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U Tcháve nu Garnavá

Olavo de Carvalho


Zero Hora, 5 de março de 2006

Pelo espírito de Juò Bananère
Psicografado por Olavo de Carvalho

Incapaz de descrever com minhas próprias palavras os últimos acontecimentos da República Luliana, recorri aos préstimos do Além e, invocando mais alto espírito, recebi dele a mensagem abaixo reproduzida. Para quem não conhece, Juò Bananère, pseudônimo de Alexandre Marcondes Machado, foi o poeta que celebrou em português macarrônico, nos anos 20, a vida dos imigrantes italianos no Brasil (na internet há uma página comemorativa dele em http://bananere.art.br/ ).

Lá vigna alegre u Re Momo pulâno,
gua gorôa a brigliá nus gogorutto,
as bágna enórmi in festa arebolânu,
nas rúa levânu os abláusu tutto.

U Tcháve, indisgraziatto sargentó
Du pobri inzércitu da Invenezuela,
Di invédjia da gorôa non si güentó
I foi logu intentânu tomá ela.

Metêo as mão nus bôrso dus coitádu
Dus invenezuelânu – ay caramba ! –,
Saiu botânu banca pra tudus ládu
I gompró logo una isgóla di sámba.

Saiu dizênu qui era u Chè Guevara
I u Simó Bolíva reingarnádu.
U Ré, dianti de una tamagna gara
di bau ficó até inrevortádu,

Ma u Tcháve, qui no era nada trôxa,
Mandó logo gomprá tutto us jurádu,
Pra êglis fazê um jurgamento nas côxa
I dá pra êgli u prêmiu ambizionádu.

Agora é egli u tchéfi dus fulió
I nu vai largá a arapadura tam cêdu.
U Ré, guá maió cara di brocoió,
Fui mêmu é pra gáza tchupânu u dedu.

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