O Chico Cazzo, após ter criado o propriomiolismo, omitiu-se, com modéstia exemplar, de dar um nome à sua escola filosófica. Também não fui eu quem a nomeou. Foi o Edson Camargo, que ainda me sugeriu publicar uma antologia de textos representativos dessa corrente de pensamento, com o título “Tesouros do Propriomiolismo”, onde se destacariam obras da Celina Vieira e da Véia dos Gatos.
A médica que, referindo-se a um convalescente recém-submetido a uma cirurgia maior, diz “Tomara que morra”, não tem, segundo me parece, o estofo moral e psicológico requerido para o exercício da sua profissão.
Aquele cuja iniciativa individual consiste apenas em discordar, ranhetar e acusar prova, com isso, que não tem iniciativa individual nenhuma, que é apenas um reflexo negativo, uma sombra daquele a quem critica. Quando mais reclama dos outros, menos cria de pessoal e próprio e mais repete, servil e uniformemente, o discurso dos outros reclamões. O propriomiolismo — escola filosófica fundada pelo Chico Cazzo — é a paródia ranheta da independência intelectual.
Entre os olavettes encontram-se individualidades altamente desenvolvidas, criadoras de universos intelectuais próprios, como Érico Nogueira, Rodrigo Gurgel, Sidney Silveira, Filipe G. Martins, Lorena Miranda Cutlak, Ricardo da Costa, Raphael De Paola, Rodrigo Duarte Garcia, Josias Teófilo, Mauro Ventura e muitos outros. Individualidades não apenas diferenciadas e maduras, mas expressas publicamente em obras de grande valor.
Em torno da Priscila Garcia orbitam apenas individualidades atrofiadas, perpetuamente imaturas, intelectualmente estéreis como ela própria. E é essa barata desprezível que, com intujito de mera intriga, vem se fazer de superior a pessoas das quais não é digna de engraxar os sapatos.