13 de julho de 2017
Devo à gentileza da Clara Gouveia esta transcrição de um trecho de aula:
Sobre a música clássica
Por Olavo de Carvalho
9 de julho de 2017
Na adolescência, aprendi a ouvir música na casa do dr. Oswaldo Fávero, tio dos meus amigos Maurício e Marcos, e no apartamento do meu tio Luiz de Campos Mello. Naquela, nós nos trancávamos num quartinho acolchoado de cortiça onde um zumbido de mosquito faria o efeito de uma bomba e, após as explicações preliminares do sr. Oswaldo, os três meninos se transformavam em três puros pares de orelhas, mal ousando respirar a partir do momento em que o disco de vinil começava a girar no fonógrafo. No apartamento eu costumava ir às tardes, quando meu tio estava fora trabalhando no banco e eu não corria o menor risco de ser interrompido pela sua esposa, minha tia Olga, que era a pessoa mais discreta e inaudível do universo. Nos dois lugares as notas musicais reinavam soberanas num ambiente de silêncio reverencial e se impregnavam na minha memória de uma vez para sempre. É assim que se ouve música clássica. Mas no Brasil de hoje as pessoas pensam que é tudo música de restaurante, feita para adornar o fundo das suas conversações interessantíssimas e fazer contraponto aos seus peidos, arrotos, gargalhadas e outras sonoridades mimosas. Música clássica pode abrir para você as possibilidades espirituais mais incríveis, desde que você lhe dê a atenção correta, que é total e sem distrações. Caso contrário, é apenas uma cosquinha nos ouvidos. Considero este ponto ESSENCIAL para o desenvolvimento mental dos meus alunos no COF.
O Antagonista entrevista Olavo de Carvalho
Com Felipe Moura Brasil
10 de junho de 2017
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