasileiros por averiguar essa parte suja da história revela sua compulsão de varrer para baixo do tapete os fatos politicamente inconvenientes.

Entre esses fatos, a simples confissão do espião theco Ladislav Bittman de que em 1964 o serviço secreto de seu país tinha na sua folha de pagamento um pequeno exército de jornalistas brasileiros e controlava um jornal inteiro já bastaria para derrubar toda a mitologia consagrada. Esta só permanece de pé porque os perdedores se tornaram retroativamente vencedores através da manipulação da história.

Mas a nova hegemonia esquerdista que possibilitou esse estado de coisas não é fenômeno exclusivamente brasileiro. Em 1997 David Horowitz observava: “A situação nas universidades era espantosa. Os marxistas e socialistas que tinham sido refutados pelos acontecimentos históricos eram agora o establishmentoficial do mundo acadêmico. O marxismo tinha produzido os mais sangrentos e opressivos regimes da história humana — mas, após sua queda, havia mais marxistas no corpo docente das universidades americanas do que em todo o antigo bloco comunista.”

Idêntica esquisitice nota-se na França, em Portugal, na Itália — na Europa ocidental inteira, com exceção da Inglaterra, onde os intelectuais conservadores fizeram 40 anos atrás sua própria “revolução cultural” (na base, aliás, da pura luta de argumentos e sem recorrer aos truques sujos da “ocupação de espaços”, tão caros às almas gramscianas).

Derrotado como regime político-econômico, o socialismo ganhou uma miraculosa sobrevida como mitologia cultural do capitalismo. Dois fatores contribuíram para isso: o prodigioso florescimento da indústria cultural, que deu espaço para a multiplicação sem fim da pseudo-intelectualidade universitária e midiática; e a distribuição de uma parcela considerável das verbas da KGB, privatizadas discretamente logo antes da queda da URSS e espargidas por toda parte como uma bênção urbi et orbi de São Gorbatchov.

Mas, em parte, o fenômeno é inerente à natureza do capitalismo, que prospera industrializando sua própria autoflagelação como uma espécie de vacina anti-socialista. O comércio de mitos esquerdistas pode coexistir indefinidamente com o crescimento do capitalismo porque vicia as classes letradas em lucrar com o abuso das liberdades capitalistas. Os beneficiados por esse comércio sabem que ele não sobreviveria um dia ao advento do regime comunista, o qual por isto mesmo se torna tanto mais influente como mito inspirador da produção cultural quanto mais a tentação de realizá-lo como proposta econômica vai desaparecendo do horizonte visível. A força dos mitos, afinal, depende precisamente de que ninguém os submeta ao teste da prática.

Assim, o socialismo perdeu toda substância própria ao tornar-se puro ódio fingido ao capitalismo que o alimenta. Nenhuma profissão, hoje, tem futuro garantido como a de intelectual de esquerda: quanto mais você ganha dinheiro, fama e autoridade moral falando mal do capitalismo, mais está livre do risco de que a ditadura do proletariado venha tirá-lo do seu confortável patamar de classe média ascendente. Se Marx exagerou ao dizer que as bases econômicas da vida determinam a consciência dos homens, é verdade que elas determinam a de alguns. Principalmente a desse tipo de intelectuais: não é de espantar que indivíduos cuja subsistência profissional depende de uma farsa sejam também mentirosos, compulsivamente, no conteúdo daquilo que dizem e escrevem.

***

A todos aqueles que, lutando contra a ditadura militar brasileira, foram pedir ajuda e inspiração ao governo de Fidel Castro, prometo solenemente jamais voltar a escrever uma só palavra contra o socialismo se vocês me provarem as seguintes coisas: 1. Que em Cuba havia mais liberdade de imprensa que no Brasil. 2. Que em Cuba havia menos prisioneiros políticos que no Brasil (se vocês não quiserem, não precisam nem mesmo levar em conta a diferença de população dos dois países; contento-me com números absolutos). 3. Que em Cuba havia um partido de oposição funcionando com a liberdade, mesmo limitada, do MDB. 4. Que a ditadura militar brasileira matou mais gente que a ditadura cubana (novamente, aceito números absolutos). Se vocês me provarem essas coisas, prometo inscrever-me no PT e tornar-me o mais devotado dos seus militantes. Se não provarem, terei todo o direito e até o dever de continuar julgando que vocês são uns embrulhões e mentirosos; que vocês não lutavam pela democracia coisíssima nenhuma e que tudo o que vocês queriam era fazer aqui o que Fidel Castro fez em Cuba, com a única diferença de que vocês próprios estariam no papel de Fidel Castro.

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