Yearly archive for 2008

Muito esquisito

Olavo de Carvalho

Jornal do Brasil, 2 de outubro de 2008

A esta altura, o site do advogado democrata Philip Berg (www.obamacrimes.com) já teve 17 milhões de visitas, mas o processo que ele move contra Barack Obama continua rigorosamente ausente das páginas dos grandes jornais, do horário nobre da TV e até da propaganda McCain-Palin.

Berg alega que Obama não provou ser legalmente cidadão americano e que, para piorar, o candidato democrata divulgou pela internet uma certidão de nascimento falsa.

O primeiro ponto é indiscutível. Em 15 de setembro Berg enviou intimações ao réu, ao registro civil e ao hospital do Havaí onde Obama alega ter nascido, solicitando que apresentassem a certidão original impressa. Não recebeu nada até agora. Obama tinha prazo até o dia 24 para responder. Em vez de mostrar a certidão, liquidando com o processo no ato, ele entrou com um pedido de dispensa (motion for dismissal), alegando que Berg não oferecera provas suficientes para justificar a abertura do processo e ademais não tinha legitimidade como queixoso, por não ter sofrido dano pessoal no caso.

Respondendo à moção no dia 29, Berg afirmou que como militante e contribuinte democrata ele sofre prejuízo, sim, de uma candidatura falsa que ameaça desmoralizar o seu partido caso se confirme, depois das eleições, que a certidão original de Obama não existe mesmo.

Berg insiste que, se o tribunal não julgar o caso antes do dia da votação, e Obama vier a ser eleito, os EUA estarão sujeitos à maior crise constitucional da sua história, com a presidência ocupada por um estrangeiro sem qualificação legal para o cargo.

Nesse ínterim, o site www.Factcheck.org afirmou que seus editores examinaram a versão impressa da certidão e que o documento é autêntico. Para maior clareza, publicou fotos do original, mostrando que atende a todos requisitos alegadamente faltantes, como o carimbo em alto relevo e a assinatura do cartorário. Segundo o site, as novas fotos do documento ali publicadas “não foram editadas de maneira alguma”.

Berg respondeu – e qualquer visitante da página pode notar – que, “sujeitando as fotos originais da certidão a porcentagens extremas de compressão, sem ao mesmo tempo reduzir o tamanho das imagens, o site obteve fotos tremidas, embaçadas, totalmente inúteis para a detecção de qualquer detalhe”. A simples tabela das porcentagens de compressão, afirma Berg, “incrimina o Factcheck e destrói por completo a sua credibilidade”. Berg suspeita que “Factcheck alterou propositadamente as fotos e imagens escaneadas para perpetuar a fraude imposta ao público americano”.

Berg publicou a tabela de compressões no dia 21. Atualizando a defesa da autenticidade da certidão no dia 26, Factcheck omitiu-se de responder à objeção do advogado e nem mesmo mencionou o nome dele.

O leitor que me desculpe por ocupar o espaço quase inteiro desta coluna com notícias, em vez das análises e comentários que a ela incumbem. É que essas notícias estão ainda mais ausentes da mídia brasileira que da americana, e, quando falta o material noticioso para o comentarista comentar, só resta ao infeliz fornecê-lo ele próprio, cumprindo o dever alheio antes de poder cumprir adequadamente o seu.

Segue-se o comentário espremido:

(1) Não sei se as acusações de Berg são verdadeiras, mas, apresentando uma motion for dismissal em vez da certidão que teria estrangulado o processo no nascedouro, os advogados de Obama deram a entender que o documento realmente não existe. O procedimento esquivo de Factckeck sugere a mesma coisa.

(2) A grande mídia está obviamente mais interessada em ciscar fofocas da família Palin do que em esclarecer a nacionalidade de Obama ou suas ligações com as pessoas e entidades notoriamente pró-terroristas que financiaram seus estudos em Harvard e sua carreira política desde o início.

(3) Tudo isso é imensamente esquisito, pelo menos tanto quanto a solícita ocultação do Foro de São Paulo pela grande mídia nacional, sem a qual Lula jamais teria sido eleito nem muito menos reeleito.

Self-censorship of “conservative” media—be afraid!

Donald Hank

Laigle’s Forum, September 28, 2008

The big scandal here is that no one in the media, whether “conservative” or liberal, will talk about the lawsuit against Obama. I recall recently that a caller to the Glenn Beck radio program brought this up. Immediately, Glenn told her this issue was nothing in comparison to so many other really important issues, and that there is no need to discuss it.

So much for the “free” conservative media. Rush is silent on this issue, and so is Hannity. And even “conservative” news sites on the web are ignoring it.

So what if this is not the “opportune” time to mention it? So what if it puts Hillary in a position to regain her candidacy? So what if liberals don’t want you to know?

This silence on the issue is proof that the press, whether “conservative” (I don’t think it is) or liberal, is in some way operating in someone’s interests, and that someone is not you!

Think about it: why is it that a Brazilian Newspaper (Diário do Comércio) is carrying news that is, for all intents and purposes, censored in the US?

I hope to be able to comment further on the self-censorship and the recent distortions in the “conservative” media. (Have you noticed how no one is protesting the bailout? They limit themselves to a discussion of who gets what of your money. Sickening!)

Obama runs away from a lawsuit

Olavo de Carvalho

Diário do Comércio, September 28, 2008

http://laiglesforum.com/2008/09/28/322/

September 24 was the deadline for Barack Obama to file a response to the lawsuit, initiated by Democrat lawyer Philip Berg, which charges Obama with not fulfilling the constitutional requirements to be elected president, since he is not a natural born citizen of the United States. Barack Obama did not actually respond: he introduced a motion for dismissal, a typical delaying maneuver that makes the defendant look even more suspect.

A motion for dismissal consists in alleging that the plaintiff did not provide enough evidence to justify the continuation of the suit. That Obama’s lawyers should use this maneuver is a curious sample of the revolutionary inversion of judicial logic. Berg’s central argument is that Obama has not presented a printed birth certificate. It is the duty of the candidate to prove that he is a natural born American citizen, not the duty of the plaintiff to prove that he is not. The hard fact that the document has never come to light is enough for the suit to go forward, as there is not a single piece of evidence attesting that Obama has legal citizenship. But to this undeniable assertion, Berg added some strong evidence that (1) the electronic copy of the birth certificate exhibited by Obama’s campaign is false, and (2) Obama was born in Kenya. By challenging the insufficiency of these supplemental arguments, Obama’s lawyers are trying to dodge the central point: Where is the paper version of the certificate? If Obama had one, it would be enough to present it, and he would be acquitted on the spot. What his lawyers did suggests that he has no American birth certificate whatsoever.

In return, they have gained time, but at the expense of sowing the seed of a constitutional crisis that will fatally blow up sooner or later. If the suit is resolved only after the election—and if Obama is elected—the United States, instead of simply nullifying a candidacy, will find itself in the contingency of having to topple a president, automatically raising the ire of his devotees. Or else the United States will have to sacrifice its Constitution and laws on the altar of a grotesque pseudo-religion, artificial to the utmost, in which millions of idiots kneel down before an improvised arriviste without even bothering to ask where he came from. Both hypotheses are frightening, and if the motion for dismissal is accepted by the court, there will be no third one any more.

More and more I convince myself that all this, from the beginning, figured in the calculations of the creators of the Obama myth. More than just electing a president, they wished to implode a nation.

PS—All the documents of the lawsuit are on Phillip Berg’s site www.obamacrimes.com. If you have any difficulty in accessing it, do not be surprised: it has received over 15 million visitors in the last few days, and there has been a bit of a traffic jam.

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