EIR — Executive Intelligence Review
30 de agosto de 2001
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Se há no mundo um sujeito de cujas opiniões discordo em gênero, número e grau, é o sr. Lyndon La Rouche. Sua visão da história ocidental é simetricamente oposta àquela que apresento em O Jardim das Aflições, e sua insistência em culpar os ingleses de tudo o que não presta na Nova Ordem Mundial me parece puro delírio patriótico de um americano que ainda não terminou de fazer a Revolução da Independência.
No entanto, eu seria o último a desprezar o talento e a coragem desse batalhador incansável ou a negar a importância de muitos dos fatos que ele tem revelado através da sua Executive Intelligence Review.
Mas mesmo que eu considerassse o sr. La Rouche totalmente indigno de atenção, não poderia concordar com qualquer limitação que se impusesse à sua liberdade de expressão (ou, aliás, à de quem quer que fosse, pois já combati até a proibição de uma entrevista do execrável sr. João Pedro Stedile na TV Cultura de São Paulo). A censura imposta ao livro organizado pela redação da EIR — Máfia Verde,O Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial – é, no mínimo, um acontecimento alarmante. O comunicado da EIR, reproduzido a seguir, mostra que algo de muito anormal está acontecendo neste país. – O. de C.
Rio de Janeiro, 27 de agosto – O WWF-Brasil escalou o seu esforço de silenciar a liberdade de expressão vigente no País e as denúncias contra a instrumentalização política do movimento ambientalista, ao exercer uma censura direta à divulgação do livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do “Governo Mundial”, publicado em março último pela Executive Intelligence Review (EIR), a revista de inteligência internacional fundada pelo economista estadunidense Lyndon LaRouche. Em cumprimento de uma determinação judicial sobre ação protocolada pela ONG contra o Movimento de Solidariedade Ibero- americana (MSIa), junto à 24a. Vara Cível do Rio de Janeiro, oficiais de justiça estiveram esta manhã no escritório da entidade, no Rio de Janeiro, para apreender exemplares do livro. A arbitrariedade da ação ficou demonstrada pelo fato de que, além de apreender os 25 exemplares restantes dos quase 5.000 exemplares já vendidos do livro, em duas edições, foram também apreendidos exemplares da revista Brasil Nuclear, publicada pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), que tão-somente publicou um anúncio do livro.
O novo assalto legal do WWF, a ONG ambientalista internacional encabeçada pelo príncipe Philip do Reino Unido, representa uma brutal tentativa de censura à liberdade de expressão, poucas vezes vista no País, e ocorre num momento em que a influência de LaRouche cresce internacionalmente, inclusive no Brasil, na medida em que se agrava a situação do sistema financeiro global. Em especial, o Brasil enfrenta uma situação particularmente dramática, devido à crise econômica e política terminal que devasta a vizinha Argentina, a qual poderá ter conseqüências devastadoras para a já vulneráveis finanças brasileiras. Por sua vez, LaRouche tem não apenas oferecido soluções programáticas para a crise financeira e monetária internacional – concretamente, com seu conhecido apelo em favor da convocação de uma “Nova Conferência de Bretton Woods”. Igualmente, sua organização tem mobilizado ativamente as forças políticas de diversos países, capazes de implementar tais soluções e colocar o usurário sistema financeiro baseado no eixo Londres-Wall Street sob reorganização de bancarrota, sob o controle dos Estados nacionais soberanos. Entre outros fatos, a ação do WWF reflete a histeria que tem-se espalhado entre a oligarquia internacional e o seu desespero de silenciar LaRouche e seus associados.
O livro Máfia Verde tem obtido grande repercussão no Brasil, já tendo quase esgotado duas edições, num total de 5.000 exemplares. A obra, que apresenta uma fartamente documentada e contundente denúncia da instrumentalização política do movimento ambientalista internacional, tem circulado amplamente entre setores políticos, empresariais, militares, acadêmicos e outros, tendo o seu coordenador editorial, o correspondente da EIR Lorenzo Carrasco, sido o primeiro convocado para depor na CPI do Senado que investiga a ação das ONGs no Brasil. A truculenta tentativa de censura por parte do WWF é também um reflexo de tal influência.
Em janeiro último, o WWF-Brasil obteve em segunda instância uma liminar que proíbe o MSIa de “praticar qualquer ato com vistas a abalar e/ou atingir a imagem” da ONG. Na oportunidade, oficiais de justiça apreenderam exemplares de publicações que denunciavam as ações do movimento ambientalista encabeçadas pelo WWF-Brasil contra o desenvolvimento do País. Na nova ação, o WWF-Brasil argumenta que a divulgação do livro representa uma desobediência à ordem judicial e acusa o MSIa de ocultar-se por trás da EIR. A prova disto, afirmam, estaria no fato de que os endereços e telefaxes das duas entidades serem os mesmos.
Os advogados do MSIa, Hermann Assis Baeta e Marcelo Cunha Malta, impetraram imediatamente um agravo de instrumento, no qual assinalam que, entre as irregularidades da ação do WWF, o movimento não pode ser responsabilizado por uma publicação da EIR, por se tratar de uma personalidade jurídica distinta e alheia à ação em curso. Além disto, observam que a prática de compartilhar instalações com outras entidades não é estranha ao próprio WWF, que, durante anos, dividiu o mesmo endereço (Avenue du Mont Blanc 1196, Gland, Suíça) com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Outra evidência de suposta má-fé apontada pelo WWF seria a inexistência de qualquer menção à ONG na letra “W” do índice onomástico do livro. Neste caso, evidentemente, os autores da ação não leram corretamente a obra, já que o WWF consta do índice com seus dois nomes oficiais, em vernáculo, na letra “F”: Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Fundo Mundial para a Natureza, ambos com a sigla WWF.
Informações com Silvia Palacios, pelo telefax 21-2532-4086