Por Wadson Muniz

26 de dezembro de 2002

Pouco conhecimento faz com que as criaturas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto as cheias a baixam para a terra, sua mãe. (Leonardo da Vinci)

Dentre as muitas coisas que já se disseram acerca de Olavo de Carvalho, consta: “Olavo de Carvalho não existe.”

Dada a materializante indigência em que mergulhou a vida, de fato, é difícil acreditar na existência de alguém que:

1) em busca de orientação, foi buscá-la nos ensinamentos de gerações passadas, em vez de ouvir as modernas, pretensamente mais cultas;

2) entendeu, plenamente, o que disseram tais homens;

3) firmado no que aprendeu, enfrenta sozinho a maior parte dos intelectuais brasileiros, que então se vêem sem armas para enfrentá-lo e, como argumento final, acusam-no de não existir;

4) se lança a esse enfrentamento para evitar a propagação de idéias tão falsas quanto perigosas, nas quais ele próprio já acreditou e as quais provocaram nele a desilusão que acabou por levá-lo ao encontro daqueles ensinamentos;

5) insiste em falar da verdade transcendente e da necessidade de orientar a vida para essa mesma verdade, orientação que ele encontrou, precisamente, no mesmo ponto e da mesma forma que o fizeram aqueles homens que ele foi ouvir.

Os que não o conhecem concordarão com seus detratores, que também convencem os que não o entendem. Aos que o conhecemos e com ele aprendemos, no entanto, resta avisar aos outros que Olavo de Carvalho existe, sim, e não é uma ficção diabólica, nem um produto comercial, nem um fóssil humano medievo. O que é ele, então?

É, simplesmente, alguém a quem anos e anos de estudo fizeram muito bem; alguém a quem a falsidade e a mentira já não podem enganar, pois ele aprendeu a identificá-las de longe e num relance. É, sobretudo, alguém que quer dividir tudo o que viu com tantos quantos queiram verdadeira orientação.

Olavo de Carvalho fala ao mais íntimo do ser humano, fala àquele núcleo luminoso, que nos distingue de todo o restante da criação. É precisamente lá que está tudo o que nos é necessário para a travessia desta vida e que a mentira quer tirar de nosso campo de visão.

É próprio da época do Natal a maior abertura das almas às coisas do alto. O diabo ainda não nos tirou isso, pelo menos não totalmente. Se algo eu posso recomendar a alguém, recomendo que por essa fresta deixe passar a mensagem centralizadora e orientadora de Olavo de Carvalho, a qual surge claríssima em Prece de Natal 2002, por exemplo (texto publicado em O Globo e também disponível em www.olavodecarvalho.org).

A Olavo de Carvalho, o meu mais sincero agradecimento pelo reencontro espiritual a que seus ensinamentos me levaram. Ao Altíssimo, um pedido: deixe entre nós, ainda por muitos e muitos anos, esse mestre, para que continue a nos iluminar a marcha.

Waldson Muniz (wal.muniz@uol.com.br)

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