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Coisas sérias

Olavo de Carvalho

Bravo!, julho de 1998

O Brasil no Salão do Livro de Paris

Se algumas décadas atrás o governo brasileiro resolvesse homenagear a cultura francesa e convidasse, para representá-la, Françoise Sagan em vez de André Malraux, Fernandel em vez de François Mauriac, Edith Piaff em vez de Raymond Aron , os franceses julgariam a coisa uma piada, e o general Charles de Gaulle, se nunca tivesse dito que o Brasil não é um país sério – como de fato parece que jamais o disse -, veria aí uma boa ocasião para dizê-lo.

No entanto nós, brasileiros, levamos perfeitamente a sério o Salão do Livro em Paris quando ele homenageia a nossa cultura literária nas pessoas dos srs. Chico Buarque, Frei Betto, Paulo Coelho, Fernando Gabeira, Zuenir Ventura, Luís Fernando Veríssimo e outros de calibre igual ou menor.

Ninguém negará que essas criaturas representam, de algum modo, a cultura brasileira. Mas de qual modo, precisamente?

Para ser representativo da cultura de um país e de um momento, o escritor tem de atender a três condições óbvias. Primeira: tem de ser ótimo, tem de expressar o melhor e o mais alto de que sua nação é capaz, tem de ter dado algo de valor ao mundo em nome do seu país. Segunda: tem de ser atual, isto é, atuante. Tem de estar up-to-date, seja pelas obras, seja pelos atos. Terceira: tem de ser influente, ser poderoso, ser muito lido e muito falado.

Dos trinta e sete escritores brasileiros da lista de homenageados do Salão de Paris, três e somente três, atendem a essas condições: Carlos Heitor Cony, João Ubaldo Ribeiro e Antonio Olinto. Todos os outros falham a uma, a duas ou às três.

Alguns deles são ótimos, mas inatuais. A falta de atualidade é, dos males, o menor. Tira a representatividade de um escritor sem diminuir em nada os seus méritos. Jorge Amado e Rachel de Queirós, por mais que tenham escrito coisas boas depois, nunca deixarão de ser o modernismo nordestino. Estão cravados nesse lugar do tempo. É um lugar honroso, o mais honroso de nossa literatura – mas não é o lugar onde estamos hoje. Lygia Fagundes Telles é maravilhosa, porém o melhor do que fez já tem duas décadas. Millor Fernandes jamais decaiu, mas ninguém dirá que, nos últimos vinte anos, fez coisa mais digna e de destaque do que Um Elefante no Caos ou Liberdade, Liberdade. Geraldo Mello Mourão é um gênio assombroso – mas há tempos ninguém ouve falar de suas obras. Quem dirá que Antonio Torres não é grande? É sim, mas não cresceu na última década: sua fama e sua melhor produção estão indissoluvelmente associadas aos anos tenebrosos da ditadura. O mesmo deve ser dito de Plínio Marcos. Há mais dois ou três nessa categoria, mas, não tendo a lista diante dos olhos, falo apenas do que conservo na memória. Por justo que seja homenageá-los, sua escolha jamais seria prioritária num evento destinado a apresentar a um povo estrangeiro a cultura brasileira de hoje.

Há um segundo grupo: o daqueles que são ótimos e atuais, mas não influem em nada, porque ninguém os leu. São uma possibilidade, uma esperança. Tenho esperança de que Adriano Espínola venha a ser o Brasil de amanhã, quando Língua-MarTáxi, como merecem, forem lidos em todas as escolas. No Brasil de hoje, é uma glória literária em estado de hipótese. Dizer que ele nos representa é fazer um discurso de posse antes de inscrever a candidatura. O terceiro grupo é o dos escritores que são apenas atuais sem ser influentes ou ótimos: fizeram recentemente coisas que não tiveram a menor repercussão e que, por coincidência, também não valiam nada. Sua presença na lista é um enigma insondável. Não citarei nomes. Non raggionam di lor, ma guarda e passa.

A ala mais interessante é a dos que são influentes e atuais, apenas. Especializaram-se, aliás, em sê-lo, e não fariam o mínimo esforço para se tornar também ótimos, seja porque ignoram que raio de coisa é isso, seja porque imaginam que consista em ser exatamente aquilo que são. Por inacreditável que pareça, esses constituem o grosso da lista. Traduzem, portanto, a essência do critério que inspirou a seleção. São precisamente aqueles que citei no começo deste artigo e mais uma dezena de outros de idêntico teor intelectual. É pela análise dos motivos de sua escolha que descobriremos o que o Salão do Livro de Paris pensa do Brasil.

Não se pode dizer, repito, que esses nomes não representam a cultura nacional. Representam-na, porém não no sentido eminente em que a representaram Machado de Assis e Villa-Lobos, Gilberto Freyre e Portinari, ou no sentido em que representam, hoje, – e atendendo às três condições – Ariano Suassuna, Bruno Tolentino, Ferreira Gullar, Wilson Martins, Roberto Mangabeira Unger, Miguel Reale, Meira Penna, Amaral Viera, Edino Krieger e alguns outros que, como esses, não entram na lista. Aqueles escolhidos não representam o “gênio” brasileiro, mas, sim, apenas a “atualidade” brasileira, aquilo de que todos falam no dia-a-dia. Numa palavra, representam a nossa cultura no sentido antropológico do termo: gostos e hábitos do povo. Precisamente aquele sentido no qual estaria mais que justificada a escolha de Fernandel, Edith Piaff e Françoise Sagan como representantes da França.

Ora, o que define o ponto de vista antropológico é a abstenção de juízos de valor. Para o antropólogo, o canibalismo ou o controle da natalidade pelo estrangulamento dos recém-nascidos são meros fatos, “dados culturais”: como amostras de “cultura”, valem tanto quanto a Catedral de Chartres, as obras completas de Pascal ou o auto-sacrifício de Joana d’Arc. Do mesmo modo, Frei Betto ou Paulo Coelho não são valores brasileiros. São fatos e têm uma altíssima relevância antropológica. Não podemos negar que aconteceram, embora haja quem o lamente.

O ponto de vista antropológico pressupõe, no observador, uma neutralidade, um distanciamento, que dificilmente ele poderia ou desejaria sentir ante sua própria cultura. Malinovski nas Ilhas Trobriand ou Ruth Benedict entre os índios do Novo México podiam olhar as coisas de longe porque tinham vindo de longe e sabiam que iam voltar para longe – para o lugar onde estavam as coisas amadas e odiadas, as coisas verdadeiramente importantes e valiosas, as coisas que exigem decisões e compromissos. Comparada com as exigências concretas da vida, a “cultura” que o antropólogo estuda é um modelo funcional ou estrutural, uma cultura de brinquedo, desmontável e inofensiva.

Quem se coloca desse ponto de vista, geralmente, não pretende adotar para si nenhum dos valores da cultura estudada, mas, confortavelmente instalado nos valores da própria cultura, quer apenas observar com isenção de entomologista uns tipos exóticos que usam osso atravessado no nariz e comem criancinhas. Ninguém olha uma cultura com tamanha frieza quando pretende aprender com ela, isto é, incorporá-la, moldar por ela valores, hábitos, critérios e decisões pessoais, muito menos nacionais. Essa é a diferença que existe num francês quando ele estuda tribos nigerianas e quando lê Goethe ou Hegel, Shakespeare ou Leopardi. Ele aprende em ambos os casos, mas a diferença é a mesma que há entre um objeto de estudo e o professor que o ensina. O objeto é passivo e inerme ante o estudante. O professor ou mestre, ao contrário, ensina, dirige, molda. O interesse por uma cultura não é o mesmo conforme se trate, para o observador, de uma cultura-objeto ou de uma cultura-mestra. Se o Salão do Livro de Paris houvesse escolhido, para representar o Brasil, um Suassuna, um Tolentino, um Mangabeira, um Miguel Reale, haveria motivo para supor que a França, a orgulhosa França, consentira em aprender com brasileiros que têm algo a lhe ensinar. Como escolheu predominantemente aquelas pessoas que mencionei, torna-se claro que ela deseja aprender sobre nós, mas não de nós. Não nos quer como professores, mas como objetos de estudo. Como objetos de estudo, os escolhidos foram, sem dúvida, bem escolhidos: o sr. Chico Buarque é pelo menos tão significativo, antropologicamente, quanto um exemplar de Notícias Populares, as práticas orçamentárias do Congresso Nacional, o time do Corinthians ou a banheira do Gugu.

Não sou eu quem há de dizer que a França não é um país sério. Um país que para realizar idéias de philosophes faz rolar um milhão de cabeças é mais que sério. É mortalmente sério. Ora, como se vê por esse mesmo exemplo, as atitudes das pessoas sérias tem conseqüências mais letais que as de pessoas frívolas. Logo, se a França julga que a cultura brasileira deve ser encarada sobretudo como um objeto, um dado antropológico em que as considerações de valor não têm importância, muito provavelmente sua visão do Brasil será levada a sério, adotada e copiada pelos brasileiros mesmos, para os quais a cultura francesa é mestra e não objeto. Para seguirmos o que nossa mestra nos ensina sobre nós mesmos, haveremos de nos abster de qualquer julgamento de valor sobre as nossas produções culturais, e, com isenção antropológica, não distinguiremos mais entre Chico Buarque e Bruno Tolentino, entre Frei Betto e Mangabeira Unger, entre Zuenir Ventura e Miguel Reale. E aí é que as coisas começarão a ficar bem mais sérias.

Café, chá e abstrações

Olavo de Carvalho


Jornal da Tarde, 9 de julho de 1998

Um dos costumes temíveis que a cultura norte-americana transmitiu ao mundo é a crença literal em certas metáforas científicas que, entrando na linguagem corrente, acabam por deformar a percepção da realidade e perverter todas as relações humanas.

Arrastadas pela credibilidade aparente dos termos, as pessoas adquirem novos padrões de julgamento que, reputados capazes de lhes dar a correta medida do mundo, na verdade as instalam num reino de fantasias e de puro nonsense .

Comecei a pensar nisso quando, em Bloomington, Indiana, vendo que eu tomava minha segunda xícara de café sucessiva na intenção de adoçar o paladar para um charuto, um cidadão local observou que meu organismo se afeiçoara a determinada quantidade de cafeína, já não podendo viver sem ela.

– Um momento, respondi. – Quem toma cafeína é americano. Eu tomo é café.

– E que diferença faz?

– A diferença é que, se a cafeína como tal servisse de antepasto ao charuto, eu poderia tomar chá, que às vezes a tem em quantidades maiores. No entanto abomino chá.

– Isso é subjetivo, protestou o meu interlocutor. Bioquimicamente, café e chá são a mesma coisa.

– Com todo o respeito, meu amigo: subjetiva é a distinção entre o aspecto bioquímico e o restante da minha pessoa. Afinal, quem toma café não é a minha bioquímica: sou eu. Bioquimicamente café pode ser chá, mas não tem o mesmo sabor, o mesmo aroma nem as mesmas evocações de infância, o mesmo gosto daquelas longas noites do interior, ao pé do fogo, ouvindo histórias de assombrações. Nenhum inglês vai trocar por café o seu chá, sob a alegação de que é também cafeína. E os beduínos achariam ridículo tomar chá em vez daquele seu café amargo e denso, com pó no fundo.

– São meras diferenças pessoais e culturais.

– Sim, mas é em busca dessas diferenças, e não do mero efeito bioquímico, que um sujeito toma café ou chá. Se o importante fosse o efeito bioquímico, as diferenças que você chama de culturais não teriam razão de ser, e as bebidas poderiam ser trocadas sem que ninguém desse pela coisa.

– Por que então os cafeinômanos não aceitam café descafeinado?

– Primeiro porque não tem gosto de café, segundo porque está escrito no rótulo: “Descafeinado”, o que significa que se bebe por medo de morrer, não por prazer de viver.

Não logrei convencer o meu amigo americano.

Mas, se a conversa não fosse sobre bebidas, daria na mesma. O americano, quando agarra uma mulher pelada, acredita ser um bicho em busca de orgasmo, efeito que poderia ser obtido mais facilmente por meios manuais ou eletrônicos, se não fosse as tais “diferenças subjetivas” que a nossos olhos separam, por exemplo, uma bela atriz de 20 anos de uma provecta professora.

A crença em que o ponto de vista científico é mais válido, mais veraz do que as motivações pessoais com que explicamos nossas ações espontaneamente incorporou-se de tal modo à mentalidade corrente, que hoje substitui as percepções diretas, depreciadas como preconceitos de velhos caipiras. A americanização da cultura mundial deixa prever que esse hábito contaminará todos os povos, todas as culturas, acabando por se tornar o critério decisivo nos debates públicos e nas disputas privadas entre marido e mulher, entre pai e filho, em que cada um, em lugar de expressar seus sentimentos, cada vez mais os racionalizará com argumentos postiços de origem científica.

O problema é que tudo isso vem de uma visão fetichizada – e, esta sim, profundamente caipira – do que seja a ciência. O ponto de vista de uma determinada ciência sobre a realidade é sempre um recorte parcial e hipotético, que só pode valer para os propósitos limitados dessa ciência, jamais para a generalidade do conhecimento. Mesmo porque as ciências são muitas e ninguém sabe articular os pontos de vista de todas para criar, acima da realidade comum, uma supra-realidade mais verdadeira. Bioquimicamente, tomar café ou chá é uma carência de cafeína, mas do ponto de vista econômico é um padrão de consumo determinado por um marketing que independe totalmente da composição real dessas substâncias, enquanto que, antropologicamente, pode ser um hábito cultural que resistiria mesmo à propaganda adversa (como aliás acontece com o fumo). Ninguém pode sintetizar, numa teoria única, a bioquímica, a economia e a antropologia do café ou do chá; no entanto essa síntese é precisamente aquilo que cada um de nós realiza inocentemente, sem poder expressá-la em palavras, cada vez que toma, com gosto, seu café ou seu chá. Aqui estamos em plena vida real, o Lebenswelt de Husserl, ao qual à ciência – cada ciência ou o conjunto delas – só pode se referir de maneira indireta e alusiva, impotente para dar conta de um único fato concreto , com toda a densidade das determinações inseparáveis que o constituem. Eis então que o antigo apego norte-americano aos hard facts se tornou hoje apenas um fingimento retórico, que oculta uma secreta devoção a esquemas e teorias sofisticados e artificiosos, nostalgia de uma onipotência mental de adolescentes e prenúncio do Brave New World em que viveremos no século 21.

TV Stalin

Olavo de Carvalho


Jornal da Tarde, 25 de junho de 1998

A TV Futura continua ensinando às criancinhas que o uso do masculino “homem” para designar toda a humanidade é um odioso preconceito machista, sem lhes explicar por que raio de motivo o feminino “humanidade” usado para designar ambos os sexos não seria um odioso preconceito feminista.

Sujeitos metidos a educadores deveriam, antes de tudo, tentar recuperar o seu senso da linguagem, abalado pelo consumo excessivo de panfletagem política e pela carência de alimento intelectual sólido.

Mas o que se passa na TV Futura é algo mais grave do que uma exibição de ignorância presunçosa.

Essa emissora, cujos anúncios despertaram no telespectador a esperança de ter um canal cultural à altura das exigências contemporâneas, logo mostrou não ser nada mais que uma central de doutrinação comunista, empenhada em adornar com um feitio visual moderno e um vocabulário americanizado as velhas mentiras do Komintern.

O intuito político que a inspira se tornou patente na retransmissão comentada da minissérie Anos Rebeldes , baseada no livro 1968: O Ano que Não Terminou , de Zuenir Ventura. (Zuenir, para os que não sabem, é aquele colunista carioca que se notabilizou por ter clamado pioneiramente por medidas policiais contra os “crimes do pensamento”, antecipando uma medida saneadora que será decerto adotada na república socialista dos seus sonhos.)

Nessa retransmissão, a separação dos bonzinhos e dos malvados, que até as crianças de 5 anos já sabem relativizar, apareceu absolutizada por uns comentários pretensamente científicos que, sob a desculpa de “reconstituir a História”, na verdade a fabricavam no molde dos preconceitos ideológicos mais rasteiros: os comunistas eram sempre jovens lindos imbuídos dos mais altos ideais democráticos, enquanto seus adversários eram movidos apenas pela sede de poder, por interesses econômicos mesquinhos e pelo desejo sádico de oprimir os fracos.

Numa época em que até o Batman já reconheceu que o Coringa tinha lá suas razões, esse insólito retorno ao maniqueísmo explícito não pode, no entanto, ser compreendido como mero anacronismo simplório: por trás de sua aparente inépcia existe a opção consciente e maquiavélica por um esquematismo doutrinário que, se falha às exigências da cultura superior, atende com superior eficácia aos desígnios da manipulação publicitária.

Para inculcar na população uma visão falseada dos fatos históricos, os responsáveis pela minissérie omitiram completamente as ligações do movimento esquerdista com o governo cubano que àquela altura já havia fuzilado mais de 10 mil pessoas. Omitiram que os militantes da guerrilha, em vez de cultuar qualquer ideal democrático, riam da “democracia burguesa”, cuja única serventia, diziam, era a de um trampolim para a revolução comunista. Omitiram que a única democracia desejada por Marighela ou Câmara Ferreira era o “centralismo democrático” que haviam aprendido na URSS. Omitiram que, quando os “jovens idealistas” da esquerda nacional recusavam alinhar-se com a ditadura soviética, não era por amor à liberdade, mas por adesão à política ainda mais autoritária de Mao Tsé-tung, carrasco de 60 milhões de chineses.

Os responsáveis pela minissérie fizeram isso conscientemente, deliberadamente, para impedir que ocorresse ao público a única pergunta decisiva: os militares, quaisquer que fossem seus defeitos e seus enganos, não tinham alguma razão ao prever que a chegada daquela gente ao poder seria o início de décadas de massacre ininterrupto, como o fora até então qualquer governo comunista em toda parte e sem exceção? Se, para evitar isso, cometeram excessos, foram estes por acaso comparáveis ao banho de sangue que Marighelas e tutti quanti fariam se tivessem vencido, como seus queridos parceiros internacionais fizeram em Cuba, no Camboja, em Angola e por toda parte onde puderam? Nestes dias em que se tornou moda desenterrar cadáveres, fazer essas perguntas seria exumar o único cadáver que a esquerda deseja manter sepultado para sempre: o cadáver da verdade histórica.

É evidente que existia, em muitos esquerdistas e terroristas, algo como um idealismo, se bem que pervertido pelo realismo cínico da doutrinação partidária. Que exaltem esse idealismo, que o beatifiquem da maneira mais bocó, vá lá. O que não se pode aceitar é o esquematismo fanático que nega, in limine , qualquer sinal de virtude nos combatentes do outro lado, atribuindo aos adeptos da ideologia mais assassina que já existiu no mundo o monopólio do bem universal, pelo simples fato de serem jovens, como se não fosse jovem, por fatalidade biológica inerente ao exercício da violência física, a maioria dos terroristas, incendiários, dinamitadores e assassinos em geral.

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