Yearly archive for 2002

Partidos do Crime

por M. Pio Corrêa


Jornal do Brasil, 18 de março de 2002

O senhor ministro da Justiça, segundo publicado na imprensa, disse que as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) “preocupam muito o governo”. Não é para menos. Mas o senhor ministro, tão “preocupado” com o PCC, pode preocupar- se também com as atividades de outros Partidos do Crime, que atualmente multiplicam-se. Além do PCC temos hoje o CDL (Conselho Democrático da Liberdade) e o CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade). Isso em São Paulo. No Rio de Janeiro, já temos as siglas CV (Comando Vermelho), TC (Terceiro Comando), ADA (Amigos dos Amigos). Pode não estar longe o dia em que todas essas siglas venham a ser registradas oficialmente como representando partidos políticos, congregando extenso eleitorado cativo nas favelas de nossas cidades.

No Estado de São Paulo, nem na cadeia há segurança. Em todos os presídios do Estado, detentos assassinam outros presos (às vezes com requintes de ferocidade, como no caso do detento do qual seus matadores deceparam a cabeça e arrancaram o coração). As rebeliões em presídios são diárias, e acompanhadas pela morte de vários detentos, chacinados por seus companheiros. Tudo isso nas barbas das autoridades penitenciárias, que, aliás não têm mais autoridade alguma. O líder da rebelião no Cadeião de Pinheiros, ao ser transferido para outro presídio, anunciou que iria para lá, no seu lugar, outro integrante do PCC, que irá “assumir o comando da cadeia” – segundo entrevista concedida à reportagem de O Estado de S. Paulo por outro detento, por meio de telefone celular. Aliás, tudo é comandado, de um presídio para outro, via telefones celulares. As autoridades informam que o único meio de impedir essas ligações seria a instalação em cada presídio de aparelhos capazes de interferir nas ligações dos celulares de posse dos senhores detentos. Pareceria que houvesse um meio mais simples: a apreensão dos celulares nas celas (como chegam lá?) e impedimento da introdução de novos aparelhos, mediante rigorosa revista dos visitantes. Mas está bem claro que as autoridades(?) não têm coragem de tomar tais medidas, temendo por suas vidas no caso de novas rebeliões.

Com razão “preocupa-se” o senhor ministro da Justiça. Talvez seja para Sua Excelência o momento de cogitar de uma ação federal, ante a impotência das autoridades estaduais, para desbaratar todos esses Partidos do Crime – dos quais já existe um também no Paraná – o Primeiro Comando do Paraná (PCP). Com a palavra o senhor ministro da Justiça. A verdade é, visivelmente, que tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, as forças da ordem, as autoridades legítimas, acham-se na defensiva ante o poder e a audácia crescentes do crime organizado. Policiais são caçados e abatidos pelo simples fato de serem identificados como tais. Tribunais são invadidos por bandidos armados e advogados são abatidos em pleno fórum da Justiça. O crime organizado ordena o fechamento do comércio de bairros inteiros – e é obedecido. Representantes do povo, ocupantes de cargos eletivos, são seqüestrados e assassinados. Ao mesmo tempo que campeia verdadeira guerrilha urbana facinorosa em nossas cidades, uma guerrilha rural invade propriedades, planta e pastoreiaem terras alheias, expulsando delas os legítimos donos.

Há muito tempo venho defendendo a idéia da criação de uma Polícia Federal militarizada para apoiar, com fortíssimo armamento e apetrechamento, a ação das polícias estaduais, que vêm fazendo das tripas coração para desempenhar honestamente a sua função. Elas também devem ser reforçadas e providas dos melhores meios para dar com-bate ao crime. Mas, a meu ver, uma for-te milícia federal indispensável para as duras batalhas que será necessário travar para impor em todo o território nacional o império da lei e garantir a segurança dos cidadãos. Essa força poderia, ser apoiada, instruída, e talvez enquadrada pelas Forças Armadas, que “são do ramo”. O seu recrutamento deveria obedecer a critérios de ordem física, intelectual e moral. A bacia de captação para a milícia poderia mesmo contar, em primeiro lugar, com reservistas das Forças Armadas. Só a Brigada Pára-Quedista do Exército licencia, cada ano, 1.200 reservistas da melhor qualidade, homens de excelente físico, acostumados ao perigo e amando os desafios. Outra fonte importante seria o Corpo de Fuzileiros Navais, tropa de elite, afeita a operar em condições difíceis. Não olvidando os reservistas dos batalhões de Operações Especiais do Exército, e os dos vários batalhões da Polícia do Exército.

Essa nova, inteligente e aguerrida Força Federal deveria usar com orgulho uma farda respeitada pela população civil, e conquistar a confiança e a cooperação desta. Seria ela um aríete invencível contra as tropas da criminalidade, operando outrossim em íntimo convívio com as populações. Apoiada, evidentemente pelos serviços de inteligência das Forças Armadas e das Polícias Militares. Uma presença permanente dela no terreno, intercalada, se preciso, com “missões de busca e destruição de quadrilhas”, afiançaria o império da lei e a autoridade dos governos estaduais. Nossas prisões têm paredes porosas – mesmo quando não derrubadas por marginais. Ali entram livremente armas, drogas e telefones celulares. Dali saem, quando querem, bandidos de toda espécie. Além disso, nossos cárceres não oferecem segurança para os infelizes detentos. Parece ser urgente, portanto, a construção de um superpresídio de segurança total, em local isolado, de difícil ingresso e mais difícil egresso.

M. Pio Corrêa é embaixador aposentado

Decifrando Emir Sader

Por Alceu Garcia


18 de março de 2002

George Orwell escreveu seu memorável romance 1984 para protestar contra a revolução semântica perpetrada pelas ideologias coletivistas da sua época, sobretudo o comunismo. A perversão da linguagem e da lógica por regimes totalitários levou o grande escritor inglês a inventar um termo para esse controle político-ideológico das palavras e do raciocínio: newspeak. No Brasil de hoje, subjugado pela mesma ideologia contra a qual Orwell lutou, naturalmente não há falta de colunistas e acadêmicos versados no uso do newspeak, autênticos virtuoses nessa arte nefasta. O articulista do JB Emir Sader não é um desses virtuoses. Seu estilo primitivo carece de sutileza, embora não se possa negar que ele se esforce. De todo maneira, é uma pena que ninguém tenha tido a idéia de criar um software específico para a tradução do newspeak, o que facilitaria muito o trabalho de quem deseja inferir o verdadeiro intuito de autores oblíquos em seus textos melífluos. Como esse software ainda não existe (e provavelmente nunca existirá), o jeito é analisar artesanalmente o artigo de Sader publicado no último domingo e procurar traduzir para o português claro o seu tosco newspeak. Este consiste em inverter o sentido das palavras e inserir premissas falsas sub-repticiamente nos encadeamentos dedutivos, de modo a levar o leitor a conclusões viciadas. Examinemos, pois, algumas das proposições do Emir do Newspeak:

1.     O presidente da Venezuela Hugo Chávez está enfrentando um projeto de desestabilização dirigido pelas elites venezuelanas, que aparentemente conta com amplo apoio da classe média e até dos meios populares.

O pressuposto que não ousa dizer seu nome nesse trecho é o seguinte: Hugo Chávez representa inequivocamente os interesses das camadas populares, mas suas políticas favoráveis ao povão não são aceitas pela perversa elite da Venezuela, a qual conseguiu alienar a classe média e até parte desse mesmo povão por meios ideológicos e falazes. Nada disso está correto, como fica evidente quando o raciocínio é exposto com clareza. Chávez é um reles caudilho, tipo infelizmente muito comum na história latino-americana. Ascendeu à notoriedade graças a uma tentativa mal-sucedida de golpe de estado. Tudo o que ele almeja é o poder absoluto, à exemplo de seu modelo Fidel Castro. Como todo caudilho, Chávez não dá a mínima para os interesses da população, simples massa de manobra para seu projeto ditatorial. Ele foi eleito com amplos poderes para reduzir a corrupção que contaminava a sociedade política de seu país. Não só não fez nada contra a corrupção, pois ele próprio é corrupto ao extremo, como passou a cortejar ditadores cubanos, iraquianos e que tais, sem falar no apoio que deu aos terroristas das Farc. Não foi para isso que os venezuelanos lhe confiaram um mandato.

2.     O movimento contra Chávez é ilegítimo, uma vez que o presidente sempre seguiu os trâmites da democracia liberal desde sua eleição até a edição de um recente pacote de leis econômico-sociais, aprovado pelo Parlamento.

Sader pretende persuadir o leitor de que Chávez é um democrata sincero e nada deseja senão o bem-estar dos pobres, confinando sua atuação benevolente ao cumprimento estrito da Constituição e das leis vigentes. Contra esse generoso estadista se opõe a infausta elite privilegiada e exploradora. Ora, o “democrata” de hoje é o golpista de ontem. Seus antecedentes não são favoráveis. Convém suspeitar de um homem ávido de poder e disposto a todo tipo de demagogia para conseguir apoio suficiente para um outro golpe. Que diferença essencial existe entre Chávez e Fujimori? Nenhuma. Porém, como Chávez se declara de esquerda e idolatra Fidel Castro, tudo lhe é perdoado por Sader.

3.     A legislação promulgada por Chávez é inegavelmente favorável aos excluídos da Venezuela, posto que objetiva abolir o latifúndio, garantir o controle estatal da exploração do petróleo, reservar o litoral até 3 milhas da costa exclusivamente para os pescadores artesanais, outorgar crédito subsidiado pelos bancos estatais às pequenas empresas e trabalhadores e disciplinar o uso da terra na zona costeira de modo a preservar o meio-ambiente e evitar a especulação imobiliária.

Absolutamente nenhuma dessas leis favorece a população pobre da Venezuela. São medidas demagógicas de um tirano desesperado. A intenção última de Chávez não é de modo algum distribuir a terra aos agricultores modestos, e sim confiscá-la toda, instituindo um regime de superlatifúndio, como em Cuba, onde toda a terra pertence ao Estado. O domínio estatal da indústria petrolífera gerou um ambiente de corrupção espantosa, tanto que o povo venezuelano está mais pobre hoje do que estava antes dos violentos aumentos do preço do insumo, a partir de 1973. O que a população da Venezuela, um dos maiores produtores do combustível do mundo, ganhou com a hegemonia do governo nesse setor? Só perdeu. Quanto à reserva de mercado para os pescadores pobres, trata-se de uma providência realmente benéfica para esses pescadores, mas péssima para os consumidores pobres de pescado. A restrição causará a diminuição da quantidade de peixe ofertada no mercado e a inevitável elevação dos preços desse alimento. A politização do crédito via fomento por bancos públicos só pode acabar em corrupção e malversação de poupança escassa, prejudicando sobretudo os assalariados mais pobres. É só ver o que aconteceu e ainda acontece no Brasil com a Sudam, Sudene, Bndes, Banerj, Banespa, Banco do Brasil etc. A regulação draconiana do uso da terra costeira, além de constituir uma típica violação populista do direito de propriedade, acarretará a redução das atividads de construção civil, desempregando trabalhadores pobres, bem como a diminuição da oferta de residências, o que causa a subida dos preços dos aluguéis e dos imóveis já existentes, encarecendo a vida dos menos favorecidos.

4.     A grande mídia privada da Venezuela, dominada por magnatas corruptos, está movendo uma campanha terrorista para insuflar maldosamente as massas contra Chávez, conquanto o presidente esteja honestamente fazendo tudo o que pode para melhorar a sorte dos pobres.

Ninguém em sã consciência desconhece o poder e os recursos de que dispõe um governo para amordaçar a imprensa privada e alardear seus próprios feitos através de propaganda paga pelo contribuinte e isenta de riscos, ou subsidiar jornais de particulares para que tomem o seu partido. A fortiori quando o governante é um inescrupuloso candidato ostensivo à ditadura. Se a mídia particular ainda existe na Venezuela e consegue se opor ao presidente é porque dispõe de apoio popular suficiente para isso. Se o que a imprensa divulga é falso, o governo nada tem a temer. Basta mostrar a verdade, recorrendo ao judiciário, se necessário. Se, contudo, é o governo quem mente, a imprensa privada está prestando um serviço público da maior importância ao revelar as mentiras e tramóias dos governantes. Sader usa o termo “terrorista” aqui com o objetivo de confundir o leitor. Se a mídia fosse estatizada na Venezuela, nada que desagradasse Chávez seria publicado. Como em Cuba. É claro que Sader não dá a mínima para a liberdade de imprensa. Ele anseia é por mais uma ditadura totalitária no continente, e para isso vale tudo.

5.     Todos os governos que se opuseram aos Estados Unidos no continente foram derrubados, exceto Cuba. Esses governos (Getúlio, Perón, Jacobo Arbenz, João Goulart, Allende) cometeram o erro de seguir o processo democrático no seu afã de auxiliar a classe pobre, e foram destruídos pelas oligarquias locais ajudadas pelos norte-americanos.

Premissa oculta n. 1: todo governo que se opõe aos Estados Unidos é ipso facto favorável ao povo, e todo governo que apóia os Estados Unidos é contra o povo. Bem, nesse caso temos que incluir entre os benfeitores da humanidade Hitler, Mussolini, Stalin, Mao, Pol Pot e outros genocidas. Não que eu pense que os governos alinhados com a política norte-americana sejam necessariamente bonzinhos. No meu modo de ver, o bom governo é aquele que se limita a garantir os direitos individuais contra violações de bandidos nacionais e invasores externos, deixando o resto para as pessoas resolverem pela via da cooperação voluntária. Não importa a sua atitude em relação aos americanos, que não constitui de maneira alguma critério de julgamento de uma administração. Acredito, inclusive, que um governo de fato preocupado com os direitos individuais tem o dever de se opor a certos interesses do governo americano, propondo, para exemplificar, a imediata dissolução do FMI, do Banco Mundial, da ONU, do BID, da OMC e outros antros de burocratas parasitários transnacionais. Para os contribuintes americanos, que sustentam essa malta, seria uma vitória esplêndida.

A lista de estadistas “democratas” de Sader, ademais, inclui dois ditadores de corte fascista (Getúlio e Perón), enquanto que os outros três conduziram políticas esquerdistas contra a vontade da maioria de suas respectivas populações, tanto que foram depostos sem resistência. Eu não defendo a deposição deles, mas tampouco caio na esparrela de pintá-los como ingênuos e românticos líderes democratas. Pelo menos Allende e Arbenz ambicionavam a ditadura totalitária, e não faziam segredo disso.

Premissa oculta n. 2: Admitindo como válida a premissa oculta anterior, não resta outro caminho a um grupo político latino-americano disposto a ser “bom”, isto é, anti-americano, senão recorrer a meios violentos para a tomada e conservação do poder. A via democrática esbarra na resistência dos americanos conjuminados com as oligarquias locais. Somente e revolução e a supressão impiedosa dessas oligarquias abre o caminho para a soberania popular no continente. Como em Cuba. Completando o silogismo saderiano, concluimos que o ideal para a America Latina é um regime de partido único, sujeito à autocracia de um ditador cruel há mais de quarenta anos, que reduziu um dos países mais ricos do continente à miséria, que expulsou mais de 10% da população etc.

6.     O drama da Venezuela reflete a insinceridade da elite latino-americana e seu desapego à democracia, pois a possível derrubada de Chávez, como a deposição dos aludidos líderes populares no passado, evidenciará novamente a hipocrisia da classe dominante e a falência da decadente democracia liberal. Assim, só resta ao povo apoiar outra espécie de democracia, com conteúdo social, soberania popular e fé na utopia.

Elite no discurso de Sader são sempre os outros. Ele, Sader, malgrado ocupe cátedras nas mais renomadas universidades do país e publique artigos nos mais influentes jornais, embora organize e escreva livros de grandes vendagens sob o selo de prestigiosas editoras e aconselhe políticos de projeção nacional de um poderosos partido de extrema-esquerda, não é de elite nenhuma. Nem o arrivista Chávez e seus correligionários “bolivarianos”, Fidel e sua nomenklatura cubana, os ricos fazendeiros Getúlio e Goulart apoiados por uma vasta aristocracia sindical, integram uma elite. A palavra “elite” significa no contexto saderiano todos os grupos que Sader desaprova. Newspeak puro. A verdade é que Sader é o típico representante da mais sanguinolenta elite que já existiu: a “vanguarda do proletariado” leninista. Mataram mais de cem milhões. E que “outra” democracia com “conteúdo social” é essa? Alguém tem alguma dúvida? A democracia de Sader é a ditadura do “proletariado”. Democracia é ditadura, ditadura é democracia. Newspeak de quinta categoria. O afamado intelectuário uspiano ainda tem a cara-de-pau de acusar preventivamente o exército e a “elite” venezuelana por um possível golpe contra Chávez, como se o sujeito não estivesse tramando um putsch com o auxílio luxuoso de estrategistas de alto coturno emprestados por Fidel Castro. Na lógica paralógica de Sader todos os meios que o tiranete venezuelano utilizar para instaurar uma ditadura de esquerda são válidos, mesmo que contra a vontade da maioria da população, pois atendem os “intereses populares”, e tudo o que os setores da sociedade daquele país fizerem para se defender, não importa quã o amplo e majoritário seja o seu apoio, será ilegítimo, pois serve a causa das “elites”.

O newspeak na boca de Sader pode ser desmoralizado com uma simples comparação. No Brasil, onde a imprensa é privada e dominada por magnatas, Sader dispõe de tribunas nos grandes jornais para açoitar o “neoliberalismo” e pregar indiretamente o confisco da propriedade de seus próprios empregadores, quiçá sua execução no paredón. Em Cuba, modelo do sabichão, onde a imprensa é estatal, não há a menor possibilidade de se permitir que alguém critique o governo.

 

Carta a um amigo sobre o poder norte-americano

Por Huascar Terra do Valle


17 de março de 2002

Prezado Maurício:

Você perguntou minha opinião sobre a atitude dos Estados Unidos na guerra contra o terrorismo e o tremendo poder que esse país detém, como poder hegemônico atual. Eis minha opinião.

Se se refere ao tremendo poder dos Estados Unidos, acho que o mundo tem muita sorte em que este poder esteja nas mãos de um país democrata, amante da liberdade e dos direitos individuais.

Nunca houve uma guerra entre dois países democratas. Devido ao regime político, seria impossível aos Estados Unidos fazer uma guerra de conquista. Apesar de seus muitos defeitos (corrigíveis), a democracia é ainda a maior conquista do homem no sentido ético. Não é a religião.

Os Estados Unidos, no último século, depois de consolidados, não ocuparam nenhum território pela força. A Luisiânia  e o Alaska, foram comprados. O Havaí passou a fazer parte dos Estados Unidos por meio de um plebiscito, aprovado por 97% da população. Os Estados Unidos compraram as Filipinas da Espanha e a libertaram. Invadiram Granada, Panamá e Haiti (protetorados) para restaurar a democracia. Dominaram a Europa e o Japão na Segunda Guerra Mundial e proporcionaram o progresso às nações dominadas, que hoje se encontram entre as mais prósperas do mundo.

Enquanto os Estados Unidos faziam o Plano Marshal para reerguer a Europa Ocidental, a União Soviética cobrava pesadas reparações de guerra à Alemanha Oriental, reduzindo-a à miséria. Algum maluco acusou os Estados Unidos de desejarem incorporar territórios, quando o General McClarck, chefe das operações na Itália na Segunda Grande Guerra,  respondeu: “Não queremos da Itália senão um pedaço de terra: o suficiente para enterrarmos nossos mortos”.

Mesmo esquecendo a incomensurável contribuição dos Estados Unidos para a ciência, a tecnologia e a defesa dos ideais democráticos e liberais, temos que reconhecer que foram os Estados Unidos que decidiram a primeira e a segunda guerra mundial a favor dos países livres e contra a ditadura alemã. Ao contrário, foi a Rússia que iniciou a primeira guerra mundial e também a segunda, esta por meio de um plano sinistro com Hitler. A Alemanha invadiu a Polônia pelo oeste e os comunistas invadiram a leste. Ajudando a Inglaterra, mesmo antes de entrar no conflito, os Estados Unidos ajudaram a ganhar a Batalha da Inglaterra, que liquidou com grande parte da aviação nazista. Depois, ajudando a Rússia, evitaram que os nazistas tomassem a União Soviética.

Depois, os Estados Unidos empreenderam um esforço permanente para evitar o expansionismo soviético, a começar da Reunião de Breton Woods, onde foram fundados os bancos de fomento, WB e IMF, para evitar a miséria em muitos países, que é um caldo de cultura excelente para a invasão do totalitarismo vermelho. A recuperação do Japão, e da Coréia do Sul, promovida pelos Estados Unidos, também foi um esforço para evitar o expansionismo soviético no leste asiático.

Várias ditaduras surgiram no mundo como reação ao expansionismo soviético, a começar do fascismo, na Itália e no nazismo, na Alemanha (se não fosse o expansionismo soviético, não teríamos nem fascismo nem nazismo). Depois, tivemos reações ao comunismo, muitos deles com ajuda americana, na Espanha, em Portugal, no Brasil (1935, 1964 e 1968), no Uruguai e em outros países sul-americanos. Os Estados Unidos se empenharam também no Coréia do Sul e no Vietnam, quando tiveram que enfrentar a China e União Soviética, em guerra por procuração. Finalmente, abandonaram o Vietnã sob pressão da população americana. Eles não perderam a guerra, apenas se retiraram. Não se pode dizer que perdeu a guerra um país que, para cada baixa, causou mais de vinte baixas no adversário.

Não fora os Estados Unidos, hoje o mundo inteiro estaria debaixo do tacão das botas dos comunistas. Não existe preço para isto, pois o comunismo é a pior desgraça que pode ocorrer a um país.

Imagine se o poder hegemônico que hoje tem os Estados Unidos estivesse nas mãos dos comunistas! Eles invadiriam o mundo, com tanques de guerra e exércitos, a fim de explorar todas as nações, como fizeram com no Leste Europeu. Depois, implantariam o regime de esquerda, que levou à ruína todas as nações em que foi tentado, além do genocídio, dos campos de trabalho forçado, da rede infernal de mentiras sobre todos os assuntos.

Precisamos julgar as nações, e as pessoas, pelo que fazem, e não pelo que dizem. Se cometermos a estultice de julgar os esquerdistas pelo que dizem, concluiremos que eles, no governo, proporcionarão justiça social, igualdade, respeito aos direitos humanos, fraternidade — o verdadeiro paraíso na terra. No entanto, toda esta demagogia não passa de um truque para conquistar o poder. Assim que usurpam o poder estabelecem o mais cruel totalitarismo, aniquilando e torturando todos seus inimigos. A União Soviética, obcecada com a idéia de igualar a produção industrial americana, estabeleceu milhares de campos de trabalhos forçados, principalmente na Sibéria em temperaturas que podiam chegar até a 60 graus negativos.

 Só o gulag de Vorkuta tinha mais de 400 mil escravos. As cidades eram obrigadas a  manter cotas de escravos a serem enviados para os campos de trabalhos forçados para substituir os que morriam devido aos maus tratos ou de fome. Os escravos (os trabalhadores, em nome de quem foi instituído o comunismo) eram obrigados a cumprir cotas de produção, sob pena de não receberam a mísera refeição (algumas fatias de pão preto e sopa rala) e morrerem de fome. Para as cidades fornecedoras de escravos era fácil cumprir as cotas. Bastava acusar as pessoas de “inimigas do povo” ou “lacaios do imperialismo americano” ou outras bobagens.

Havia também mulheres nos gulags, e o serviço era tão pesado que seus úteros saíam para fora e elas eram obrigadas a trabalhar com os úteros dependurados. (Tenho reprodução do desenho de um guarda de um desses gulags, já que não se permitiam fotografias ali.) Este é o comunismo real, o ideal de Lula e seus bandidos do PT, na maioria treinados em terrorismo na ilha-presídio de Cuba, como o José Dirceu. Esta é a JUSTIÇA SOCIAL da esquerda.

Será que eu sou maniqueísta ou será que a verdade é que é dura demais para ser aceita? Se quiser, posso lhe mostrar documentos e filmes sobre os gulags, sobre a construção da Estrada de Ferro Stalin, em que morreram milhares de escravos, sobre o monstro Mao Tsé-tung, sobre o açougueiro Pol Pot e outros. Todos eles estavam à procura do comunista perfeito. Pol Pot fazia coleção de crânios, matou um terço da população de seu país e não achou o comunista perfeito (o jornal da Globo mostrou o museu de crânios de Pol Pot). Se quiser assistir a uns vídeos horripilantes sobre os vermelhos, venha até minha casa que terei o prazer de mostrá-lo.

 As pessoas, principalmente os empresários (que mais teriam a perder com a esquerdização do País) preferem enfiar a cabeça na areia e não enxergar o que está acontecendo. Como denunciou o Professor Olavo de Carvalho, está em ação um plano sub-reptício de conquista do Brasil para as idéias de esquerda. Não se trata de conquista de território, porém de conquista da opinião pública. O objetivo é que o País se torne comunista aos poucos, de maneira que ninguém perceba.

Pensa que estou vendo fantasmas? Este plano já está em adiantadíssima fase. Os sindicatos, os professores, os intelectuais, os jornalistas, muitos empresários, já rezam pela cartilha de esquerda. A escola pública foi colocada a serviço da pregação marxista e os professores são “capacitados” (doutrinados) para fazer a lavagem cerebral dos alunos. Se quiser, posso lhe mostrar alguns livros adotados nas escolas primárias e secundárias do Brasil, atualmente. Cheios de mentiras, consideram os empresários privados como bandidos, e os burocratas do governo como anjinhos cheiros de patriotismo. Quando citam alguns heróis de nossa história é para ridicularizá-los. E exaltam os guerrilheiros assassinos (especialmente do MST). Dizem que a intentona comunista dos anos 35, que assaltou mercados no Nordeste, que assassinou vários militares é uma mentira que nunca existiu. Esta mentira é até ensinada no Telecurso 2000, transmitido pela televisão, patrocinada por órgãos de classe dos empresários, como FIEMG, etc.

Como os comunas sempre procuram manter a população na ignorância (para não ameaçarem seu poder), inventaram uma tal de Escola Plural, inspirada em princípios do cubano Miguel Arroyo, que veio a Belo Horizonte a convite do PT para implantar esta nova visão da deseducação. A Escola Plural visa resolver o problema da repetência da maneira mais imbecil: passando todo mundo, até débeis mentais.  Além disso, na Escola Plural, o professor não pode repreender os alunos (o princípio da quebra da autoridade em ação) que se tornam cada vez mais atrevidos. Alguns alunos até ameaçam de morte os professores. Isto aconteceu com dois sobrinhos meus, que até mudaram de profissão.

Enquanto  isso, o Governo Itamar faz propaganda na televisão sobre a “qualidade” do ensino em Minas e na “capacitação” (realmente doutrinação) de milhares de professores.

Completando o cerco, os bandidos que tentaram subverter  o País em 1964 estão sendo recompensados com “indenizações” pagas com o dinheiro da população e  ex-terroristas, como Aloísio Nunes, ex-chofer do perigosíssimo Marighela, é ministro… da JUSTIÇA!

A verdade é que o comunismo, que está sendo implantado no Brasil, é a volta da barbárie. É uma religião fanática e, como todas as religiões fanáticas, desperta o que há de pior nas pessoas (bin Laden que o diga).

Perguntaram a Leonardo Boff sua opinião sobre o atentado de bin Laden. Cheio de ódio e de estupidez, como sói acontecer com fanáticos, principalmente de esquerda, ele respondeu: –“Lamento que, em vez de três aviões, não fossem 25, pois assim matariam mais americanos, aliviando o sofrimento dos pobres das favelas do Brasil”.

Não dá para entender o raciocínio do ex-frade franciscano. Como concluiu ele que matar americanos alivia o sofrimento dos pobres do Brasil? Por que ele não se preocupa com a miséria de Cuba e da Coréia do Norte, onde o governo está até ensinando o povo a comer grama, onde foram aplicados os princípios que ele defende? Seria exagero dizer que o ex-frade está completamente esquizofrênico?

O mundo jamais pagará aos Estados Unidos a dívida que lhe deve. É um país admirável sobre todos os aspectos, não porque sejam americanos, pois não existe a raça americana. Todos são absorvidos pelo grande sonho americano de um país livre, de oportunidades ilimitadas, resultado de milhares de anos de evolução das idéias democráticas. Se tirarmos a contribuição dos Estados Unidos (e de outros países capitalistas) para a civilização, o mundo voltaria à Idade Média, ou antes.

O prodígio americano é realmente a vitória, não de um país, mas da humanidade, pois este país demonstrou a  potencialidade do ser humano quando sujeito a um clima de liberdade.

Os Estados Unidos são a concretização dos sonhos de liberdade que nasceram na Inglaterra e na França, nos séculos XVII e XVIII, nas mentes privilegiadas dos iluministas, como Adam Smith, Locke, Newton, Hume, Voltaire, Montesquieu, Diderot, Thomas Jefferson, Thomas Paine, Tocqueville e tantos outros, de uma safra de gênios que não mais se repetiu.

No século XX tivemos, em contraste, uma safra de açougueiros, com Lênin, Stalin, Mussolini, Hitler, Mao Tsé-Tung, Pol Pot, Fidel Castro, Hosxa, Ulbricht, Honnecker, Saddam Hussein, bin Laden, et caterva. No entanto, esses açougueiros, hoje em dia, no Brasil, têm muito mais adeptos que os gênios do Iluminismo. Ao contrário, a palavra “Liberal”, que define a linha política dos iluministas e , no Brasil, grandes nomes como Tiradentes, Ruy Barbosa, Roberto Campos, Henry Maksoud e J. O. de Meira Penna, virou palavrão, por causa do trabalho de sapa da esquerda.

O comunismo representa a renúncia a toda a evolução social ocorrida no ocidente, com a colaboração de tantos gênios, e  a adoção da barbárie dos novos gêngis-cãs do oriente. A riquíssima tradição européia já foi jogada fora nos livros das escolas públicas no Brasil que, em vez da Revolução Francesa (que acabou com o absolutismo), estudam a Revolução Russa (que trouxe o absolutismo de volta), em vez de Montesquieu (paladino da democracia-divisão de poderes), estudam Prestes e Olga Benário (paladinos do totalitarismo), em vez de Caxias, estudam Che Guevara, em vez de Emanuel Kant, estudam Marx e Lênin, em vez de Pietro Ubaldi, estudam Leonardo Boff e Frei Betto, mentor do Lula, o tetra-candidato.

Rejeitar os Estados Unidos significa alinhar-se com aqueles bandidos, que chacinaram, no século passado, quase duzentos milhões de pessoas, além de provocarem as guerras mais bárbaras de toda a História. Quando a mim, fico com os iluministas e muito me orgulho de ser liberal, como eles, e envergonhar-me-ia de ser de esquerda, como Stalin, Mao Tsé-tung, Pol Pot, Maighela e Lula.

Eis o resultado prático do liberalismo: com apenas 6% da população mundial, os Estados Unidos são responsáveis por mais de 40% da produção econômica. Isto se explica por apenas duas palavras: liberdade econômica. Quanto à Rússia, com toda sua rede de intrigas e com o fracassado comunismo, tem um PIB cerca de metade do Brasil, um país (o nosso) que não tem governo… tem quadrilha.

Os Estados Unidos produzem cerca de 40 vezes mais que o Brasil e 80 vezes mais que a Rússia, que é o maior país do mundo, com as maiores reservas minerais, que prometia ultrapassar a produção americana em 1970 (que piada!!!).

Apesar de seus defeitos, o capitalismo (ou economia de livre mercado) é o regime que proporcionou mais dignidade e maior distribuição de renda à população. Tem muitos defeitos, mas, utopias à parte, é o menos ruim que existe, como observou Churchill. O Estado hipertrofiado, como preconizado pelas esquerdas, tem muito mais defeitos que o mercado. Como disse o grande estadista americano Thomas Jefferson: “O Estado não é a solução. O Estado é o problema!)

As ideologias de esquerda só têm promessas. Aponte um único exemplo em que tenha beneficiado um povo. Na prática, é a volta da barbárie.

Acabo de ouvir pela televisão que 25 famílias da Coréia do Norte pediram asilo em um embaixada, se não me engano, da Espanha. Este é um fenômeno comum. Apesar de toda a opressão de um Estado policial, as vítimas de paraísos socialistas estão sempre tentando fugir para os paises capitalistas. Um terço de Cuba já fugiu para os Estados Unidos e outros cubanos continuam tentando, apesar da vigilância do exército cubano, que afunda as jangadas, construídas com portas, mesas e janelas, atirando nelas sacos de areia e jogando os tripulantes aos tubarões do Caribe.

Em Berlim tiveram que fazer um muro, guarnecido por metralhadoras, para evitar a fuga do “paraíso comunista” para o “inferno” capitalista, além de centenas de quilômetros de fronteiras protegidas com arame farpado. Na Albânia, outro “paraíso” comunista, também ocorreu a fuga em massa. Primeiro, para a Itália. Depois para Côsovo. Depois para Macedônia e outros países do leste europeu. Dizem que, na Alemanha, eles cometem crimes, pois preferem ficar em uma cadeia capitalista que em um “paraíso” comunista. Será que esta fuga em massa de países comunistas não quer dizer nada? Por que não fogem de países capitalistas para países comunistas? Será que teremos que experimentar o Lula e seu séqüito de fósseis ideológicos, para reduzir o Brasil a uma miséria típica dos países socialistas, para ficarmos livres desta ameaça vermelha que não pára de nos atormentar?

Quanto à resposta dos Estados Unidos ao covarde e estúpido ataque terrorista de 11 de setembro, acho que está agindo de maneira admirável, muito ponderada e eficiente. Espero que acabem logo de exterminar aqueles bandidos paranóicos da Al Qaeda. Depois, é preciso caçar outros marginais, como Saddam Hussein, o ditador da Coréia do Norte e Fidel Castro (o chefe do Lula, do José Dirceu e do Garotinho), que continua a promover guerrilhas vermelhas por todo o lado.  

Como disse o barbudo das Antilhas: “Recuperaremos na América Latina o que perdemos no Leste Europeu”. Vamos deixar que isso aconteça?

Fraternalmente,

Huascar.

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