Yearly archive for 2007

Ciência ou palhaçada?

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 21 de maio de 2007

“Verdade inconveniente”, por definição, é algum fato cuja divulgação fere os interesses de uma elite dominante e por isso acaba sendo boicotada e suprimida. Quando, ao contrário, quem sai alardeando a tal verdade são os grupos político-econômicos mais possantes do universo – proprietários da quase totalidade dos meios de comunicação na Europa e nos EUA –, o mínimo que a prudência recomenda é suspeitar que está sendo servida ao público uma farsa monstruosa calculada para usurpar, em benefício dos próprios donos do poder, o prestígio cultural da marginalidade e da independência.

O detalhe de que no Brasil o apoio a esse empreendimento venha do maior banco nacional e da maior rede local de TV já basta para alertar que não se trata de nenhuma verdade renegada buscando abrir espaço entre barreiras de silêncio erigidas pela classe dominante. Vocês já viram alguma verdade inconveniente ser estampada nas manchetes do New York Times, ganhar o Oscar , ser trombeteada pela rede Globo e abrilhantada pelo charme e beleza (já um pouco passados, é verdade) de Xuxa Meneghel em pessoa?

A sabedoria popular brasileira já deu sua opinião a respeito, acorrendo aos milhões para aplaudir o papa Bento XVI e ignorando solenemente o show bilionário do sr. Al Gore, bem como as gesticulações histéricas com que nossos parlamentares procuravam, na mesma semana, mobilizar as massas contra os supostos horrores da “homofobia”.

“Gore” quer dizer “ferir”, “derramar sangue”. Nomen est omen , “o nome é profecia”, diziam os romanos. A carreira do referido, uma longa sucessão de gentilezas a algumas das forças políticas mais sanguinárias do planeta, incluindo Fidel Castro e as Farc, só foi possibilitada pelo dinheiro com que a ditadura soviética engordou o seu pai, Albert Gore, por intermédio do megapicareta Armand Hammer, o qual, com razão, dizia ter o então senador “no bolso do colete” (a história completa de Hammer está no livro de Edward Jay Epstein, “Dossier. The Secret History of Armand Hammer”, Carroll & Graf Publishers, New York, 1999). Desse bolso emergiu a figura bisonha de Gore Júnior, em cuja candidatura presidencial outro príncipe da picaretagem internacional, George Soros, apostou quantias incalculáveis nas eleições de 2000.

Com a mesma cara de pau com que durante anos negou o genocídio stalinista na Ucrânia e proclamou Fidel Castro um campeão da democracia no Caribe, o New York Times apresenta-nos agora o ex-candidato crônico à presidência americana como um homem bem-aventurado a quem o fracasso eleitoral libertou das malhas do oficialismo, dando-lhe a oportunidade de falar em seu próprio nome, ser sincero, dizer aquilo em que acredita e ser reconhecido enfim como um profeta. Essa mudança de casta, da realeza para o sacerdócio, é uma farsa total. Se Gore acreditasse numa só palavra do que diz, não gastaria mais combustível fóssil em sua mansão de Belle Meade, Tennessee, do que várias centenas de famílias americanas juntas (ver link). E o estatuto de profeta só se consegue quando aqueles que por longo tempo negaram as nossas previsões acabam concordando com elas a contragosto. No caso de Gore isso não aconteceu de maneira alguma. Aqueles que o aplaudem agora são os mesmos que sempre o fizeram: o NYT, o CFR, George Soros, a ONU, Hollywood e as fundações bilionárias. Não consta que um só membro da abominável direita tenha dado sua mão à palmatória ante as revelações eco-ilógicas de Al Gore.

Para compensar, a mobilização mundial para dar ares de verdade científica final à impossível teoria da origem humana do aquecimento global adquire dia a dia mais força, alimentada pela santa aliança da mídia chique, dos organismos internacionais, da militância esquerdista organizada e das grandes fortunas – os quatro pilares da estupidez contemporânea. A mais recente efusão de sapiência dessas criaturas é o manifesto “Defendam a Ciência”, assinado por 128 professores universitários que, por motivos insondáveis, acreditam falar em nome de uma entidade mítica chamada “a ciência”.

A referida ciência, segundo os distintos, está sofrendo, nas mãos da administração Bush, horrores só comparáveis àqueles que os primeiros mártires do saber científico teriam padecido nos cárceres da Santa Inquisição. Em vão se procurará nas colunas do Index Librorum Prohibitorum um só título de Descartes, de Kepler, de Newton, de Leibniz ou qualquer outra obra fundamental para o advento das ciências modernas; mas, uma vez consagrada a lenda de que a perseguição inquisitorial sufocou a ciência nascente, novas lendas podem ser fabricadas a partir dessa, tomada como premissa tremendamente científica. Bebendo nessa fonte, o manifesto acusa o governo americano de “ bloquear o progresso científico, minar a educação dos cientistas e sacrificar a integridade mesma do processo científico, tudo em busca de implementar sua própria agenda política particular,… aliada a uma agenda ideológica extremista defendida por poderosas forças religiosas fundamentalistas geralmente conhecidas como a Direita Religiosa. É freqüente, na presente administração, o governo negar subsídios, censurar relatórios científicos, manipular, distorcer ou suprimir descobertas científicas que ela ache objetáveis .”

Contra este calamitoso estado de perseguição e censura, a ciência silenciada geme e se debate no fundo do poço da exclusão social, pedindo socorro (e dinheiro, evidentemente) à opinião pública.

Mas só um trouxa completo ou um cérebro intoxicado de maconha intelectual esquerdista pode acreditar nessa patacoada.

“O governo” não rejeita relatório científico algum. Quem o faz são cientistas de profissão – tão cientistas quanto os signatários do manifesto – que exercem o seu direito de não dar chancela oficial a teorias que lhes parecem duvidosas ou simplesmente interesseiras (o fato, por exemplo, de que o sr. Gore tenha quase toda a sua fortuna investida hoje em “fontes alternativas de energia” mostra que o que está em jogo para ele não é tanto a sobrevivência da humanidade, mas a integridade do seu próprio traseiro).

Em segundo lugar, George W. Bush não é “o governo americano”, é só uma parte dele. O Congresso é dominado pelos fãs de Al Gore; se eles tivessem em mãos a prova de uma só supressão proposital de dados científicos vitais para a segurança nacional, já haveria comissões de inquérito mordendo os calcanhares do presidente como o fazem a toda hora pelos motivos mais fúteis (como por exemplo as historinhas de Valerie Plame).

Em terceiro lugar, o governo americano, considerado como máquina de divulgação, é literalmente um nada, é um cocô de mosquito, em comparação com o conjunto da grande mídia que apóia maciçamente o alarmismo goreano. Como na história do milionário português que instalou uma janela de vidro fumê na sala de sua casa para que os vizinhos não espionassem as gandaias homéricas que ele ali promovia, mas, por um lapso formidável, colocou o vidro voltado para o lado errado, o governo Bush, se quisesse ocultar alguma “verdade inconveniente” sobre o aquecimento global, só conseguiria ocultá-la de si próprio, deixando-a à vista da opinião pública. Vocês já viram algum jornal ou canal de TV alardear as conquistas espetaculares da ajuda americana no Iraque, a recuperação da economia do Iraque, a prosperidade geral da população iraquiana, a reconstrução de todas as escolas e hospitais do país em tempo recorde? Já leram em manchetes de oito colunas que, em comparação com todas as guerras dos últimos cem anos, a do Iraque foi a que menos atingiu a população civil? O governo vive divulgando essas coisas, mas elas sim são verdades inconvenientes. O establishment midiático suprime-as tão completamente que falar delas é passar por maluco. O manifesto dos 128 iluminados, exatamente como o próprio título do livro-filme de Al Gore, condensa a exata inversão do estado real de coisas.

A organização que promove o empreendimento é aliás bem característica da rede de entidades ativistas por onde circula o dinheiro dos bilionários apóstolos da Nova Ordem Mundial. O site www.defendscience.org tem como principal financiador o Institute for the Study of Natural and Cultural Resources. O diretor deste último, Lee Swenson, começou sua carreira na militância anti-americana dos anos 60, indo heroicamente para a cadeia para fugir do serviço militar. Depois ajudou a criar uma série de entidades militantes da New Left , entre as quais o Institute for the Study of Non-Violence, junto com a cantora Joan Baez. O Institute the Study of Natural and Cultural Resources é apenas a última da série. Uma notável carreira científica, como se vê.

Mas nem tudo no manifesto é empulhação barata. Há nele uma subcorrente de argumentos que vem do fundo dos séculos, alimentando um dos erros mais trágicos em que a humanidade já se meteu.

O paradoxo mais chocante da ideologia científica atual é sua capacidade de fundir, às vezes num mesmo parágrafo, o prestígio intelectual das precauções metodológicas popperianas que afirmam a inexistência de verdades científicas definitivas com o apelo à prosternação geral ante a autoridade inquestionável dessas mesmas verdades. Do ponto de vista sociológico, trata-se de misturar numa só pasta confusa, os três tipos de autoridade assinalados por Max Webber, os quais, normalmente, deveriam permanecer estranhos e independentes entre si: a autoridade racional da ciência, a autoridade tradicional da religião estabelecida e a autoridade carismática dos profetas. Conforme expliquei em artigo anterior, a condição básica da investigação científica é a renúncia ao dom de proferir verdades definitivas, quanto mais ao de transfigurá-las em leis e reivindicar a punição dos discordantes. A própria natureza crítica e analítica do processo científico exige essa renúncia, bem como a abertura permanente e ilimitada às objeções e críticas, que são a alma mesma da racionalidade científica. Essa renúncia, que deu à classe dos cientistas o prestígio incalculavelmente valioso da modéstia racional em confronto com as pretensões dogmáticas do clero religioso, dissolve-se a si mesma no momento em que as conclusões provisórias de tal ou qual conjunto de investigações são proclamadas como verdades definitivas e a tentativa de discuti-las é criminalizada como um ato de lesa-majestade. Após haver atribuido esse tipo de autoridade à teoria da evolução, o ativismo científico procura arrogá-la agora a uma doutrina ainda mais incerta e problemática, a da origem humana do aquecimento global. E, ao mesmo tempo que usa de todos os recursos econômicos e políticos ao seu dispor para sufocar as vozes dissonantes, ele próprio se faz de perseguido e silenciado. A voz que se queixa de sufocada ecoa por todos os canais da mídia mundial, denunciando sua própria farsa da maneira mais patente e apostando, em última análise, na incapacidade pública de notar o paradoxo. Esse apelo à autoridade dogmática por parte daqueles que continuam se nomeando representantes do pensamento crítico é maravilhosamente complementado pela glamurização de Al Gore como um profeta – profeta que clama no deserto de Hollywood, ante as câmeras, holofotes e microfones. O caráter paródico do empreendimento no seu conjunto não escapa ao observador atento, mas talvez escape às multidões distraídas. E é com isso que contam os autores do manifesto.

Se vocês querem uma genuína “verdade inconveniente”, assistam ao documentário “A Grande Trapaça do Aquecimento Global” (“The Great Global Warming Swindle”), uma resposta arrasadora aos esforços publicitários do sr. Gore. Não foi feito com subsídios bilionários nem recebeu da mídia e do beautiful people o respaldo generosamente oferecido à autopromoção desse indivíduo. Os depoimentos ali apresentados são de cientistas profissionais, alguns de fama mundial, que não têm por que ser excluídos a priori da condição de representantes legítimos da sua classe, na qual ocupam posições pelo menos similares às dos sacerdotes do culto goreano. Vejam e em seguida escrevam às organizações envolvidas na promoção da visita de Al Gore, perguntando por que elas se recusam a oferecer ao público os dois lados da questão; por que alardeiam um só e ainda proclamam, com intolerável cinismo, que é uma verdade sufocada pelo establishment , quando obviamente elas próprias são o establishment e a única verdade sufocada é aquela que elas sufocam.

Mesquinharia oficializada

Nada na semana que passou – nem as visitas do Papa e de Al Gore, nem o assalto boliviano aos bens da Petrobrás, nem as eleições na França, nem mesmo o tornado no Kansas – me impressionou mais do que as lágrimas de indignação da deputada Cida Diogo, cujas qualificações estéticas para o ofício de prostituta haviam sido negadas (oh, horror!) pelo seu colega de plenário, Clodovil Hernandes.

Não, não é a aproximação da velhice que me afasta das questões importantes, desviando minha atenção para ninharias. Esse episódio miserável sucedido no parlamento chinfrim de um país ignorado pela História diz mais sobre a índole do mundo atual do que todos os magnos acontecimentos da atualidade.

Nunca se deve tentar fazer dano à reputação de um homem público escarafunchando misérias da sua vida privada. Mas hoje em dia são os próprios homens públicos que exibem suas misérias, às vezes não sabendo que são misérias — porque lhes falta o critério moral para julgar-se a si próprios –, às vezes sabendo-o perfeitamente e tirando proveito delas como arma para chocar e desnortear o adversário, ou mesmo como instrumentos de autovitimização e chantagem psicológica.

Vinte ou trinta anos atrás, a mulher adulta que chorasse e se descabelasse por ter sido chamada de “feia” seria enviada a algum psicoterapeuta, se gostassem muito dela, ou à p. q. p., na hipótese inversa. Hoje em dia a pobrezinha não só recebe manifestações gerais de solidariedade, mas põe em marcha o aparelho repressor do Estado para punir com castigo exemplar o atrevido que ousou colocar seus encantos em dúvida.

Antigamente, declarações como a do deputado Clodovil Hernandes saíam a toda hora em revistas de fofocas, sendo respondidas com agulhadas equivalentemente ferinas, tudo contribuindo para o divertimento geral num país onde imperava o bom humor. Hoje a coisa se transfigura numa crise política, com efusões de moralismo ofendido, discursos com voz embargada e olhos vermelhos de indignação.

Para vocês verem como os tempos mudaram, um rapaz enfezadinho, na internet , me perguntou como eu reagiria se em lugar da sra. Diogo estivesse a minha esposa. Uai, não vejo por que ela ou qualquer outra pessoa deveria se ofender por alguém lhe negar as qualificações para um emprego que não lhe interessa de maneira alguma. Eu mesmo, se contestados os meus méritos para gerente financeiro das Farc, cabo eleitoral do PT ou campeão do concurso de fantasias no Baile do Scala Gay, não me sentiria nem um pouco humilhado. As lágrimas da sra. Diogo a expuseram mais plenamente ao ridículo do que as palavras do sr. Hernandes jamais poderiam fazê-lo. Nos bons tempos, qualquer mocinha humilde, qualquer manicure ou faxineira, seria esperta o bastante para rir e responder: “Não se preocupe, siô dotô, eu não quero tomar o seu emprego” ou coisa assim. Hoje em dia, faltante a capacidade para isso, sobram as afetações histriônicas de revolta cívica.

A seriedade do ser humano mede-se na proporção inversa das picuinhas que leva a sério. Hoje, a moda, e mais que a moda, a obrigação, é sentir-se mortalmente ofendido por qualquer coisinha, é exibir aos quatro ventos um coração partido e transfigurar lágrimas de crocodilo em votos, em indenizações, em verbas públicas.

Examinado o fenômeno na escala civilizacional, o episódio chega a ser temível. A ética aristotélica do “homem magnânimo”, que tão profundamente impregnou a cultura da antigüidade, desapareceu por completo do horizonte contemporâneo. Seu último resíduo, já invertido e caricatural, era a “austeridade” burguesa, que cultivava a decência como substituto da moralidade, a aparência exterior de racionalidade e equilíbrio como Ersatz das qualidades internas correspondentes. Mas essa também já desapareceu. A afetação de dignidade dos nossos políticos do Terceiro Mundo é sua imitação ainda mais remota e diluída – caricatura de um simulacro, paródia da paródia, apoteose do risível e do grotesco.

O indivíduo magnânimo, ou maduro, o spoudaios da concepção de Aristóteles, é o homem cuja personalidade alcançou sua forma estável para além dos percalços da vida. O que o caracteriza é o domínio balanceado da razão sobre os vários impulsos discordantes que se agitam na sua alma. O equilíbrio tensional dos contrários, estabilizado na forma dinâmica de uma imagem pessoal que é a mesma para fora e para dentro – eis o ser humano visto na plenitude da sua perfeição terrestre, que uma vez alcançada o abre para a contemplação do transcendente e do eterno.

George Misch, na sua clássica “História da Autobiografia na Antiguidade”, observa que, se os biógrafos gregos e romanos só se interessavam pelos episódios da vida de seu personagem que conduziam diretamente à conquista dessa forma pessoal e definitiva, desprezando os demais como adventícios e irrelevantes, era porque tinham uma concepção do ser humano fundada na idéia aristotélica do spoudaios e no verso imortal de Píndaro, síntese magistral da mais alta moralidade laica: “Torna-te aquilo que és”.

Nessa perspectiva, cada indivíduo nasce dotado de uma forma pessoal intransferível, que no entanto tem de ser descoberta, realizada e estabilizada através de mil e uma contradições e dificuldades. Goethe dizia que a única verdadeira delícia desta vida é a personalidade: é descobrir-se a si mesmo num espírito de dever e missão pessoal – que mais tarde Victor Frankl chamará “o sentido da vida” – e alcançar, na maturidade, a plenitude visível de um destino singular.

Segundo essa concepção, a importância dos acontecimentos biográficos depende da sua contribuição positiva ou negativa para a conquista do equilíbrio pessoal final. Não é preciso enfatizar que toda atenção mesquinha a pequenas incomodidades e desgostos é fatal para a conquista desse objetivo. Dizia Goethe: “Aquele que não sabe desprezar não sabe honrar” – nem aos outros, nem a si próprio, nem muito menos a Deus. Gerações inteiras estão sendo hoje educadas para cultivar e ampliar desmesuradamente cada pequena ofensa sofrida e a sistematizar milhares de miúdos ressentimentos numa estratégia política da autovitimização rentável. Qualquer ganho político ou financeiro obtido nessa direção é um desastre espiritual imensurável e irreparável. Pelo bem da sra. Diogo, afirmo que reagir com bom humor ante a tirada do sr. Hernandes teria sido muito melhor para ela e muito mais educativo para a população brasileira. Porém, nada mais característico dos políticos de hoje em dia do que a vontade radical de degradar-se até a última miséria em troca de uns votos, de um carguinho, de uns subsídios. O homem da antigüidade podia rebaixar-se muito mais, na prática, sem se sujar tanto quanto os atuais beneficiários da estratégia de autovitimização o fazem com suas afetações de dignidade ofendida. Julio Cesar confessava ter se prostituído carnalmente a um político em troca do seu primeiro cargo público. Ninguém jamais lhe jogou isso na cara, porque ele o mencionava de passagem, com fria indiferença, como detalhe exterior que não afetava em nada a sua dignidade. Ele era um spoudaios . Se, ao contrário, ele se fizesse de vítima, choramingando e exigindo indenizações, os séculos estariam rindo dele até hoje.

Ódio à realidade

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 17 de maio de 2007

O sexo anal pode dar câncer no reto; o oral, câncer na garganta. Excluída a masturbação, que não exige parceiros, eis aí esgotado, com riscos incomparavelmente mais altos que os do abominado tabaco, o rol dos contatos sexuais possíveis numa relação gay. Que haverá nisso de tão excelso para que toda crítica a essas atividades seja proibida por lei?

Decerto estou mais disposto a defender o direito de os senhores parlamentares se entregarem a esses perigosos afazeres do que eles a me deixar acender um único cigarro nas áreas cada vez mais vastas onde o proíbem.

O que não posso entender é que atos prejudiciais à saúde devam ser considerados mais dignos de proteção oficial do que a boa e velha relação conjugal da qual todos nascemos, ao ponto de a simples afirmação da superioridade desta última ser condenada como uma abominação e um crime. Afinal, não é possível fazer sexo oral ou anal sem ter nascido, nem muito menos nascer mediante uma dessas práticas, ao passo que o nascimento as antecede de muitos anos e independe delas por completo. Entre as diversas atividades sexuais, aquela da qual deriva a continuidade da espécie humana tem manifesta prioridade sobre as que se destinam somente a fins lúdicos ou deleitosos, por mais interessantes que estas pareçam a seus aficionados.

Não posso crer que meu pai teria agido melhor se em vez de depositar seu esperma no ventre da minha mãe ele o injetasse no conduto retal do vizinho, de onde o referido líquido iria para a privada na primeira oportunidade. Nem há como imaginar que essas duas hipóteses sejam tão nobres e respeitáveis uma quanto a outra. Por mais que à luz da doutrina gay isto soe até presunçoso, não posso admitir que eu e um cocô sejamos resultados igualmente desejáveis e valiosos de uma relação sexual. Nem suponho que os próprios senhores parlamentares mereçam esse radical nivelamento, ainda que muitos se esforcem para alcançá-lo.

Tudo isso é bastante evidente, e o deputado Clodovil Hernandes é a prova de que não é preciso ser heterossexual para admiti-lo. Se a afirmação do óbvio está em vias de se tornar crime, é porque o ódio do movimento gay não se volta contra injustiças e perseguições reais (infinitamente menores, em todo caso, do que aquelas sofridas pelos cristãos e judeus), mas contra a razão, a lógica, o bom-senso e a civilização. Culturalmente, a ideologia gay nasce de correntes de pensamento que professam destruir a “tirania do logos” e instaurar, em lugar da ordem racional, a pura vontade de poder de um ativismo prepotente e chantagista.

Cada vez que um de seus porta-vozes, como uma nova Rainha de Copas, ordena que todos se prosternem diante de exigências absurdas, ele sabe que não está combatendo “a homofobia”, mas a estrutura da realidade ou, em termos religiosos, o Verbo divino. Só a opção total pela irracionalidade explica que, sob a alegação de proteger uma comunidade contra a mera opinião alheia, se busque submeter a novas perseguições judiciais outras comunidades que não estão expostas ao simples risco de ouvir palavras desagradáveis, mas de morrer em campos de extermínio.

Para compreender a revolução mundial

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 14 de maio de 2007

Prometi explicar mais detalhadamente as “teses sobre o movimento revolucionário mundial” (conferência na Academia Militar de West Point) que publiquei aqui semanas atrás. Como essas explicações são longas, vou subdividi-las em vários artigos, voltando ao assunto sempre que haja oportunidade. Começo com o primeiro parágrafo: “O movimento revolucionário é um fenômeno único e contínuo ao longo do tempo, pelo menos desde o século XV. Cada geração de revolucionários tem consciência de ser herdeira e continuadora das anteriores. Isso está abundantemente documentado nos seus escritos. É um fato, não uma interpretação minha.”

Qualquer que seja o estado de coisas, não há atitude política consciente sem o conhecimento dos antecedentes históricos que o produziram; e não só dos antecedentes factuais imediatos, mas também e principalmente dos elementos duradouros, de longo prazo, que não exercem sobre a situação atual a influência de estímulos causais diretos mas moldam e determinam de longe o quadro geral onde tudo acontece.

Quando o discurso de um agente político repete o de personagens de dois, três ou quatro séculos atrás, os quais ele não conhece e não poderia citar de propósito, às vezes esse fato pode ser explicado pela simples persistência residual de antigos giros de linguagem, impregnados na cultura geral e assimilados passivamente pelo falante. Mas quando a essa coincidência vocabular se soma a identidade dos valores e objetivos que se expressam através do discurso, então é provável que a ação desse agente dê continuidade a uma seqüência iniciada muito antes dele, à qual ele serve com maior ou menor consciência de sua participação num esforço de muitos séculos. Se, ademais, rastreando as origens do seu linguajar podemos reconstruir uma cadeia de transmissão ininterrupta que de geração em geração veio vindo desde os pioneiros da idéia até seu último repetidor passivo, então é claro que estamos diante de um “movimento histórico” identificável, contínuo e autoconsciente.

Um movimento histórico pode abranger e conter muitos movimentos políticos, culturais e religiosos, que constituem suas versões parciais, locais e temporárias e que podem ser bastante diferentes e até contrastantes entre si sem deixar de contribuir, por isso, para a unidade do conjunto que os arrasta, inexoravelmente, à consecução de um sentido geral já formulado, em essência, desde o início.

Um movimento histórico não age por si, não é uma força mágica nem, como diria Hegel, uma “astúcia da razão” que opere e realize seus objetivos mediante uma lógica invisível, passando por cima das intenções conscientes de indivíduos e gerações. É, ao contrário, a continuidade temporal de um conjunto de símbolos, valores e objetivos que a cada geração são introjetados e subscritos conscientemente pelos indivíduos que se colocam a seu serviço. Apenas, em cada um desses indivíduos, o conhecimento dos valores a que serve não implica uma consciência integral da totalidade do movimento abrangente. Em alguns deles, sim. A cada geração há pelo menos um núcleo de “intelectuais”, que sabe de onde veio e para onde vai o conjunto do movimento a que serve. Mas a maioria dos envolvidos pode ter consciência somente das subcorrentes parciais imediatas. Isto é mais do que suficiente para garantir a inserção perfeita das suas ações no sentido total do movimento histórico.

Ao observador leigo a unidade do movimento pode escapar de todo, principalmente porque ele não sabe distingui-la de três outros tipos de unidade que podem aparecer por trás da multiplicidade dos atos humanos:

(1) A unidade espontânea do desenvolvimento histórico. O crescimento da economia capitalista, por exemplo, não resulta de nenhum plano e não é um processo dirigido por ninguém. Ele resulta, como dizia Ludwig von Mises, da somatória de uma quantidade inumerável de atos individuais, cada um deles racional em si mesmo, mas inconexos no conjunto, praticados pelos agentes econômicos em vista de seus objetivos pessoais e grupais.

(2) A unidade concreta e deliberada de um movimento político, social, religioso ou cultural explícito, dotado de um comando identificável e de uma massa de militantes, fiéis ou adeptos conscientes dessa unidade. O catolicismo ou o comunismo são exemplos característicos. Para distingui-los do movimento histórico em geral, vou chamá-los de “movimentos especiais”.

(3) A unidade invisível do “poder secreto” ou “conspiração”. Neste caso, a unidade existe só para os líderes, os condutores do processo, e seus colaboradores imediatos. A massa dos ajudantes anônimos, aglomerada em unidades menores sem contato umas com as outras, não têm uma idéia clara – e às vezes não têm idéia nenhuma — da articulação maior nem do propósito de conjunto a que servem.

Embora a unidade de um movimento histórico possa ter elementos colhidos desses três modelos, nenhum deles a explica. Um movimento histórico não é um puro desenvolvimento espontâneo, mas é um esforço consciente e prolongado para levar as coisas numa certa direção. Mas ele distingue-se também dos movimentos especiais no sentido de que não precisa ter uma estrutura hierárquica de comando, ao menos permanente. Distingue-se também da unidade conspiratória porque essa estrutura hierárquica, quando existe, não tem necessariamente de permanecer secreta.

A unidade de um movimento histórico repousa inteiramente no apelo de certos símbolos que condensam e dão corpo a desejos, ideais e objetivos duradouros. Uma vez adotados como bandeira de luta por algum movimento especial, esses símbolos se disseminam e se arraigam tão profundamente na cultura que sua força aglutinadora pode ser renovada a qualquer instante por algum outro movimento especial que se inspire direta ou indiretamente no anterior. Uma sucessão de movimentos especiais inspirados num mesmo núcleo de símbolos e valores, atravessando as épocas sem conexão organizacional uns com os outros, forma por si um movimento histórico, mesmo que a consciência da continuidade se torne bastante tênue ou seja compartilhada somente por uma elite intelectual sem voz de comando direta sobre o conjunto. Se este continua na mesma direção, não se pode dizer que parou nem que foi extinto. Um movimento histórico pode, alternadamente, cristalizar-se como movimento especial em torno de um comando hierárquico conhecido de todos os participantes ou, ao contrário, subdividir-se em tantos núcleos independentes que pareça ter-se dissolvido, não só em tempos adversos, mas até nas épocas em que os ventos lhe são mais favoráveis e ele pode contar com um crescimento vegetativo apoiado no puro desenvolvimento espontâneo dos fatos sociais. Às vezes, aparece uma liderança genial capaz de manter por algum tempo o controle consciente do movimento, às vezes é preciso esperar até que a espontaneidade do acontecer crie as condições para isso, mas em ambas essas duas épocas o movimento revolucionário prossegue, inabalável,

Ninguém compreenderá jamais o movimento revolucionário mundial enquanto continuar a encará-lo apenas pelo prisma dos movimentos especiais que o integram. Como explicar, por exemplo, a ascensão brutal do esquerdismo no mundo depois da queda da URSS que, segundo a expectativa geral, deveria prenunciar o seu fim? A suspresa diante do fenômeno é tão grande que muitos preferem até negá-lo, refugiando-se numa ilusão psicótica. Mas a explicação dele é simples se você entende que o movimento comunista organizado desde os centros de comando em Moscou e Pequim era apenas uma encarnação parcial e temporária do movimento revolucionário, que este continuava se desenvolvendo em outros contextos sob outras formas, latentes e discretas, prontas a subir ao primeiro plano tão logo a versão soviético-chinesa falhasse, como de fato aconteceu. É deprimente, por exemplo, notar como os EUA, nos anos 50, ao mesmo tempo que combatiam de frente o expansionismo comunista e a espionagem soviética, recebiam de braços abertos os filósofos da Escola de Frankfurt, que já traziam consigo o germe da New Left destinada a florescer na década seguinte com uma força, uma virulência e uma amplitude jamais sonhadas pelos partidos comunistas. Combater um movimento especial sem ter em vista suas ligações com o conjunto do movimento revolucionário é arriscar-se a fortalecer este último no instante mesmo em que se imagina derrotá-lo. Na verdade, a própria elite soviética tinha muito mais flexibilidade e um horizonte estratégico incomparavelmente mais vasto do que os profissionais de inteligência e os analistas estratégicos nos EUA podiam imaginar então. Estes, além de enfocar o movimento comunista isoladamente, fora da tradição revolucionária, ainda consideravam esse movimento apenas um pseudópodo do poder soviético, quando na verdade o poder soviético era apenas uma encarnação local e temporária de uma corrente histórica que vinha desde muito antes dele e que sobreviveu perfeitamente bem à dissolução da URSS.

A unidade do movimento histórico tem de ser buscada, antes de tudo o mais, na linguagem. É a recorrência dos motivos condutores (no sentido que esta expressão tem em literatura e em música) que assinala a continuidade do movimento. E, no instante em que essa continuidade não é só a de uma vaga “influência cultural”, mas a de organizações revolucionárias que geram suas sucessoras e nelas se reencarnam após o seu desaparecimento aparente, então a caracterização do movimento histórico é nítida e insofismável, e já não há mais desculpa para não enxergar a sua unidade por baixo da variação aparente, por mais desnorteante que seja.

Para quem conhece a história do movimento revolucionário como conjunto, essa unidade, que o leigo tem tanta dificuldade de enxergar, transparece até em detalhes aparentemente irrisórios. Quando, por exemplo, o sr. Lula se declara católico e no instante seguinte, com a cara mais bisonha do mundo, afirma que está habilitado a comungar sem confessar por ser homem “sem pecados”, quem atribui isso à tolice pessoal do sr. presidente é infinitamente mais tolo do que ele. A frase ecoa um Leitmotiv do movimento revolucionário, circulante pelo menos desde o século XV: a impecância essencial do revolucionário, limpo e santo a priori e incondicionalmente. Ah, é apenas uma coincidência verbal!, dirão os sapientíssimos observadores. Não é não. Toda a mentalidade do sr. Lula foi formada pelo ensinamento direto e persistente do sr. Frei Betto, que é a encarnação mesma da heresia revolucionária, em nada diferente daquela dos cátaros e albigenses. O sr. Lula, no caso, talvez não tenha a menor consciência de que é um boneco de ventríloquo sentado no colo de uma tradição de cinco séculos. Mas o sr. Frei Betto, que pensa com o devido recuo histórico, sabe perfeitamente para que fins treinou o seu discípulo.

Prosseguirei estas explicações na semana que vem.

Absurdo sensato

As escolas infantis inglesas eliminaram do currículo de História a menção ao Holocausto, porque ofendia as delicadas sensibilidades dos alunos muçulmanos, persuadidos de que não aconteceu Holocausto nenhum, de que os judeus inventaram tudo só para tomar dinheiro da ingênua espécie humana.

Parece loucura, mas não é. É cálculo. E vem mais por aí. Quando o herdeiro do trono está sob a influência direta de mestres espirituais muçulmanos, inteligentes o bastante para fazer dele um discípulo dócil e obediente, é natural que a Inglaterra se prepare para ceder seus últimos resíduos de orgulho nacional ante a chantagem moral islâmica. A “Abolition of Britain” que Peter Hitchens anunciou num livro indispensável (San Francisco, Encounter Books, 2000) e a total islamização da Europa segundo o diagnóstico assustador de Bat Ye’or em “Eurabia: The Euro-Arab Axis” (Cranbury, NJ, Associated University Presses, 2005) estão mais perto do que a opinião pública imagina. O príncipe Charles aparece de vez em quando como um simples mecenas, protetor da arte e da cultura islâmicas no seu país, mas, acreditem, isso é só uma fachada. Ele está pessoalmente ligado a uma organização esotérica fundada por Frithjof Schuon, o místico muçulmano, suíço de nascimento, que ao voltar de uma viagem iniciática à Argélia nos anos 50 prometeu islamizar a Europa no prazo de uma geração. Schuon morreu, mas seu trabalho, extremamente bem sucedido, continua através de dedicados sucessores. A influência incalculavelmente vasta e ao mesmo tempo discretíssima que ele logrou obter sobre a elite intelectual e política européia é invisível ao grande público, mas sem ela o mero afluxo de imigrantes não teria o dom de transformar o Islam na única autoridade religiosa que tem o poder de vergar a espinha do governo britânico, e de fazê-lo até mesmo em nome de uma exigência absurda, ofensiva em último grau.

Schuon sempre soube que as grandes transformações históricas vêm de cima, que os movimentos de massa não são senão o efeito remoto da influência espiritual exercida sobre os corações e mentes dos homens mais cultos e capacitados. A abertura da Europa ao Islam não começou com a importação de trabalhadores. Começou com discretos rituais místicos em Oxford e Cambridge, aos quais o prestígio de intelectuais de primeiro plano acabou atraindo membros do Parlamento e até o príncipe herdeiro. Nenhum país pode resistir a uma cultura estrangeira quando a classe pensante local já se rendeu a seus encantos hipnóticos. Pouco importando o que pensemos de seus méritos e deméritos, Schuon não abriu uma fresta na cultura européia: abriu um rombo.

Esse capítulo decisivo da história recente é totalmente desconhecido dos politólogos, dos analistas estratégicos, dos comentaristas de mídia e dos demais “formadores de opinião”.

Denúncia

A propósito do recente indiciamento dos dois pilotos americanos no caso do acidente com a aeronave da Gol, recebi a seguinte mensagem de um ouvinte do meu programa True Outspeak, George Rocha, e acredito dever repassá-la aos leitores desta coluna:

“ Sou piloto de linha aérea e instrutor de vôo (jatos) há 27 anos. Digo-lhes, sem dúvidas, que os pilotos norte-americanos não cometeram qualquer erro durante o fatídico vôo. Provo minha afirmação inclusive diante de qualquer juiz. Desculpem-me por estar endereçando coletivamente esta minha mensagem sobre a realidade do acidente Legacy X GOL 1907. Eu li todos 79 comentários de O Globo online e sinto-me no dever moral, por possuir as informações técnicas corretas, de informar os demais brasileiros, leigos ou não, sobre fatos transitados acerca deste acidente aéreo.

 No meu blog “ No Ar” ( http://www.globoonliners.com/icox.php?mdl=pagina&op=listar&usuario=363 ) todos vocês poderão ler o que aconteceu para o desfecho do acidente e ainda as preocupações da Aeronáutica, governo, Infraero, Cindacta, etc. Estejam certos de que a investigação tem sido manipulada politicamente.”

Estrangulamento

O golpe que, segundo comentei no artigo anterior, está sendo armado pela esquerda parlamentar americana para quebrar a resistência conservadora abrigada nas estações de rádio, é só parte de um projeto mais vasto destinado a instaurar de vez a hegemonia esquerdista e calar por completo a voz dos conservadores. Depois do rádio, a arma mais poderosa do conservadorismo americano é a rede de organizações populares (“grassroots”), sustentadas pelas contribuições de milhões de eleitores e criadas para pressionar a Câmara dos Representantes e o Senado por meio de cartas, telegramas, e-mails e telefonemas nos dias que antecedem alguma votação importante. Há tempos o Partido Democrata vem tramando um meio de tomar essa arma dos republicanos. Agora os adeptos de Nancy Pelosi encontraram a fórmula: regulamentar aquelas organizações de modo a que todos os seus membros contribuintes, mesmo os mais pobres e humildes, tenham de ser fichados perante o governo federal. Será, pela primeira vez na história americana, um monstruoso cadastro ideológico, que deixará milhões de eleitores expostos à espionagem oficial e à pressão direta do parlamento esquerdista.

A idéia é tão cínica, tão ostensivamente ditatorial, que não é possível deixar de contrastá-la com as afetações de escândalo com que os democratas, pouco tempo atrás, denunciaram como violação de privacidade a escuta telefônica praticada pelo governo Bush em cima de duzentos e poucos suspeitos de terrorismo, quase todos eles estrangeiros. Não é uma maravilha? Nada no mundo tem a força de auto-superação da hipocrisia esquerdista. Quando imaginamos que ela atingiu seu último limite, ela alça vôo ainda mais ambicioso, sempre com aquele ar de pureza excelsa de quem se considera imune ao pecado.

Crimes do abortismo

Quem quiser mais informações sobre os crimes do movimento abortista, que aqui denunciei em editorial publicado no dia 11 de maio, pode encontrá-las nas seguintes fontes:

Para maiores informações, as fontes são as seguintes.

Livros — Patrick J. Buchanan, “The Death of the West: How Dying Populations and Immigrant Invasions Imperil Our Country and Civilization” (St. Martin’s Press, 2002) e “State of Emergency : The Third World Invasion and Conquest of America” (id., 2006); Ramesh Ponnuru, “The Party of Death: The Democrats, the Media, the Courts and the Disregard for Human Life” (Regnery, 2006).

Vídeos — http://www.youtube.com/watch?v=UgH7bkV0Dm4 , http://www.youtube.com/watch?v=pR5g49NNKHU&mode=related&search =, http://www.youtube.com/watch?v=rIzXNJNR2uQ&mode=related&search = e http://www.youtube.com/watch?v=Q-UmKGR9NFU&mode=related&search =. Para os membros da comunidade Orkut, coloquei esses vídeos na minha página pessoal.

Artigos meus — http://www.olavodecarvalho.org/semana/051208jb.htm , http://www.olavodecarvalho.org/semana/050822dc.htm , http://www.olavodecarvalho.org/semana/050409globo.htm , http://www.olavodecarvalho.org/semana/050430globo.htm e http://www.olavodecarvalho.org/semana/980122jt.htm .

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