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Todo es igual, nada es peor

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 6 de dezembro de 2011

Quando um criminoso graúdo não consegue passar por inocente, ele procura ao menos dar a impressão de que não é tão criminoso assim, de que seus delitos não foram maiores que os de um ladrão de galinhas, de um bolinador de moças ou de um surrupiador de chicletes.

Quanto mais graves e numerosos os seus crimes, tanto mais compulsiva sua necessidade de atenuá-los.

Ninguém sente mais intensamente essa necessidade do que os comunistas, que mataram mais gente que duas guerras mundiais somadas. Mataram até mesmo mais comunistas do que todas as ditaduras reacionárias juntas.

A imensidão de seus feitos macabros é tal, que a única maneira de conservarem alguma tranqüilidade de consciência é amputar radicalmente uma parte dela, deformando sua percepção da realidade e apegando-se tenazmente, desesperadamente, a uma falsa imagem de si mesmos.

É inevitável que essa manobra antinatural espalhe efeitos colaterais indesejados, bloqueando o funcionamento da inteligência e da memória em domínios bem afastados da área inicialmente visada, culminando naquele fenômeno de auto-estupidificação grupal que documentei em O Imbecil Coletivo.

Várias são as maneiras pelas quais a operação se realiza: negar obstinadamente os fatos (episódio Kravchenco), culpar as vítimas (Che Guevara choramingando), parir do nada equivalências postiças (Livro Negro do Capitalismo, v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/05272002globo.htm), até mesmo explodir as pontes entre linguagem e realidade (desconstrucionismo).

Mas um dos métodos mais infames é negar importância ao fator “quantidade”, abolindo o senso das proporções e proibindo enxergar a diferença entre o maior e o menor.

Ainda recentemente, indignadíssima com um editorial da Folha de S. Paulo segundo o qual o regime militar brasileiro fôra um mal menor em comparação com a violência mais vasta, sistemática e permanente das ditaduras comunistas, Dona Maria Vitória Benevides (professora da USP, de onde mais poderia ser?) saiu exclamando:

“Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar ‘importâncias’ e estatísticas.”

Que, para uma autora notoriamente marxista, negar a diferença entre crimes maiores e menores em nome de um amor histriônico à dignidade humana fosse um suicídio intelectual completo, é algo que não lhe passou pela cabeça, ou, se passou, lhe pareceu um sacrifício aceitável em vista da urgência de fugir a comparações deprimentes.

De um lado, implicava renunciar, de um só lance, ao esforço de séculos com que a tradição materialista vem tentando reduzir as qualidades a quantidades. De outro, resultava em negar um dos princípios básicos do marxismo, a transmutação do acúmulo de quantidades em “salto qualitativo” (ou “salto dialético”). Mas quem vai ligar para sutilezas doutrinais quando se trata de limpar às pressas a reputação do comunismo ante um público geral que ignora tudo da doutrina marxista?

Mais que infringir um dogma do marxismo, no entanto, o rompante de Dona Benevides ia contra os requisitos básicos de funcionamento da inteligência humana e do senso moral.

Ao proclamar que em matéria de direitos humanos as quantidades não importam, que um crime é tão ruim quanto milhões de crimes, a referida se mostrou incapaz de apreender sequer a diferença entre zero e um. Que é que distingue, afinal, um inocente de um culpado senão o número de seus crimes, zero e um (ou mais de um) respectivamente? Se a contagem é proibida, é tão culpado quem cometeu um crime quanto o que não cometeu nenhum.

Abolir a importância das quantidades torna impossível, também, distinguir entre delitos mais graves e menos graves. Toda a jurisprudência universal depende dessa distinção. Se você esmurra um sujeito por dois minutos, é crime de agressão. Se o faz seguidamente por meia hora, é tentativa de homicídio. Se continua batendo até o desgraçado morrer, já não é mais tentativa: é homicídio. Suprima o fator “quantidade”, e essas diferenças desaparecem.

Todas as leis penais do universo, bem como os julgamentos morais com sentido penal – e condenar a violação de direitos humanos é claramente um deles –, têm como base a proporcionalidade dos delitos e das penas, o que implica não somente a avaliação da gravidade relativa dos crimes, mas também, e incontornavelmente, a soma do número deles. Sem o fator quantidade, não se pode distinguir entre “crime”, “crime continuado” e “concurso de crimes”, tornando-se impossível graduar as penas correspondentes. É a abolição completa da justiça, portanto também a dos direitos humanos.

A proibição de somar resulta em abolir as noções mesmas de genocídio e de crimes contra a humanidade. Se Hitler tivesse matado uma dúzia de judeus em vez de seis milhões, poderia ser acusado de homicídio contumaz, mas não da tentativa sistemática de eliminar toda uma comunidade étnica. Para Dona Benevides, isso não faz diferença.

Resta o fato de que toda sociedade pode suportar até uma determinada quantidade de crimes, mesmo cometidos pelo Estado, sem sofrer abalo em seu sistema de valores. Mas, quando o número de vítimas da violência estatal chega aos setenta milhões, como na China comunista, não há ordem moral que subsista. Na degradação geral, os sobreviventes tornam-se vítimas tanto quanto os mortos.

A explosão de ira de Dona Benevides contra comparações necessárias, incontornáveis e moralmente obrigatórias é um sintoma da frivolidade criminosa com que os comunistas se esquivam de um confronto com suas próprias culpas, maiores que as de qualquer outro grupo humano ao longo da História.

O burguês segundo Marx

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 12 de setembro de 2011

Um dos mais queridos entretenimentos dos marxistas, desde há um século e meio, tem sido defender Karl Marx da acusação de economicismo. Longe de reduzir tudo às causas econômicas, dizem eles, o autor de O Capital enxergava no processo histórico a ação simultânea de um complexo de fatores, incluindo o cultural e o religioso, onde a economia só viria a predominar “em última instância”, cedendo freqüentemente o passo às demais forças. A imagem de um Karl Marx obsediado pela onipotência da economia é, alegam, uma redução pejorativa, criada para fins de propaganda pelos críticos burgueses.

Há alguma verdade nisso. Marx não era nenhum simplório, sujeito a deixar-se embriagar pela obsessão da causa única, mágica, universalmente explicativa.

Acontece, no entanto, que toda a engenhoca explicativa do marxismo não foi concebida como pura filosofia, e sim como instrumento prático de destruição da sociedade burguesa, e há nela uma nítida defasagem entre a teoria geral da História e a sua aplicação ao capitalismo em especial.

Ao descrever o funcionamento da sociedade burguesa, Karl Marx, alegando que assim procede por motivos de ordem metodológica, faz abstração dos demais fatores – culturais, políticos, éticos, religiosos, etc. – e reduz tudo à operação da mais-valia: o truque sujo mediante o qual o “valor” da mercadoria, definido como a quantidade de trabalho necessário para produzi-la, é subtraído aos trabalhadores e embolsado pelo burguês. Não interessa, aqui e agora, contestar a teoria da mais-valia. Eugen Von Böhm-Bawerk já fez isso melhor do que jamais alguém poderá fazê-lo de novo (V. A Teoria da Exploração do Comunismo-Socialismo, em http://www.olavodecarvalho.org/bbawerk/rosto_bohm.htm). O importante é notar que, de tudo aquilo que veio ao mundo como elemento constitutivo da sociedade burguesa – o humanismo, a ética protestante, a democracia parlamentar, os direitos civis, a liberdade de imprensa, as eleições, o sistema judiciário independente, a previdência social, as leis de proteção às mulheres e crianças, a escolarização das camadas pobres, a aplicação universal da ciência e da técnica ao melhoramento da vida humana – não sobra, na definição marxista do capitalismo, nada. Capitalismo é exploração da mais-valia: ponto final. Tudo o mais é elemento acidental e secundário, que a “força da abstração” (sic) deve desprezar para se concentrar no essencial.

Uma vez montado esse recorte metodológico e descrita na sua lógica interna a “essência do capitalismo”, todos os elementos que foram inicialmente removidos para fora do foco são declarados retroativamente irrelevantes de fato e reduzidos a “superestruturas”, aparências ou camuflagens ideológicas do mecanismo central que tudo absorve e explica.

O “burguês” pode então ser desenhado como o usurpador por excelência, o sanguessuga, o vampiro que engorda extraindo as últimas gotas de energia da classe trabalhadora, e que ainda tem o cinismo de adornar esse crime com as belezas enganosas da cultura moderna, da religião e da assistência social.

A obsessão economicista que não se pode imputar a Marx na sua compreensão geral da História é assim restaurada com força total no desenho odiento, monstruosamente unilateral e caricatural, que ele traça do capitalismo e do burguês. Mas, como esse desenho e o rancor que ele despeja sobre a figura do burguês são declaradamente os objetivos finais da obra inteira de Karl Marx, toda a abertura que ele concede à multiplicidade dos demais fatores é apenas uma concessão provisória destinada a camuflar e preparar o economicismo brutal e cru com que ele fomenta a revolta contra a burguesia.

Marx não faz o mínimo esforço para demonstrar que a exploração da mais-valia é a causa substancial por trás de todos os benefícios trazidos à humanidade pela cultura da época burguesa. Ao contrário, ele apela a um expediente que, pelo seu contágio, viria a se tornar endêmico entre hordas inteiras de praticantes das “ciências sociais”: excluir do campo de enfoque pedaços enormes do objeto estudado e depois, sem a mais mínima razão, dar por demonstrado que são irrelevantes, ilusórios ou inexistentes. O que era pura restrição de método torna-se, por um passe de mágica, uma afirmação objetiva sobre a estrutura da realidade. O efeito persuasivo não se obtém por nenhum acúmulo de provas ou demonstrações, mas pela concentração hipnótica no fator escolhido como “essencial”, cuja longa e exaustiva análise ocupa o horizonte inteiro das consciências, removendo tudo o mais para uma distância onde se torna invisível. Que a presença histórica de alguns fatores extra-econômicos tenha precedido de séculos o advento do capitalismo industrial é, portanto, algo que não precisa ser levado em conta, nem explicado. Sem o protestantismo e o humanismo, que remontam ao século XVI, nada de sociedade burguesa, mas para que remexer o passado? As provas não apenas ficam ausentes, mas são criteriosamente evitadas: qualquer tentativa de examinar os elementos excluídos terminaria por trazê-los de novo para o centro do quadro, desfazendo em fumaça o efeito da concentração hipnótica.

Não espanta que isso tenha realmente sucedido a vários discípulos devotos, que, no empenho de provar a veracidade do marxismo, acabaram por dissolvê-lo numa variedade de enfoques causais que não têm de marxista senão o nome. Isso já começa com Lênin: a teoria da “vanguarda” partidária que se antecipa ao proletariado e o cria depois da revolução suprime desde logo a idéia dos proletários como forças primordiais da transformação histórica e, de um só golpe, torna inviável qualquer tentativa de definir em termos econômicos as classes antagônicas. Por essa via, o historiador marxista inglês E. P. Thompson chegou à conclusão de que é impossível, mediante critérios de pura economia, distinguir um proletário de um burguês. Herbert Marcuse demite ostensivamente o proletariado da função de classe revolucionária, colocando em lugar dele os estudantes pequeno-burgueses e o Lumpenproletariat que Marx desprezava: bandidos, prostitutas, cantores de boate, drogados, bêbados e malucos em geral. Antonio Gramsci prefere os intelectuais. E Ernesto Laclau proclama que nem é preciso uma classe revolucionária existente: a mera força da propaganda cria a classe revolucionária do nada.

Uma teoria que, para conservar seu prestígio, tem de ser levada a dizer o contrário do que dizia não é, com efeito, teoria nenhuma: é apenas o símbolo unificador de um grupo de interesses heterogêneos, que se define, se indefine e se redefine conforme bem lhe interessa no momento, com a inventividade insana dos oportunistas, dos mitômanos e dos criminosos pegos em flagrante.

Copiando os russos

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, 19 de agosto de 2011

No extraordinário relato que publicou sob o título Darkness at Dawn. The Rise of the Russian Criminal State (Yale: Universty Press, 2003), David Satter, ex-correspondente do Wall Street Jounal em Moscou, conta que o novo regime russo subseqüente à queda da URSS já nasceu criminoso porque a comissão de privatizações, no governo Yeltsin, não ligava a mínima para saber de onde vinha o dinheiro com que as empresas estatais eram compradas às pencas em leilões bilionários. Em geral vinha do próprio governo, pelas mãos de funcionários ladrões. Ou vinha do narcotráfico. Ninguém nem perguntava. Só o que queriam era privatizar tudo o mais rápido possível, para criar do nada uma classe capitalista sem lei, nem ordem, nem moralidade. Nem mesmo combater as quadrilhas criminosas lhes parecia necessário: afinal, elas faziam dinheiro, que era tudo o que importava.

Somada à súbita liberação geral dos preços, essa política, perto da qual o assalto estatal à nação e à Igreja na Revolução Francesa de 1789 fica parecendo uma rifa em colégio de freiras, não demorou a produzir os resultados logicamente previsíveis: em poucos meses, 99 por cento das poupanças tinham desaparecido, deixando o povo à míngua, enquanto no topo da sociedade uma nova casta de barões ladrões abria caminho mediante expedientes singelos como explodir as casas dos seus concorrentes ou abater a tiros os funcionários do Estado que não se rendessem à sedução das propinas, àquela altura tidas como instrumentos normais de negociação.

Se perguntamos por que os responsáveis pelas privatizações russas optaram por uma estratégia tão obviamente suicida, a resposta é simples e vem da boca dos próprios personagens, com uma candura admirável: eram todos homens de formação marxista, não só acostumados a um ambiente de crueldade incomum, mas persuadidos de que a “acumulação primitiva do capital” só é possível através do roubo, do saque, da desumanidade e da violência descontrolada. Para eles, o que estava acontecendo na Rússia era simplesmente natural, inevitável, imune a todo julgamento humano.

Ao abdicar do comunismo, adotaram o capitalismo tal como o comunismo o concebia. Simplesmente passaram a achar bom o que antes achavam ruim, sem modificar no mais mínimo que fosse a imagem que faziam dele até então.

Essa imagem é obviamente falsa. O próprio Karl Marx sabia disso quando a inventou como engodo proposital, falsificando os dados estatísticos do Parlamento britânico (os famosos Blue Books) para dar a impressão de que o capitalismo era filho do banditismo, quando a verdade era exatamente o contrário: um capitalismo selvagem primitivo, incipiente, só veio a ganhar força e vigor quando o ambiente social e psicológico foi saneado pelo império da lei e da ordem, incluída aí a influência da fé religiosa. Se a noção marxista já era falsa com relação ä Inglaterra, que Marx tomara como modelo universal, mais absurda ainda ela se revelava no confronto com o exemplo americano, onde um sistema de leis e instituições humanitárias, fortemente impregnado de moral cristã, antecedera de décadas o florescimento capitalista que aí viria a brotar com energia mais pujante do que em qualquer outro país.

Logo no começo de “O Capital”, Karl Marx avisa que seu modelo de capitalismo não se baseia na sondagem dos fatos históricos, mas na “força da abstração”. Ele despe o capitalismo de todos os elementos sociais, culturais, psicológicos, éticos e religiosos que o prepararam, e o descreve como simples esquema econômico descarnado, fundado na exploração de algo que ele chama a “mais-valia”. Com a ambigüidade característica dos pensadores revolucionários, porém, ele se esquece da advertência que acabou de fazer e logo passa a tratar esse capitalismo abstrato como se fosse realidade histórica concreta. O dano que com isso ele trouxe à economia mundial foi duplo: primeiro, o fiasco monumental da economia soviética; depois, o descalabro do capitalismo criminal russo.

Mas houve um terceiro dano, mais sutil e de conseqüências incalculáveis: ele inoculou o abstratismo econômico na mente de seus adversários, levando-os a apoiar entusiasticamente o desatino das privatizações soviéticas e a acreditar, com maior insanidade ainda, que a introdução da economia de mercado na China traria consigo a liberalização do regime político.

É uma trágica ironia que a crença cega no primado da economia como motor da História tenha se impregnado tão profundamente nas almas daqueles que mais deveriam contestá-la. Tal como os privatizadores russos, muitos “formadores de opinião” ocidentais em matéria de política e economia amam o capitalismo, mas pensam como marxistas. É como achar que entre os encantos peculiares de uma bela mulher se encontra o fato de a referida sofrer de AIDS.

Uma coisa que sempre me impressionou entre os liberais é a paixão com que aderem à escola austríaca de economia, tratando-a como um conjunto de fórmulas gerais abstratas, transportáveis às mais diferentes situações, sem jamais mostrar o mínimo interesse pelas condições culturais muito peculiares que na Viena do começo do século XX permitiram e fomentaram a emergência dessa escola. Esse desinteresse, mais pronunciado entre os economistas brasileiros que entre os de qualquer outra nacionalidade, é tanto mais imperdoável porque aquele período da história cultural austríaca foi um dos mais vigorosos e criativos de todos os tempos, e não se pode imaginar um surto de genialidade eclodindo entre meia dúzia de economistas sem ter nada a ver com o que se passava em torno. A Viena daquela época era um ambiente de intercâmbio intelectual intenso, propiciando a fecundação mútua entre os mais diversos campos da atividade intelectual e artística. A economia de Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek não é uma “coisa em si”, brilhando isolada no céu das ideias puras: é o fruto de uma atmosfera intelectual de intenso diálogo entre todas as disciplinas das artes e das ciências, atmosfera que, por sua vez, não se pode compreender sem a referência ao quadro político do Império Austro-Húngaro. Ironicamente, duas das fontes mais valiosas para o estudo desse período têm traduções brasileiras. “O Mundo que Eu Vi”, memórias de Stefan Zweig, e dezenas de estudos sobre obras e idéias austríacas ao longo dos “Ensaios Reunidos” de Otto Maria Carpeaux foram bastante lidos no Brasil nos anos 50 e 60. Hoje estão completamente esquecidos, e a simples sugestão de que um economista as leia deve soar como apelo a um diletantismo indigno de profissionais sérios. “The Austrian Mind: an Intellectual and Social History, 1848-1938”, de William M. Johnston (University of California Press, 1972) dará aos interessados uma visão da prodigiosa riqueza intelectual e humana de onde brotaram as intuições econômicas não só de von Mises e Hayek, mas também de Joseph Schumpeter, Carl Menger e tantos outros. Não há desculpa para a ignorância satisfeita dos economistas liberais que acreditam poder compreender a escola austríaca sem saber de onde ela saiu. Essa atitude reflete uma obsessão dinheirista que, por sua vez, tem sua origem remota no íncubo marxista que há décadas se apossou da mente antimarxista. Os que hoje pontificam sobre a economia brasileira desde um ponto de vista liberal sem levar na mais mínima conta os fatores intelectuais, culturais, psicológicos éticos e religiosos do destino econômico das nações são privatizadores russos mal disfarçados.

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