Posts Tagged O Globo

A arrogância da incultura

Olavo de Carvalho


O Globo, 15 de junho de 2002

Está circulando pela internet um artigo assinado por Rubens Alves, educador e professor da Unicamp, que defende a eleição de Lula para presidente mediante um truque de argumentação que tem tudo para enganar milhares de leitores.

O professor Alves começa reproduzindo, como se pretendesse defendê-las, duas das objeções de praxe contra o candidato do PT:

Primeira: é um caipira inculto, que mal terminou o curso primário e, habilitado a trabalhar antes com os músculos do que com o cérebro, não tem o mínimo preparo para lidar com as grandes questões nacionais. Segunda: tem umas propostas de política agrária que, se aplicadas, levarão o país a uma convulsão social.

Uma vez expostas essas objeções, o autor as neutraliza de repente, com grande efeito persuasivo, mostrando que as copiou de discursos feitos não contra Lula, mas contra Abraham Lincoln, o qual, a despeito delas, veio a tornar-se um dos maiores presidentes dos EUA.

Conclusão: Lula na presidência não há de ser mais perigoso — ou vexaminoso — do que o foi Abraham Lincoln.

Pois bem, esse artigo, para mim, só prova uma coisa: a incultura pretensiosa de um certo tipo de educador e professor universitário — certamente o mais comum hoje em dia — que emporcalha sua cátedra fazendo dela um palanque para a difusão de mentirinhas tolas convenientes ao seu partido. Aí já estamos um passo além da simples politização abusiva da vida universitária. Politiqueiros de cátedra sempre existiram, mas eles buscavam conservar ao menos uma aparência de dignidade intelectual. Agora, a ânsia eleitoreira suprimiu esse último resíduo de escrupulosidade: para promover o candidato, não se vexa de apregoar tolices que estão abaixo do nível de exigência do ensino primário.

O paralelo entre a educação de Lula e a de Abraham Lincoln é falso até o limite da alucinação. Ambos esses políticos vieram, é certo, de família pobre, e mal tiveram educação formal. A diferença é que Lincoln, estudando sozinho, tornou-se um grande conhecedor de história e de literatura, e dominou seu idioma natal ao ponto de escrever, já aos vinte e poucos anos, como um autêntico clássico da língua inglesa. Já o sr. Lula da Silva só o que consegue é pronunciar com língua presa uns discursinhos miseráveis que, se lhe granjeiam alguns votos, é apenas graças ao efeito tranqüilizante que a exibição de mediocridade pode ter sobre platéias de invejosos doentios que fogem do admirável como da peste. Para estes, a melhor qualidade que um candidato pode apresentar é a de não ser melhor que eles. Votando em Lula, votam em si mesmos, porque se sentem capazes de fazer tudo o que ele faria e, elegendo-o, não serão obrigados a respeitá-lo.

O sucesso de Lula é, de fato, a plena legitimação da incultura orgulhosa. Este senhor não se deu o trabalho de aprimorar sua formação nem mesmo depois de salvo da miséria pela ascensão política. Gasta seu dinheiro com a satisfação de vaidades tolas, mas não com auto-educação. Usa ternos elegantes e fuma charutos caros, mas não contrata um fonoaudiólogo para corrigir aquele medonho ceceio na sua pronúncia, que ele prefere continuar ostentando como uma grife.

Eu próprio vim de família pobre, mal tinha dinheiro para comprar livros, e além de pobre era doente. Só soube o que era saúde aos vinte e oito anos, e comprei meu primeiro e único carro (usado e esculhambado) aos quarenta e tantos. Isso não me impediu de adquirir conhecimentos bem superiores aos de várias dúzias de Lulas somados a uns quantos Rubens Alves. Mas me impediu de aviltar minha pobreza utilizando-a como desculpa para meus defeitos ou, mais ainda, de alegar esses defeitos como qualidades excelsas, cavando votos mediante a ostentação deles. Vocês podem avaliar quanto o embelezamento eleitoral da incultura luliana me soa incongruente e insultuoso. Insultuoso não só a mim: num país cuja cultura superior é quase toda ela obra de pobretões esforçados, a beatificação da incultura de um ex-pobre é de um cinismo quase macabro.

Se a biografia de Lula ilustra a perfeita compatibilidade da indolência intelectual com a ambição avassaladora de subir na vida, a argumentação do professor Alves demonstra a total harmonia entre o estatuto de intelectual acadêmico e uma mentalidade mesquinha de cabo eleitoral. Um insulta os pobres estudiosos, o outro ostenta com orgulho o emblema da prostituição intelectual. E é essa gente que pretende julgar e corrigir o país.

E o mais espantoso na argumentação é justamente a sua segunda parte, na qual, ironizando como se fosse uma estupidez sem mais tamanho o temor de que a política agrária de Lula venha a produzir uma convulsão social, o professor esquece que a de Lincoln produziu não apenas isso, mas uma guerra civil que foi o maior conflito armado registrado na História até então. Essa guerra, fruto da pura prepotência burocrática, teve como efeito colateral, é certo, a libertação dos escravos, mas esse mesmo efeito poderia ter sido obtido por outros meios, sem tanto derramamento de sangue e sem consolidar o ódio racial cujas conseqüências ainda são visíveis na sociedade americana. Meninos de escola não têm o direito de ignorar isso. Mas o professor Alves acha que tem.

Seu argumento pró-Lula, na verdade, funciona às avessas: se mesmo o grande Lincoln, com toda a sua cultura, sua sabedoria, sua humildade, não foi capaz de impor sua política rural sem uma dose extraordinária de violência, por que haveremos de esperar coisa melhor de um tolo arrogante que exibe sua incultura como um direito e um mérito?

Do marxismo cultural

Olavo de Carvalho

O Globo, 8 de junho de 2002

Segundo o marxismo clássico, os proletários eram inimigos naturais do capitalismo. Lênin acrescentou a isso a idéia de que o imperialismo era fruto da luta capitalista para a conquista de novos mercados. Conclusão inevitável: os proletários eram também inimigos do imperialismo e se recusariam a servi-lo num conflito imperialista generalizado. Mais apegados a seus interesses de classe que aos de seus patrões imperialistas, fugiriam ao recrutamento ou usariam de suas armas para derrubar o capitalismo em vez de lutar contra seus companheiros proletários das nações vizinhas.
Em 1914, esse silogismo parecia a todos os intelectuais marxistas coisa líquida e certa. Qual não foi sua surpresa, portanto, quando o proletariado aderiu à pregação patriótica, alistando-se em massa e lutando bravamente nos campos de batalha pelos “interesses imperialistas”!

O estupor geral encontrou um breve alívio no sucesso bolchevique de 1917, mas logo em seguida veio a se agravar em pânico e depressão quando, em vez de se expandir para os países capitalistas desenvolvidos, como o previam os manuais, a revolução foi sufocada pela hostilidade geral do proletariado.
Diante de fatos de tal magnitude, um cérebro normal pensaria, desde logo, em corrigir a teoria. Talvez os interesses do proletariado não fossem tão antagônicos aos dos capitalistas quanto Marx e Lênin diziam.

Mas um cérebro marxista nunca é normal. O filósofo húngaro Gyorgy Lukacs, por exemplo, achava a coisa mais natural do mundo repartir sua mulher com algum interessado. Pensando com essa cabeça, chegou à conclusão de que quem estava errado não era a teoria: eram os proletários. Esses idiotas não sabiam enxergar seus “interesses reais” e serviam alegremente a seus inimigos. Estavam doidos. Normal era Gyorgy Lukács. Cabia a este, portanto, a alta missão de descobrir quem havia produzido a insanidade proletária. Hábil detetive, logo descobriu o culpado: era a cultura ocidental. A mistura de profetismo judaico-cristão, direito romano e filosofia grega era uma poção infernal fabricada pelos burgueses para iludir os proletários. Levado ao desespero por tão angustiante descoberta, o filósofo exclamou: “Quem nos salvará da cultura ocidental?”

A resposta não demorou a surgir. Felix Weil, outra cabeça notável, achava muito lógico usar o dinheiro que seu pai acumulara no comércio de cereais como um instrumento para destruir, junto com sua própria fortuna doméstica, a de todos os demais burgueses. Com esse dinheiro ele fundou o que veio a se chamar “Escola de Frankfurt”: um “think tank” marxista que, abandonando as ilusões de um levante universal dos proletários, passou a dedicar-se ao único empreendimento viável que restava: destruir a cultura ocidental. Na Itália, o fundador do Partido Comunista, Antônio Gramsci, fôra levado a conclusão semelhante ao ver o operiado trair o internacionalismo revolucionário, aderindo em massa à variante ultranacionalista de socialismo inventada pelo renegado Benito Mussolini. Na verdade os próprios soviéticos já não acreditavam mais em proletariado: Stálin recomendava que os partidos comunistas ocidentais recrutassem, antes de tudo, milionários, intelectuais e celebridades do “show business”. Desmentido pelos fatos, o marxismo iria à forra por meio da auto-inversão: em vez de transformar a condição social para mudar as mentalidades, iria mudar as mentalidades para transformar a condição social. Foi a primeira teoria do mundo que professou demonstrar sua veracidade pela prova do contrário do que dizia.

Os instrumentos para isso foram logo aparecendo. Gramsci descobriu a “revolução cultural”, que reformaria o “senso comum” da humanidade, levando-a a enxergar no martírio dos santos católicos uma sórdida manobra publicitária capitalista, e faria dos intelectuais, em vez dos proletários, a classe revolucionária eleita. Já os homens de Frankfurt, especialmente Horkheimer, Adorno e Marcuse, tiveram a idéia de misturar Freud e Marx, concluindo que a cultura ocidental era uma doença, que todo mundo educado nela sofria de “personalidade autoritária”, que a população ocidental deveria ser reduzida à condição de paciente de hospício e submetida a uma “psicoterapia coletiva”.

Estava portanto inaugurada, depois do marxismo clássico, do marxismo soviético e do marxismo revisionista de Eduard Bernstein (o primeiro tucano), a quarta modalidade de marxismo: o marxismo cultural. Como não falava em revolução proletária nem pregava abertamente nenhuma truculência, a nova escola foi bem aceita nos meios encarregados de defender a cultura ocidental que ela professava destruir.

Expulsos da Alemanha pela concorrência desleal do nazismo, os frankfurtianos encontraram nos EUA a atmosfera de liberdade ideal para a destruição da sociedade que os acolhera. Empenharam-se então em demonstrar que a democracia para a qual fugiram era igualzinha ao fascismo que os pusera em fuga. Denominaram sua filosofia de “teoria crítica” porque se abstinha de propor qualquer remédio para os males do mundo e buscava apenas destruir: destruir a cultura, destruir a confiança entre as pessoas e os grupos, destruir a fé religiosa, destruir a linguagem, destruir a capacidade lógica, espalhar por toda parte uma atmosfera de suspeita, confusão e ódio. Uma vez atingido esse objetivo, alegavam que a suspeita, a confusão e o ódio eram a prova da maldade do capitalismo.

Da França, a escola recebeu a ajuda inestimável do método “desconstrucionista”, um charlatanismo acadêmico que permite impugnar todos os produtos da inteligência humana como truques maldosos com que os machos brancos oprimem mulheres, negros, gays e tutti quanti, incluindo animais domésticos e plantas.
A contribuição local americana foi a invenção da ditadura lingüística do “politicamente correto”.

Em poucas décadas, o marxismo cultural tornou-se a influência predominante nas universidades, na mídia, no show business e nos meios editoriais do Ocidente. Seus dogmas macabros, vindo sem o rótulo de “marxismo”, são imbecilmente aceitos como valores culturais supra-ideológicos pelas classes empresariais e eclesiásticas cuja destruição é o seu único e incontornável objetivo. Dificilmente se encontrará hoje um romance, um filme, uma peça de teatro, um livro didático onde as crenças do marxismo cultural, no mais das vezes não reconhecidas como tais, não estejam presentes com toda a virulência do seu conteúdo calunioso e perverso.

Tão vasta foi a propagação dessa influência, que por toda parte a idéia antiga de tolerância já se converteu na “tolerância libertadora” proposta por Marcuse: “Toda a tolerância para com a esquerda, nenhuma para com a direita”. Aí aqueles que vetam e boicotam a difusão de idéias que os desagradam não sentem estar praticando censura: acham-se primores de tolerância democrática.
Por meio do marxismo cultural, toda a cultura transformou-se numa máquina de guerra contra si mesma, não sobrando espaço para mais nada.

A proibição da realidade

Olavo de Carvalho

O Globo, 1 de junho de 2002

Sentimus experimurque nos aeternos esse”, dizia Spinoza: “Sentimos e experimentamos que somos eternos.” Tal é a mais básica vivência humana, aquela que nos constitui como homens, que nos diferencia dos animais, que estrutura o quadro inteiro da nossa percepção e da nossa linguagem. Tal é o fundamento da possibilidade mesma de existir uma sociedade, uma civilização, uma “história”. Eternidade não é simples duração sem fim. Eterno, definia Boécio, é o ser que detém “a posse plena e simultânea de todos os seus momentos”. Não temos essa posse. Nossos momentos são vividos em sucessão, fugindo irreparavelmente. Não obstante, sabemos que o fogo-fátuo que brilhou um instante na superfície das aparências, desaparecendo em seguida, nunca mais será revogado, nunca mais poderá tornar-se “um nada”. O acontecido não desacontece: passado e esquecido, o que uma vez ingressou no real está inscrito para sempre no registro do ser. Cada momento é, nesse sentido, eterno. Se não tivéssemos uma clara antevisão disso, não haveria consciência de tempo histórico. Se não soubéssemos que para além do horizonte que lembramos há milhões de coisas a ser lembradas, tão reais quanto as que lembramos, não haveria memória humana. Muito menos haveria o sistema dos tempos verbais que, em todas as línguas, organizam as vivências de tempos diversos, passados e futuros, reais e possíveis, em torno de um “não-tempo” que é o presente eterno.

Não possuímos a eternidade no nosso ser temporal, mas não poderíamos sequer apreender a temporalidade se nada possuíssemos da eternidade intelectivamente. É uma posse precária, imperfeita. Mas, sem ela, não saberíamos nem mesmo da nossa própria imperfeição e precariedade. Não podemos nem alcançar a eternidade nem pular fora dela. Por isso, dizia Platão, vivemos num território intermediário, num entremundo.

Tal é a estrutura essencial da nossa existência e, ao mesmo tempo, a experiência básica na qual essa estrutura se revela: ser homem é viver na tensão entre o tempo e a eternidade; ser homem humanamente é experimentar essa tensão de maneira consciente e saber que ela é inescapável: sentimus experimurque nos aeternos esse .

Por isso registros dessa experiência observam-se em todas as épocas, em todas as culturas, sem exceção. Sob uma variedade inesgotável de simbolizações, o senso da eternidade e, em oposição complementar a ele, a consciência da precariedade da sua posse são as mais velhas e infalíveis “constantes do espírito humano”.

Não se trata, pois, de uma “doutrina”, de uma “idéia”, de uma “cosmovisão”. Trata-se da realidade básica que símbolos, doutrinas, idéias e cosmovisões expressam de maneiras ilimitadamente variadas, imperfeitas, provisórias. Não é algo que se possa “discutir”. Tudo o que se discute são as expressões. A estrutura da existência está subentendida em tudo o que é humano. Ela institui a forma lógica, lingüística e existencial das disputas, e por isto não é nunca matéria da disputa. Porque toda discussão depende dela, ela não pode ser discutida.

Pode, no entanto, ser ignorada. Pode ficar “fora” do âmbito de consciência de indivíduos ou épocas, e isso tende mesmo a acontecer na medida em que esse âmbito de consciência, alcançando sua plena expressão cultural, tenda a se tomar como auto-suficiente e, desprezando soberanamente os outros indivíduos ou épocas, se substitua à estrutura da realidade, instituindo em lugar dela uma “crença”, uma “idéia”, uma “doutrina” ou um “consenso”. É o império das ideologias.

De início, o esquecimento ou desprezo da realidade é implícito, quase inconsciente. Locke ou Hume não tinham a menor intenção de negar a estrutura da existência: apenas a reduziam a uma “idéia geral”. Assim a realidade já não era mais o quadro existencial das discussões: era uma idéia em discussão. E os filósofos estavam maduros para acreditar que, dominando a idéia, dominavam a realidade.

A reação de Marx, prometendo abolir esse estado de alienação, só fez agravá-lo. Seu apelo a “transformar o mundo em vez de interpretá-lo” propunha-se libertar os homens da prisão da idéia não mediante um retorno à realidade — um arrependimento ou metanóia — mas mediante a instauração de uma nova realidade que, produzida pela ação social deliberada, não poderia ser senão filha da idéia. Aí a idéia já não se substituía à realidade somente na imaginação dos homens, mas na própria situação social criada para isolá-los legalmente da experiência da realidade. Com o materialismo científico, o hospício idealista deixava de ser um projeto, um “ideal”: tornava-se uma “Segunda Realidade” como a chamava Robert Musil, capaz de encobrir a primeira e torná-la inacessível.

Mas uma coisa é a estrutura da existência humana; outra coisa a consciência dela. A consciência pode ser evitada, contornada ou falseada. A realidade, não. Aquele que foge da consciência da estrutura não escapa de viver nessa estrutura. Continua dentro dela, isolado dela pelo Ersatz ideológico que criou, mas suportando-lhe o peso sob o impacto de sucessivos “choques de retorno”, ora sob a forma de fracassos e decepções que, na ausência da disposição para o arrependimento, serão sempre explicados como meras falhas de percurso, ora sob a forma do envolvimento em crimes cada vez mais hediondos cuja culpa será imputada não a seus autores, mas à obstinada resistência das vítimas que se voltam, irracionalmente ou por interesses malignos, contra a promessa de um mundo melhor.

No último estágio da alienação, os crimes tornaram-se notórios e já ninguém crê seriamente no “mundo melhor”. Mas então, como a realidade já ficou muito distante para poder ser recuperada, só resta uma opção: tapar as últimas frestas pelas quais pudessem entrar o senso do real e o apelo ao arrependimento; banir os últimos sinais de uma consciência da estrutura da existência. Isto pode ser obtido pelo expediente de rebaixar esses sinais ao estatuto de “produtos culturais” e, desviando o olhar humano da realidade que havia por trás deles, impugná-los a todos como criações arbitrárias de ideologias pretéritas. É o derradeiro passo da marcha das ideologias: reduzir tudo a ideologia, discurso, construção social. É a Terceira Realidade, infinitamente plástica, dócil, manipulável como um texto em preparação, dentro da qual já se acredita que proibir palavras e mudar o gênero dos substantivos são formas perfeitamente eficazes de mudar a natureza das coisas. O apelo à realidade torna-se então um mero “modo de dizer” entre muitos, e um modo especialmente abominável, pois carrega em si o “ranço autoritário” das ideologias arcaicas. Está, portanto, condenado a desaparecer do repertório das possibilidades humanas socialmente admitidas. A passagem do veto informal que vigora nos círculos acadêmicos até a proibição oficial e geral é apenas uma questão de tempo.

Veja todos os arquivos por ano