Leituras

A violência no campo

Pedro Paulo Rocha


9 de dezembro de 2001

Para citar um caso atual da atuação da ONG “Human Rights Watch”, sabemos que ela prontamente enviou seu representante para exigir a punição de policiais que, num confronto contra os “sem terra”, em Eldorado, no Pará, mataram 19 pessoas.

Sem dúvida a Polícia é, frequentemente, violenta e corrupta e, à miúde, age com crueldade e se excede no cumprimento de suas missões, envolvendo-se com bandidos. Porém as cenas apresentadas pela TV mostram, claramente, que 2.800 “sem terra” investiram contra 155 policiais, provocando a reação, sob a pena de serem trucidados a foiçadas, como foi um policial militar, degolado pelo MST, em Porto Alegre, sem que disto resultasse qualquer condenação. Ademais não se justifica esta intromissão, nos assuntos internos do país.

Cabe indagar por quê, em 12/6/96, quando 600 famílias de “sem terra”, bem armados, conforme testemunhos, (* O Globo de 15/6/96) invadiram a fazenda Cikel, no Maranhão, e mataram três empregados, um deles a pancadas (conforme laudo pericial) e seqüestraram um quarto, supostamente morto, não lhes deu nenhum apoio? Muito ao contrário, o Movimento Nacional dos Direitos Humanos imediata e precipitadamente se manifestou, em um “relatório de sete páginas, assinado simultaneamente pelo PT, Pastoral da Terra e CNBB, justificando que o conflito havia sido provocado por pistoleiros da fazenda” (* O Globo, pg. 11 de 18/6/96). Versão que é desmentida por investigações procedidas pelas autoridades e testemunhos. Este fato demonstra serem estas organizações e agitadores de esquerda, “batatas de um mesmo saco”, e desmoraliza seus alegados propósitos humanitários.

Tecnicamente, o desrespeito à lei e às instituições, a qualquer pretexto, como as invasões agrárias, sob a pueril alegação de que precisam de terra para trabalhar, está abrindo precedentes altamente perigosos. Quem acha que alguém pode ter a prerrogativa de transgredir uma lei, está lhe dando o direito de que decida quais leis deve cumprir e quais desrespeitar. É equivalente a que “sem teto” invadam suas casas, por não terem onde morar, “sem carro” os assaltem, por não terem um veículo, ou “sem mulher” estuprem, por não terem esposa. São violências e arbitrariedades injustificáveis. As alegações apresentadas, só podem ser aceitas por mentecaptos.

Além disto, é preciso considerar que durante muitos séculos o homem se concentrou nos campos, onde produzia artesanalmente, apenas os produtos que necessitava para seu sustento e de sua família. Contudo, com a modernização, esta situação se modificou completamente. A industrialização concentrou, nas vilas e cidades, enormes massas humanas que outrora produziam seu próprio alimento, e que agora apenas consomem. Os meios de produção da agropecuária se tornaram, então, tão importantes para o abastecimento das cidades, quanto a produção industrial. É uma contingência do progresso. Isto forçou a atividade no campo a se mecanizar e se organizar empresarialmente, para a tornar mais produtiva e atender à crescente demanda. Sem o que a fome seria generalizada, como a que matou milhões de pessoas na Rússia, no início do século, e está se repetindo, nos dias de hoje, na Coréia do Norte, e teríamos um caos. Despreparados, os “sem terra” não têm recursos para atender a esta demanda tecnológica.

O problema agrário tem que ser, portanto, abordado em função da produtividade e das necessidades globais de alimentação do país e não de interesses particulares, de partidos ou grupos que querem se promover ou implantar, na marra, o comunismo no país, como se evidencia pelas bandeiras vermelhas e retratos de Karl Marx, Che Guevara e do anarquista Bukanin, que ornamentam os seus acampamentos, conforme fotos exibidas em todos os jornais. (* O Globo, 29/9/96)

As ferramentas da agricultura artesanal, utilizadas pela mão de obra despreparada e desprovida de recursos, exceção feita ao cinturões verdes que circulam as cidades e as abastecem de hortigrangeiros, só permite o abastecimento familiar e a própria subsistência, o que se conflita com os interesses coletivos. A distribuição de vastas áreas aos sem terra não só não resolverá nenhum problema agrícola, como custará ao país vastos investimentos, que irão agravar o seu colossal déficit orçamentário, pois cada “sem terra”, custa ao governo nada menos que R$50 mil. É, portanto, uma solução infrutífera e nociva. A maioria dos “sem terra” não só apresenta baixíssima produção, como freqüentemente vende suas propriedades a terceiros, e vai gastar o dinheiro facilmente ganho. Mesmo o M.S.T. reconhece que 40% dos assentados o fazem. Sobretudo, as invasões são atos criminosos, infelizmente incentivados pela mídia e setores que se proclamam “progressistas” do país.

Guerrilha desarmada

por Félix Maier


29 de dezembro de 2001

Há alguns anos, foi publicado um importante livro do mexicano Jorge Castañeda, A Esquerda Desarmada. Importante porque historia com bastante profundidade muitas das ações dos grupos esquerdistas atuantes na América Latina durante as décadas de 1960 e 1970, a exemplo do grupo argentino “Montoneros”.

O livro de Castañeda nos ensina que os “Montoneros” eram uma ala armada do Movimento Peronista (“soldados de Perón”), surgida em 1966, que seqüestrou, em 19 de setembro de 1974, em Buenos Aires, os irmãos Jorge e Juan Born, herdeiros do conglomerado Bunge y Born. Pela libertação dos mesmos, os “Montoneros” receberam o equivalente a US$ 64 milhões, incluindo ações, bônus e outros documentos negociáveis.

O dinheiro desse seqüestro e outros assaltos renderam US$ 70 milhões e era controlado por Mario Firmenich, “el Pepe”, e Roberto “el Negro” Quieto. Um banqueiro judeu-argentino, David Graiver, foi escolhido para depositar US$ 40 milhões nos EUA, porém o avião desapareceu sobre o México com todo o dinheiro. O restante do dinheiro, após a morte de “el Negro”, passou para a supervisão dos cubanos, em 1977, que ajudaram os sandinistas com US$ 1 milhão, a FMLN (El Salvador) com 200 mil, outro tanto para a URNG (Guatemala). O MIR (Chile) teria recebido a maior soma. Guerrilheiros de outros países centro-americanos também receberam dinheiro.

Em 1988, Firmenich foi preso no Brasil e extraditado para a Argentina, e em 1990 anistiado pelo então Presidente Menem.

É importante ressaltar que, segundo Castañeda, o Movimiento de Izquerda Revolucionaria (MIR), do Chile, recebeu a maior parte do dinheiro dos “Montoneros”. Nestes tempos em que a cada vez mais operante esquerda internacionalista (seria a “5ª Internacional Comunista”?) tenta demonizar Augusto Pinochet, que somente no Chile responde a mais de 200 processos movidos principalmente pelos comunistas, é bom lembrar que o dinheiro remetido pelos cubanos ao MIR foi após o ano de 1977, portanto mais de 4 anos após a queda de Salvador Allende. Como se pode depreender, os “perseguidos” pelo Governo de Pinochet, assim como ocorreu no Brasil, não desejavam o retorno da democracia, porém tentaram impor um regime comunista no Chile, tanto antes do “golpe” de Pinochet, quanto depois.

O Chile sob Pinochet, portanto, não foi um governo que desrespeitou os direitos humanos de cidadãos honestos e trabalhadores. Pinochet teve pela frente uma longa guerra para eliminar muitos inimigos cruéis, que promoviam atos terroristas para desestabilizar o país e implantar, não a democracia, porém a “ditadura do proletariado”, que era o que realmente desejavam os guerrilheiros enviados por Cuba ou treinados naquele país. O MIR foi criado em 1965, com a meta de alcançar o poder político via luta armada, e participou ativamente do governo Allende (1970-1973) para a preparação de um autogolpe (Allende havia conquistado apenas 36,5% dos votos para Presidente), para implantação do socialismo, o que foi evitado pela firme intervenção das Forças Armadas, com o general Pinochet à frente, em 1973. O mesmo MIR, em 1989, participou do seqüestro do empresário brasileiro Abílio Diniz, junto com a FPL de El Salvador. Pode-se afirmar também, sem exagero, que o seqüestro de Abílio Diniz teve o apoio logístico de ninguém menos que o terrorista na ativa mais cultuado pelas esquerdas: Fidel Castro.

Um outro aspecto importante abordado por Castañeda em A Esquerda Desarmada refere-se ao próprio título do livro. Com efeito, Castañeda identifica muitos grupos guerrilheiros da América Latina, que abandonaram o terrorismo para participar da vida política em seus países, criando partidos políticos próprios ou se associando a outros já existentes. Daí a denominação “esquerda desarmada”. O abandono da “luta com armas”, em que a esquerda só havia colecionado derrotas, para participar nos Parlamentos do processo democrático da “luta de idéias”.

Mais de duas décadas após a desmobilização de grupos marxistas armados na América Latina, assiste-se hoje, no Brasil, a um movimento talvez inédito em todo o mundo: a “guerrilha desarmada”.

Na Espanha, o grupo terrorista ETA anda mais armado que nunca para continuar a promover suas ações revolucionárias. O mesmo acontece na Colômbia, com as FARC e o ELN. Obviamente, nesses países os integrantes dos grupos revolucionários utilizam-se do anonimato e do terrorismo para tentar fazer prevalecer suas idéias. Por isso devem ficar bem escondidos da polícia, ou se refugiar em “santuários” como Cuba e Líbia, após mais um ato terrorista. O mesmo não se pode dizer do Brasil. Aqui, os revolucionários das décadas de 1990 e de 2000 são velhos conhecidos de todos os brasileiros, não precisam utilizar codinomes para esconder suas caras, como nas décadas de 1960 e 1970, nem usar máscaras, como o Subcomandante Marcos, atual líder dos zapatistas. Os novos revolucionários passeiam com desenvoltura junto à esfera dos três poderes, são incensados pela mídia, recebem vultosas somas de dinheiro público e de dezenas de ONGs para promover a desestabilização política e social do país. Pregando a eliminação do sistema econômico atual, vale dizer, a destruição de nossa própria nação e de nossa brasilidade ­, para colocar em seu lugar um sistema socialista de produção que não deu certo em nenhum lugar do planeta, nossos revolucionários se dão ao luxo de promover as maiores barbaridades no país sem precisar utilizar um tiro de garrucha sequer. Os barbudos revolucionários brasileiros inventaram a bem sucedida “guerrilha desarmada”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é o ícone da “guerrilha desarmada” brasileira. Atuando em praticamente todos os estados brasileiros, consegue mobilizar o equivalente a uma Marinha brasileira em um único dia, para realizar protestos em todas as capitais, tomar bancos e prédios públicos, fazendo centenas de reféns, sob o olhar complacente das autoridades. Com métodos guerrilheiros, o MST invade fazendas produtivas, promove a destruição de benfeitorias no campo, assalta caminhões carregados de alimentos nas estradas, e nem um “militante” sequer é preso. Utilizando-se apenas da massa humana, incluindo crianças, mulheres e pessoas idosas, a avalanche humana é a única arma utilizada com sucesso pelo MST, ciente de que nada, exceto um batalhão do Exército disposto a atirar para matar, poderá deter a força coordenada da massa de centenas de pessoas dispostas a tudo. Quando finalmente o poder público, depois do estrago feito, se dispõe a expulsar os meliantes, o MST se utiliza dos métodos mais sujos para enfrentar a polícia, como, por exemplo, colocando crianças e mulheres grávidas à frente da força policial, para impedir a reintegração de posse do terreno objeto de invasão e esbulho. Devido a este jogo sujo, a “guerrilha desarmada” obtém tanto sucesso, pois os governadores ficam manietados, relutantes em empregar a força policial para cumprir decisões da justiça, com medo da ocorrência de outros “eldorados do carajás”. Assim, passando por cima da ordem pública, rasgando a Constituição, pregando o ódio entre brasileiros, sem nenhuma reação das autoridades, se apenas com foices e bandeiras nas mãos o MST consegue tanto, por que essa “guerrilha desarmada” haveria de utilizar armas e atentados terroristas tradicionais para conseguir seu intento?

Com a complacência do Governo federal, a “guerrilha desarmada” não se contenta mais em apenas promover a baderna em nosso país: passou a criar vários centros de ensino revolucionário. Antes, tais focos eram semiclandestinos, como o centro de criadores de “balilas” localizado na cidade de Caçador, SC. Hoje, a “guerrilha desarmada” promove seus “Pinar del Río” em muitos pontos do país, sem discreção alguma, com o amparo acadêmico da PUC de Campinas, recriação da “Universidade Patrice Lumumba” dos tempos soviéticos. Nesses centros de propagação revolucionária, as autoridades não têm permissão de entrar, nem os jornalistas ou a televisão podem colher o que lá dentro é plantado. Acima do bem e do mal, barbudões se alimentam do fel marxista para envenenar nossas crianças e nossos jovens, que aprendem a não respeitar as leis vigentes, que “foram feitas pela burguesia”, e aprendem a ter ódio de seus semelhantes, fazendo desses pobres micos amestrados os futuros líderes de uma massa de manobra que tem por objetivo implantar em nosso país o “paraíso” cubano.

A última demonstração de força da “guerrilha desarmada” pôde ser vista por ocasião do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, no final de janeiro do corrente ano. Embora o Fórum seja defensável em muitos aspectos, especialmente no sentido de apresentar uma proposta para melhoria do comércio internacional, com benefícios para todos os países nesses tempos de um mundo globalizado, não apenas para os países ricos, o que se viu durante o encontro foi a predominância das vozes da esquerda de múltipla esclerose, da “guerrilha desarmada”, que entre vivas e vivas a Cuba e à Coréia do Norte impôs seu tom autoritário. Apoiada pelo “orçamento participativo” do governo petista, quando o povo gaúcho foi obrigado a “participar” do pagamento de R$ 1,3 milhão, para emissão de passagens aéreas para 163 apaniguados esquerdistas, com estadia em hotel com diárias de R$ 600,00, a “guerrilha desarmada” fez a festa pelas ruas da capital gaúcha, com passeatas puxadas pelo governador Olívio Dutra, onde pululavam fotos de Lênin e Che Guevara nas mãos de furiosos “balilas”. No Fórum, quem coordenou o tema “democracia” foi Ricardo Alarcón de Quesada, de Cuba. Foi armado estande para o grupo terrorista ETA, um desrespeito para com nosso país amigo, a Espanha. A mesma ofensa foi cometida contra o governo colombiano, com palestras sendo feitas por um guerrilheiro das FARC, garbosamente escoltado pela Brigada Militar. E para não perder a mística e a “práxis” revolucionária, o MST de João Pedro Stédile, juntamente com o agitador francês José Bové, destruiu uma plantação experimental de soja da Monsanto na cidade de — que ironia! — Não-me-Toque. Obviamente, todas as emissoras de TV tinham ciência de que iria ocorrer essa agressão — mas não a polícia, como de costume.

Uma “esquerda desarmada” é perfeitamente concebível. Porém, uma “guerrilha desarmada” é difícil de conceber, ao menos em países sérios, onde as leis são respeitadas. Nesses tempos em que a única coisa organizada do Brasil é o crime, com rebeliões de presídios pipocando simultaneamente em mais de 20 cidades paulistas, sob a ordem de bandidos presos que acionaram o plano com telefones celulares nas mãos, a “guerrilha desarmada” não é uma criação tão original assim. O que há em nosso país é apenas um Governo que não existe.

Félix Maier é membro do Ternuma Regional Brasília. Visite o site do Ternuma: www.ternuma.com.br

Lições do Afeganistão

por Denis Rosenfeld
filósofo, professor da UFRGS


Correio Braziliense, 29 de dezembro de 2001

Reproduzido de:
http://www.diegocasagrande.com.br

A vitória dos americanos e de seus parceiros da Aliança do Norte é surpreendente. Ninguém podia prever, há duas semanas, um desenlace tão rápido. No entanto, era já visível a determinação dos Estados Unidos em levarem a sua ação às últimas conseqüências, ou seja, à destruição do regime talibã e à captura de Bin Laden e seus asseclas. Não menor determinação mostraram as tropas da Aliança do Norte, conhecedoras do terreno e do tipo de dominação exercido pelos talibãs e pelos ‘‘estrangeiros’’, isto é, as tropas árabes, paquistanesas e outras do Al Qaeda.

A cautela, porém, não pareceu orientar boa parte dos analistas brasileiros e, inclusive, europeus. Imediatamente, os antiamericanos de plantão, que fazem dessa sua posição um substituto da queda do muro de Berlim, reagiram prontamente. Passaram, nas primeiras três semanas, a condenar um bombardeio americano então inexistente, o que assemelhava a crítica a um tipo de ficção científica. Quando os bombardeios começaram, passaram a condenar o seu caráter indiscriminado, como se o seu alvo fossem as populações civis, o que tampouco ocorreu. O que houve foram casos acidentais, causados por erros humanos ou tecnológicos, em todo caso de pequeno número, inferiores aos acidentes de trânsito no Brasil. Os ideologicamente mais afoitos condenaram a ação americana contra o ‘‘povo’’ afegão e apregoaram a ‘‘solidariedade dos oprimidos’’.

O regime afegão desmoronou como um castelo de cartas. As rendições e mudanças de lado foram a regra. Os tão decantados guerreiros praticamente não lutaram. Os líderes fugiram e não se apresentaram como mártires, ao contrário da propaganda divulgada. Dentre as causas da derrocada, assinalemos duas: a) a superioridade militar americana, concretizada em sua força aérea, em seus meios tecnológicos cada vez mais avançados e no trabalho, em terra, de seus serviços de inteligência. A conjunção desses três fatores exibe uma nova arte da guerra, cujos ensinamentos passarão a orientar os estrategistas militares de todo o mundo; b) a falta de sustentação popular do regime talibã. Desabar como desabou mostra como esse regime se apoiava principalmente na força policial, no controle meticuloso da população e na observância de certas regras religiosas. Essas regras nada mais eram do que um meio utilizado pelos talibãs para exercerem o seu poder, em nome de (seu) Deus.

Que crianças não pudessem soltar papagaios, que mulheres não pudessem trabalhar, estudar, nem ter cuidados médicos, sendo obrigadas a vestirem burcas, nada disso parece ter afetado os nossos partidários do ‘‘povo’’ afegão. À medida que os ‘‘combatentes’’ talibãs fugiam, as mulheres começaram a descobrir os seus rostos, algumas sendo mesmo conduzidas à posição de membros do governo provisório, inclusive a uma das vice-presidências. Cinemas foram reabertos e a população disputava lugares. A televisão voltou a funcionar, tendo mulheres como apresentadoras. Os campos de futebol voltaram à sua função original, ou seja, a de serem lugares onde se joga futebol, e não lugares de um ritual macabro de execuções, mutilações e (pseudo) julgamentos.

A dita solidariedade daqueles que se irmanaram ao ‘‘povo’’ afegão mostra-se mais claramente uma ‘‘solidariedade’’ com os opressores desse mesmo povo, desvelando, literalmente, o seu rosto. Um antiamericanismo açodado, porém meticulosamente pensado, apresenta-se mais uma vez, a exemplo de solidariedades passadas e mesmo presentes com a ex-União Soviética, a China, a Albânia e Cuba, como um apoio irrestrito a bárbaras formas de dominação.

Por quem choram agora os nossos talibãs?

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