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Casal de coelhos

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 18 de julho de 2013

          

Ainda a propósito da entrevista do sr. Alberto Carlos Almeida, suspeito que uma pergunta continua zumbindo nas cabeças dos leitores: se a culpa da má educação brasileira não foi da Igreja Católica, foi de quem?

Não sei, nem me considero presidente de um Tribunal de Crimes Educacionais, mas uma coisa é certa: o desprezo pelo conhecimento, neste País, veio sempre junto com o culto dos signos exteriores que o representam e que, aparentemente com vantagem, o substituem: títulos, diplomas, cargos, honrarias, espaço na mídia, boas amizades nos altos círculos, etc. O fenômeno já foi tão  documentado e satirizado na nossa  literatura (Lima Barreto e Graciliano Ramos, por exemplo), que não há necessidade de insistir nele.        Mas o pior é que entre esses dois vícios complementares  se formou, há tempos, um círculo de reforço mútuo que parece impossível de romper.

Funciona assim: como nossa elite empresarial e política não é das mais cultas, as almas bem intencionadas que dela emergem com o propósito louvável de remediar os males nacionais não têm por si próprias a capacidade de avaliar, pelo exame direto das obras e ideias, quem, entre os intelectuais disponíveis, é competente ou um emérito medalhão de cabeça oca. Resultado: têm de julgá-los pelos sinais exteriores, os  títulos e cargos, e acabam dando ouvidos a quem não tem nada de sério a lhes informar nem de útil a lhes sugerir. A incultura gera incultura com a fecundidade de um casal de coelhos.

Mais grave ainda é quando o prestígio enganador vem de fora, desembarcando aqui com as pompas do “ultramoderno”. No governo Vargas, um belo projeto de educação popular acabou tomando por modelo as ideias de John Dewey, então celebrado na mídia dos Estados Unidos como um grande inovador. Hoje sabe-se que Dewey foi, de fato, o destruidor da educação americana, até então a melhor do mundo. Dos anos 60 em diante – sim, já em pleno governo militar – veio a moda do socioconstrutivismo, adornado com os nomes de Jean Piaget, Emilia Ferrero, Vigotsky e não sei mais quantos.

Há meio século a aplicação dessa teoria insensata vem embrutecendo a inteligência das nossas crianças, ao mesmo tempo que a expansão triunfal do número de escolas e o controle cada vez mais centralizado da educação nacional levam a democratização da inépcia aos rincões mais afastados e às populações mais pobres. Com muita coerência aliás, o sr. Almeida prefere culpar por isso os jesuítas do tempo do Brasil-Colônia em vez de enxergar o que está ocorrendo bem diante do seu nariz.

E por que acontecem essas coisas? Porque a elite inculta se deixa levar pela mídia e pelos prestígios fosfóricos do dia em lugar de examinar e testar, e assim acaba somando erros e desastres com uma persistência obscena.

Quem nota esse fenômeno não pode deixar de concluir que o problema do Brasil é o inverso daquele apontado pelo sr. Almeida: em vez de educar apenas a elite sem dar atenção ao povo, temos tentado dar educação a todo o povo antes de ter uma elite qualificada para educá-lo, ou até mesmo  para examinar seriamente o problema da educação popular.

Quem quer que tenha lecionado ao menos por um dia percebe que o processo educacional tem uma estrutura irradiante: primeiro você educa dez, que educam cem, que educam mil, que educam um milhão e assim por diante. Inverter essa ordem é como querer que os filhos gerem os pais.

Os governos deste país prometem educação a milhões antes de poder reunir dez educadores sérios para discutir como fazê-lo. Por que não formar os dez primeiro? Os que objetem que isso é elitismo direitista deveriam  ler Lênin e perguntar por que ele organizou primeiro a elite do Partido e depois a massa. Lênin sabia que o rabo não abana o cachorro.

Como quebrar o círculo vicioso de uma elite inculta, guiada por palpiteiros tão ineptos quanto ela mesma?        Só há um jeito, no meu entender: criar, fora do sistema educacional, longe da grande mídia, longe dos prestígios consolidados, uma nova intelectualidade preparadíssima, sincera e agressiva o bastante para, no momento devido, cortar as cabeças ocas, expulsar as vacas sagradas e começar a tratar dos problemas com seriedade.

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Não por coincidência, é por isso mesmo que, em geral, acho inútil ficar “tomando posição”, a cada momento, ante os descalabros do dia. Pois já não sabemos de onde, em última análise, provêm todos eles? Não sabemos que, por trás de tudo de mau que acontece no País, está a ignorância pomposa e irresponsável de uma elite que só dá ouvidos a medalhões ainda mais ignorantes, pomposos e irresponsáveis? Para que ficar criticando políticos de alta rotatividade se sabemos que um só pseudo-intelectual basta para gerar milhares deles e substituí-los por outros piores a cada dez ou quinze anos?

Para que ficar tentando matar baratas pelo método de jogar uma naftalina na cabeça de cada uma que aparece? O que é preciso é armar umas quantas centenas de jovens com um spray intelectual capaz de, amanhã ou depois, sanear o ambiente.

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Mudando de assunto: a revista alemã Der Spiegel está chamando os Estados Unidos de “United Stasi of America”. Stasi era a polícia secreta da Alemanha Oriental, comunista. Depois de instituir o grampo universal que resultou no maior vazamento de informações de todos os tempos, o sr. Barack Hussein Obama quer agora que todos os funcionários públicos se espionem obrigatoriamente uns aos outros. É uma ideia que já aparece em Maquiavel, no seu projeto da “Terceira Roma” – a tirania indestrutível.

Travessia perigosa

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 12 de maio de 2008

Em seu livro America and the World Revolution (Oxford University Press 1962), transcrição de conferências pronunciadas na Universidade da Pennsylvania na primavera de 1961 (tradução brasileira pela Zahar, 1963), Arnold Toynbee escreveu:

“Se queremos evitar o suicídio em massa, precisamos ter o nosso Estado mundial rapidamente, e isto provavelmente significa que precisaremos instaurá-lo numa forma não democrática, para começar.”

Não era uma profecia, era uma proposta. Ou melhor, era a reafirmação de uma proposta que já vinha sendo trabalhada nos altos escalões do establishment anglo-americano pelo menos desde 1928, quando Herbert George Wells publicou a primeira versão popular do plano, sob o título altamente sugestivo The Open Conspiracy. Alguns historiadores fazem o projeto remontar a finais do século XIX e apontam sua presença já entre as causas da I Guerra Mundial, mas nós não precisamos ir tão longe. Os melhores estudos sobre a vida e obra de Wells (W. Warren Wagar, H. G. Wells and the World State, Yale University Press, 1961; Michael Foot, The History of Mr. Wells, Washington DC, Counterpoint, 1995) não deixam dúvidas quanto ao papel desempenhado pelo autor de A Guerra dos Mundos na transformação de uma idéia geral num projeto político viável. Tal como Wells, Toynbee não foi apenas um intelectual, mas um ativista, colaborador íntimo do governo britânico e dos círculos globalistas. Sua obra monumental A Study of History (1939-1961) fornece a visão unificada do desenvolvimento histórico mundial, indispensável à preparação do terreno para o advento do governo mundial.

O estado mais recente de implementação dos planos traçados por esses visionários pode ser avaliado pelos seguintes parágrafos publicados no Taipei Times de 21 de fevereiro de 2006 (v. “State sovereignty must be altered in globalized era“) , aos quais nenhum comentarista político brasileiro prestou muita atenção embora seu autor fosse nada menos que Richard Haas, presidente do CFR, Council on Foreign Relations , o mais poderoso think-tank dos EUA e praticamente uma ante-sala da Presidência americana:

“Na era da globalização… os Estados têm de estar preparados para ceder algumas parcelas da sua soberania aos órgãos mundiais… Isso já está acontecendo no comércio…

“Alguns governos estão preparados para desistir de elementos de soberania para enfrentar a ameaça da mudança global do clima. Por um desses acordos, o protocolo de Kyoto, que vigora até 2012, os signatários concordam em eliminar certas emissões específicas. O que é preciso agora é uma ampliação do acordo, pela qual um número maior de governos, incluindo o dos EUA, da China e da Índia, aceitem limites às emissões e adotem padrões comuns por reconhecer que seria pior se nenhum país o fizesse.

“A globalização, portanto, implica não somente que a soberania está se tornando mais fraca na realidade, mas que ela deve mesmo se tornar mais fraca… A soberania já não é um refúgio.”

Observações:

1. O apelo sucessivo aos exemplos do comércio e da “mudança global do clima” mostra que o plano do Estado mundial tanto pode se legitimar como resposta unificada a problemas de escala internacional, quanto pode espalhar ele próprio uma onda alarmista em torno de problemas inexistentes para se legitimar por meios postiços e fraudulentos. Em 2006 o slogan “aquecimento global” ainda podia parecer um aviso de amigo. Decorridos dois anos, não só milhares de cientistas contestam abertamente esse dogma, mas até crianças de escola estão aptas a desbancar a lenda imposta ao mundo pela campanha bilionária em que brilha como supremo garoto-propaganda o ex-vice-presidente americano Al Gore (v. “Al Gore’s global warming debunked – by kids!”).

2. Os procedimentos usados para impor as reformas globalizantes contornam as vias democráticas normais por meio de decisões tomadas em discretas comissões tecno-científicas e administrativas cuja atividade o público mal pode compreender (v. “Golpe de estado no mundo“). A rapidez mesma das mudanças torna impossível ao cidadão comum perceber o sentido dos acontecimentos. A “opinião pública”, que em geral já não passa mesmo de um conjunto de impressões vagas sem grande conexão com a realidade, torna-se então um mero instrumento para a implantação de mutações que ela própria não pode nem entender nem influenciar. O programa de Toynbee surge aí realizado da maneira mais clara: o Estado mundial não suprime a democracia, mas a engole. Ela continua existindo, mas como órgão de um corpo superior que a abrange e controla sem que ela tenha disso a menor idéia.

3. Se outros fatos que tenho citado em meus artigos não o comprovassem abundantemente, o caso do Protocolo de Kyoto basta para mostrar uma coisa óbvia que muitos dos nossos nacionalistas relutam em entender: que nem os centros de comando do poder globalista se encontram no governo americano, nem os interesses do Estado global se identificam no mais mínimo que seja com os do bom e velho “imperialismo ianque”. Da Califórnia à Nova Inglaterra, da Flórida ao Oregon, ninguém ignora que curvar-se à ampliação do Protocolo de Kyoto é destruir na base a economia americana, reduzindo os EUA à condição de potência de segunda classe. Nem escapa à atenção geral o fato de que outros projetos globalistas propugnados pelo CFR, como o Tratado da Lei do Mar ou a dissolução das Fronteiras com o México e o Canadá, completariam essa destruição e fariam da nação americana um capítulo encerrado da História. Curiosamente, o mais lúcido intelectual de esquerda no mundo, Antonio Negri, já explicou e repetiu mil vezes que “Império” e “Estados Unidos” não são a mesma coisa, que o Império global em formação é supranacional não somente nos objetivos mas na sua própria constituição interna (não que Negri tenha descoberto pioneiramente alguma coisa: com pequenas diferenças, o essencial da sua concepção do Império, publicada em 2000 pela Harvard University Press sob o título Empire , já estava todo no meu livro O Jardim das Aflições , de 1996). Mas o fato de que nem mesmo a palavra de um esquerdista ilustre baste para desfazer a confusão de globalismo e americanismo já mostra que muito do nacionalismo brasileiro é antes uma forma de atavismo doentio do que um patriotismo inteligente. A linguagem cotidiana da política reflete isso: embora o único Império que existe no mundo seja aquele a que se refere Negri, no Brasil usa-se o termo “Império” como sinônimo de “Estados Unidos”, seguindo nisso a retórica comunista de Fidel Castro (v. o artigo dele ““Nuestro espiritu de sarificio y el chantaje del Imperio”, de 25 de abril). Com isso, o grande e verdadeiro Império, do qual a esquerda latino-americana é um dos principais instrumentos, fica a salvo da hostilidade pública, voltada contra uma nação em particular, a qual por ironia – mas não por coincidência – é justamente aquela que maiores obstáculos oferece às pretensões imperiais.

4. O esquema globalista apoiado pelo CFR não é o único que existe. Há um globalismo russo-chinês, consolidado no Pacto de Solidariedade de Shangai (v. “Sugestão aos bem-pensantes: Internem-se“), que atua principalmente por duas vias: o financiamento ao terrorismo e o domínio de nações inteiras por intermédio da mais formidável máquina de corrupção que já existiu no mundo. E há o globalismo islâmico, que se expande através da imigração usada como arma de guerra cultural, numa eficientíssima estratégia de ocupação por dentro. As relações entre esses três esquemas de dominação são extremamente complexas e sutis. O Pacto de Shangai, por exemplo, apresenta-se como reação de esquerda ao “globalismo imperialista”, mas na verdade não se opõe a ele de maneira alguma, e sim apenas aos EUA, ajudando portanto o globalismo a minar a resistência americana (o cacoete lingüístico brasileiro acima mencionado é amostra local desse fenômeno). O esquema islâmico e o russo-chinês podem, até certo ponto, ser vistos como concorrentes entre si, mas aí também uma rede de atenuações e ambigüidades torna proibitiva toda simplificação esquemática.

5. Nenhum país pode “enfrentar” o globalismo avassalador, mas cada um tem a obrigação de se integrar nele da maneira mais proveitosa para o seu povo, sem nada ceder dos seus interesses vitais. Para isso, no entanto, é preciso uma elite intelectual altamente preparada, capaz de orientar-se nos meandros da mais vasta e complexa mutação histórica de todos os tempos. No Brasil essa elite não existe de maneira alguma, e a presunção de que as nossas instituições de ensino “superior” possam prepará-la é tão ridícula que nem merece discussão. Nos cursos que não foram reduzidos à condição de escolinhas de militantes, predomina o praticismo econômico mais rasteiro ou então o formalismo acadêmico que só sabe raciocinar em termos de instituições e doutrinas, sem ir jamais às questões fundamentais. Que eu saiba, o único brasileiro que está preocupado em formar essa elite sou eu mesmo, mas, como os senhores não ignoram, só posso trabalhar em escala miúda, proporcional aos meus recursos, isto é, à falta de recursos. O Brasil parece destinado a atravessar esta grande e perigosa época sem compreender para onde vai nem saber quem o leva.

A lógica do terrorismo

Olavo de Carvalho

Época, 6 de outubro de 2001

Ela não é difícil de captar, se você tem acesso às premissas

Em todo plano terrorista que se preze há uma continuidade entre a preparação da atmosfera, o ataque propriamente dito e o aproveitamento das repercussões. O jargão comunista designa os atentados como “propaganda armada”. A razão é óbvia: visam menos a um resultado militar específico que à ostentação espetacular do temível. Para isso devem articular-se com a propaganda desarmada, que antecipa, orienta e multiplica seus efeitos.

A maior descarga de propaganda armada de todos os tempos foi atirada sobre o WTC e o Pentágono poucos dias depois de estrear, do outro lado do planeta, o show de propaganda desarmada montado pela ONU na Conferência de Durban para desmoralizar Israel e os Estados Unidos. Caídas as torres, seguiu-se o aproveitamento das repercussões: uma campanha mundial, abrilhantada por Fidel Castro, para lançar sobre a vítima a responsabilidade dos atentados e, pela primeira vez na história humana, negar a um país atacado o direito de reagir, pressionando-o a transferir para a ONU a autoridade de decidir seu destino nacional.

A identidade ideológica dos diretores de cena nos dois espetáculos, o que antecedeu e o que se seguiu ao ataque, é rigorosamente a mesma: a internacional esquerdista, entrincheirada na ONU e fortalecida pela exclusão da presença americana na Comissão de Direitos Humanos. A premissa maior e a conclusão do silogismo são, portanto, bem nítidas. Desencavar daí a premissa menor implícita é tarefa simples, mas que se torna difícil quando tantas vozes, explorando a ambigüidade congênita do terrorismo islâmico, se empenham em realçar-lhe a identidade religiosa para encobrir-lhe a identidade política. Pela religião, a quadrilha de Bin Laden integra-se num dos últimos baluartes do conservadorismo religioso no mundo. Politicamente, alinha-se com a internacional esquerdista. Se a face política do terror evidencia a unidade de propaganda armada e desarmada, completando o silogismo, a face religiosa as diferencia e separa, camuflando a premissa menor. Daí que tanta gente na mídia procure associar Bin Laden antes ao Islã, que só tem a perder com suas ações terroristas, que à esquerda mundial, que tem tudo a ganhar com elas.

Quando Bin Laden diz que há uma trama para desencadear a guerra entre o Ocidente e o Islã em proveito de Israel, ele deixa entrever a verdade no fundo da mentira. A trama existe, mas, dessa guerra, Israel não poderia esperar senão sua própria destruição. Outro tanto cabe dizer dos EUA e do próprio Islã. Só quem pode esperar algo melhor é a internacional esquerdista. Aliás, nem precisa esperar. Batendo com mão islâmica e fazendo-se de amiga da vítima para usurpar seu direito de reagir, ela já está ganhando, e aliás quintuplamente: esquiva-se de arcar com a culpa da propaganda desarmada, joga um contra o outro os conservadorismos religiosos judaico-cristão e muçulmano, ganha munição para novas campanhas de imprensa, vence mais um round em sua luta de cinco décadas para dar à ONU o estatuto de governo mundial e ainda lança os débitos de sua monstruosa ambição global na conta dos EUA – tudo isso sem precisar mostrar-se no palco, exceto no papel de guardiã da paz. Jamais a pergunta Quia bono? (Quem ganha com o crime?) teve resposta tão eloqüente. Alguns dados suplementares talvez tornem tudo ainda mais claro. Por que fazer uma Conferência contra o Racismo num país em plena “faxina étnica” contra a minoria branca, se justamente esse item estava excluído do programa de debates? Parece absurdo, não? Mas na aparente loucura há um método. A África do Sul, governada por um partido comunista, tem estreitas ligações com o Taleban e com Cuba, quartéis-generais do terrorismo mundial. E, segundo Anthony LoBaido – um dos mais tarimbados correspondentes estrangeiros no país –, a elite de Durban está infestada de radicais muçulmanos simpáticos a Bin Laden, entre os quais o chefe de polícia e o delegado local da Interpol. A efusão de propaganda desarmada não poderia brotar de um terreno mais fértil.

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